ATUALIDADES
NAZISRAEL
(*) Por José Arbex Jr.
"Israel está trabalhando na produção de uma arma biológica que afetaria árabes, mas não judeus, revelaram militares israelenses e fontes de espionagem ocidentais. A arma, que atingiria suas vítimas conforme a origem étnica, é considerada a resposta israelense à ameaça de ataques químicos e biológicos do Iraque." A notícia foi divulgada pelo Sunday Times de Londres, em 15 de novembro, e passou relativamente despercebida, quando seria de esperar que causasse enorme escândalo internacional. Novamente, somos forçados a constatar a banalização do Mal. A apatia da opinião pública, seu desinteresse, sua incapacidade de se indignar é um perigoso e mórbido sintoma do mundo em que vivemos.É um sinal dos tempos.
A bomba étnica reduz Adol fHitler à condição de pífio aprendiz de feiticeiro. Ela torna obsoleta a idéia de campos de extermínio, como o de Auschwitz. E dispensa serviços de um Eichmann (aliás, julgado e executado em Israel), especialista no transporte de gado humano. E o mais terrível é que se o totalitarismo nazista ainda exibia falhas por onde podia surgir um Oskar Schindler, a bomba étnica elimina as brechas. A mera hipótese de seu uso esvazia o sentido do maravilho princípio ético do Torá, evocado pelo filme de Spielberg: "aquele que salva uma vida salva o mundo". A nova arma, ao contrário, consagra a noção de que a raça é maior do que a vida. Cruel ironia: Israel candidata-se a enterrar de vez aquilo que os nazistas mais odiavam nos judeus, o seu grandioso humanismo cosmopolita, entregando a Adolf os louros de sua póstuma vitória.
Pesadelo
Os detalhes do experimento parecem extraídos de algum pesadelo. "Ao desenvolver a 'bomba étnica', os cientistas israelenses estão tentando explorar avanços médicos que identificam genes característicos de alguns árabes, criando depois bactérias ou vírus geneticamente modificados", diz o Sunday Times. "A intenção é utilizar a capacidade de certos vírus e bactérias de alterar o DNA dentro das células vivas de seus portadores. Os cientistas tentam produzir microorganismos que ataquem apenas os portadores de determinados genes. O centro de desenvolvimento do programa é o Instituto de Biologia de Nes Tziyon, principal instituição de pesquisa para o arsenal clandestino de agentes químicos e biológicos de Israel."
Se isso fosse uma peça de ficção científica, passaria como fruto exagerado da mente excessivamente mórbida de seu autor, no máximo uma candidata a roteiro de um daqueles filmes B que não merecem nenhuma reflexão, mas servem para ajudar a passar o tempo. Só que nada disso é ficção.Trata-se de uma complexa operação ideológica - de natureza racista - que reduz o ser humano a um conjunto de dados biológicos (no caso,genéticos), de tal forma que se perca de vista toda a consideração pelo ser humano integral, "alvo" da pesquisa. É a radicalização, tecnologicamente instrumentalizada, das teorias racistas que vicejaram no século XIX, aquelas que, por exemplo,"justificavam" a escravidão dos negros mediante o argumento de que seriam seres biologicamente "inferiores"na escala evolutiva.
"Bons" e "maus" semitas
E o dado mais absurdo vem agora: "Um cientista do instituto disse que a tarefa é muito complicada, pois tanto árabes quantos judeus são de origem semítica. Mas acrescentou:'Eles conseguiram identificar uma característica particular no perfil genético de algumas comunidades árabes, especialmente no povo iraquiano'." É a barbárie. Ao contrário de afirmar os laços culturais, a longa e riquíssima história comum aos dois povos (que no Brasil, a sábia anedota popular qualifica como "brimos"), busca-se a diferença, o específico - nem que essa "diferença" seja tão microscópica que sua descoberta demande anos de análise em laboratórios superequipados.
Assim, os pesquisadores israelenses utilizam as mais avançadas conquistas da ciência biológica para diferençar e classificar dois tipos de semitas,"os bons" (os que rezam pela mesma bíblia), e os "maus" (que devem ser eliminados sem consideração). Curiosamente, mas não por acaso, o simpático Adolf também recorria à biologia para separar e eliminaar os arianos "impuros" (portadores de "defeitos físicos e/ou genéticos"), preservando os arianos "sadios". As primeiras máquinas de extermínio de Hitler foram construídas para os "maus alemães"- e não para os judeus -, assim como a bomba étnica tem como alvo os "maus semitas". Se eu fosse cidadão israelense portador de algum "defeito genético", não estaria nada tranquilo numa hora dessas, mesmo sendo judeu.
E como a bomba étnica seria lançada contra os inimigos de Israel? A reportagem esclarece: "A doença poderia ser propagada espalhando-se os organismos no ar, ou no sistema de abastecimento de água". O significado disso é monstruosamente claro: a nova arma atingiria todos os árabes que respiram e que bebem água, isto é, a população árabe em seu conjunto, incluindo crianças, mulheres, velhos, sem distinção. É condenado à morte todo aquele culpado de ser árabe, da mesma forma que Hitler condenava aos campos todo aquele culpado de ser judeu. É simples assim.
