Primeira Apologia de Justino Mártir

Justino fala em defesa da fé cristã.  Sua primeira apologia é das mais valiosas para todos os tempos.  Seus argumentos são profundos e tocam a razão e o coração de quem a conhece.

 

Capítulo I - A quem é dirigido o discurso

Ao imperador Tito Élio Adriano Antonio Pio Augusto César, e ao seu filho Veríssimo, o Filósofo, e a Lúcio, o Filósofo, filho natural de César, e ao filho adotivo Pio, amante do conhecimento, e ao Senado sagrado, juntamente com todo povo romano.  Eu, Justino, filho de Prisco e neto de Báquio, nativos de Flávia Neapolis na Palestina, apresento este discurso e petição em favor daqueles de todas as nações que são injustamente odiados e cruelmente maltratados, sendo eu mesmo um deles.

Capítulo II - Requere-se Justiça

O bom senso leva aqueles que são verdadeiramente piedosos e amantes da filosofia a honrar e apreciar somente o que é verdadeiro, desviando-se de seguir opiniões tradicionais, caso se mostrem imprestáveis.  Pois não apenas a justiça nos leva a recusar as diretrizes daqueles que erraram ou erroneamente ensinaram, mas cabe ao amante da verdade, que de todas as formas, e sob ameaça de morte, e até mesmo diante de sua própria vida, escolher fazer e dizer o que é justo.  Vós, pois, já que sois chamados de piedosos e de filósofos, guardiões da justiça e amantes do conhecimento, prestem atenção e ouçam ao meu discurso; e se sois assim de fato, será manifesto.

Vimos, pois, não para bajular-vos por meio de carta, nem para vos agradar por nosso discurso, mas sim, para suplicar-vos julgar, após precisa inquirição e investigação, não sentindo-se bajulados pela discriminação ou pelo desejo de agradar a homens supersticiosos, nem tampouco por impulso irracional ou rumores maliciosos que por muito tempo têm prevalecido, para que não tomeis uma decisão que venha ser contra vós mesmos.  Quanto a nós, pensamos que nenhum mal nos pode ser imputado, a menos que fique provado que somos malfeitores ou ainda que se prove que somos homens perversos; de fato, podeis matar-nos, mas não ferir-nos.

Continua...

J. Marques

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