PAUL MATTICK

(1904 - 1981)

Nasce em 1904 em Berlim. Operário especializado. Adere em 1918 à "Frei Sozialistischen Jugend" (Organização de juventude da Liga Spartacus). Em 1920 passa para o K.A.P.D. (Partido Comunista Operário da Alemanha). Em 1926 emigra para os Estados Unidos onde adere aos I.W.W. Principal animador das revistas International Council Correspondence, Living Marsism e New Essays. Morre em 1981. Obras publicadas em português: Integração Capitalista e Ruptura Operária; O controlo operário, in Controlo operário e socialismo, (Regra do Jogo, Porto 1977); Anton Pannekoek, Karl Korsch e Otto Ruhle, in Comunistas de Conselhos,(Centelha, Coimbra 1976

Paul Mattick por Charles Reeve (1998)

Alguns dos Trabalhos de P. Mattick

Gestão Operária -1969

Pannekoek (biografia) -1960

Karl Korsch (biografia) -1960

Otto Ruhle (biografia) -1960

Os Grupos Comunistas de Conselhos -1939

Karl Kautsky: de Marx a Hitler -1939

Lenine e a sua lenda -1935

"...Para os milhões de olhos fixos nestes milhões de retratos, Lenine simboliza o Moisés russo, São Jorge, Ulisses, Hércules, o diabo e o bom deus. O culto de Lenine deu origem a uma nova religião perante a qual os mais ateus dos comunistas dobram o joelho com solicitude - isso simplifica muito a vida, sob todos os pontos de vista. Lenine surge-lhes como o pai da República soviética, o homem que permitiu que a revolução triunfasse, o grande dirigente sem o qual não existiriam. A Revolução russa tornou-se, não somente na Rússia e na lenda popular, mas também para uma larga fracção da intelligentsia marxista de todo o mundo, um acontecimento mundial tão estreitamente ligado ao génio de Lenine que pareceria que sem ele a revolução - e consequentemente, a história do mundo - teria tido um rumo completamente diferente. Contudo, a análise verdadeiramente objectiva da Revolução russa revelará imediatamente a inépcia de uma tal concepção..."

Lenine e a sua lenda

"...A vida de Anton Pannekoek coincide quase inteiramente com a história do movimento operário. Conheceu o seu aparecimento enquanto movimento de protesto social, a sua transformação em movimento de reforma social, o seu eclipse como movimento de classe independente no mundo contemporâneo. Mas Pannekoek conheceu igualmente as suas possibilidades revolucionárias nas sublevações espontâneas que, de tempos a tempos, interromperam o curso tranquilo da evolução social. Entrou como marxista no movimento operário, e morreu marxista, persuadido de que se existe ainda algum futuro, será um futuro marxista..."

Pannekoek (biografia)

"...Korsch acaba por reconhecer que o fim do capitalismo pressupõe e comporta o fim das organizações operárias tradicionais. É precisamente pelo apoio que os operários dão a estas organizações que se mede a sua ausência de consciência de classe..."

Karl Korsch (biografia)

"...Para Otto Ruhle estas vinte e uma condições bastavam para destruir as últimas ilusões sobre o regime bolchevique. Estas condições asseguravam ao Executivo da Internacional, isto é aos chefes do partido russo, um controle completo e uma autoridade total sobre todas as secções nacionais da Internacional. Segundo Lenine não era possível realizar a ditadura a uma escala internacional "sem um partido estritamente disciplinado e centralizado, capaz de conduzir e gerir cada ramo, cada esfera, cada variedade do trabalho político e cultural". Pareceu a Ruhle que por trás da atitude ditatorial de Lenine, havia simplesmente a arrogância do vencedor procurando impor ao mundo os métodos de combate e o tipo de organização que tinham levado os bolcheviques ao poder..."

Otto Ruhle (biografia)

"...Do mesmo modo que as reivindicações da burguesia alemã não foram satisfeitas em 1848 mas só depois, pela contra-revolução que se seguiria, assim o programa da social-democracia só foi levado a cabo por Hitler. Foi, na verdade, graças a este, e não à social-democracia, que velhas aspirações socialistas, tais como o Anschluss da Áustria e o controle estatal da indústria e bancos, deveria entrar na ordem dos factos. Foi Hitler, e não a social-democracia, quem proclamou feriado o 1.º de Maio..."

Karl Kautsky: de Marx a Hitler