Já pensou se a moda pega e outros povos também começam a fabricar a bomba? Logo teríamos, na Bósnia, sérvios, croatas, muçulmanos aniquilando-se mutuamente, ou hutus e tutsis em Ruanda, ou ainda - por que não? - neonazistas alemães, franceses e italianos empesteando bairros onde vive mnegros, árabes, turcos e ..., claro ... judeus. Chegamos, assim, à maravilhosa solução de todos os problemas. A bomba, é claro, também poderia ter aplicação social.O Brasil,por exemplo, poderia eliminar o analfabetismo, a miséria e a fome detonando uma bomba étnica que só afetasse a população negra, vítima histórica da segregação racial praticada neste país. Aniquilem-se os negros brasileiros e a miséria do país acaba, pelo menos momentaneamente.Fica a sugestão ...
No princípio era o apartheid
E de onde os cientistas israelenses tiraram a idéia da bomba étnica? "A pesquisa espelha-se em estudos biológicos realizados por cientistas sul-africanos durante a época do apartheid, e revelados nos depoimentos feitos perante a Comissão da Verdade e Reconciliação (...) Daan Goosen, diretor de uma fábrica de armas químicas e biológicas da África do Sul, disse que, nos anos 80, sua equipe recebeu ordens para desenvolver uma 'arma de pigmentação' capaz de afetar apenas os negros. Segundo ele, discutiu-se a possibilidade de espalhar uma doença na cerveja, no milho e até em vacinas, mas nunca se conseguiu desenvolver uma arma desse tipo" Bom sujeito esse Goosen. Pena que seu laboratório "nunca conseguiu desenvolver uma arma desse tipo". Pobre rapaz, seu brinquedinho não deu certo.Mas é impressionante como tudo se esclarece com o seu depoimento, como tudo começa a fazer sentido.
Reparem, apenas para fazer um pequeno parêntese,que os brancos brasileiros foram mais criativos quando se tratou de exterminar populações indígenas: foram amplamente distribuídas a algumas tribos roupas usadas por gente que portava doenças contra as quais o organismo dos índios não tinha defesa (como o sarampo).Outros milhares de índios foram exterminados pela sífilis adquirida em contato com os brancos (muitos antropólogos dizem que, do ponto de vista indígena, o processo de "civilização" deveria,na verdade, ser qualificado de "sifilização"). A diferença é que no Brasil nunca se construiu uma ideologia para justificar o extermínio sistemático de outras raças ou nações. Ao contrário, sempre se procurou cultivar o absurdo mito da "democracia racial", das "relações cordiais" entre senhores e escravos.
No princípio, portanto era o apartheid. Na África do Sul, os mais importantes líderes segregacionistas brancos eram admiradores incondicionais de Adolf. A própria política de segregação racial seria oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Partido Nacional sul-africano. Seu dirigente, Daniel Malan (aparentemente sem ligação, pelo menos biológica, com o nosso amado ministro), era um fanático influenciado pela ideologia nazista. Malan elegeu-se usando como slogan a palavra apartheid, que em africâner (idioma falado pelos brancos descendentes dos colonizadores holandeses,bôeres) significa separação. Há, assim, um vínculo direto, incontestável, entre as concepções racistas de Adolf, os cientistas Goosen do apartheid e os pesquisadores israelenses de Nes Tziyona.Isso é história, não depende de interpretação.
Mossad: Terrorismo de Direita
Mas é claro que não foi a bomba étnica que levou Israel a buscar inspiração no regime racista da África do Sul. Muito antes do projeto da bomba, os dois países já mantinham relações cordiais, especialmente durante os períodos em que o governo israelense era controlado pela extrema-direita, encabeçada pelo Likud (partido do atual primeiro-ministro Binyamin Netanyahu). Sempre foi conhecido, e jamais negado, o fato de que o serviço secreto israeleses (Mossad) mantinha uma relação de intensa colaboração com a polícia do apartheid (e com a Dina de Augusto Pinochet). A bomba étnica é apenas o corolário de uma política racista praticada por Israel contra a população árabe palestina que vive em seu território.
São famosos, e objeto de denúncias de organizações como a Anistia Internacional, o terror, a arrogância e o sadismo com que o Exército israelense tratava (e ainda trata) as populações árabes palestinas de Israel.Quem não se lembra das cenas de destruição pelos militares, das casas de famílias palestinas, em"represália" às pedras atiradas por crianças contra soldados portando as armas mortíferas? A brutal desproporção entre o "crime" e o castigo só se explica pela vontade do governo israelense de controlar a população palestina mediante o mais atroz terrorismo.Foi emblemática,a esse respeito, a promoção,em outrubro, de Ariel Sharon ao cargo de chanceler de Netanyahu. Sharon, um facistóide, era ministro da Defesa de Israel, em 1982, quando foi responsabilizado pela covarde chacina de milhares de crianças, mulheres e velhos palestinos miseráveis e indefesos,de Sabra e Shatila. À época, mesmo seus aliados do Likud consideraram que seria recomendável que ele saísse de cena por algum tempo. Ao assumir o novo cargo de chaceler, Sharon declarou-se contrário à devolução dos territórios palestinos ocupados por Israel e disse que jamais apertaria a mão de Iasser Arafat. Uma pérola de pessoa.
Sionismo e Racismo
Outra coisa é que tanto Ariel Sharon quanto Binyamin Netanyahu e outros representantes da extrem-adireita não são algo "anômalo", excepcional na história de Israel. Ao contrário, eles se identificam muito claramente com uma tradicional corrente do sionismo que nunca reconheceu os direitos legítimos do povo palestino. O lema do movimento sionista internacional,no começo deste século, não poderia ser mais elucidativo: "Uma terra sem povo (a Palestina) para um povo sem terra (ojudeu)". Mas, como explicar que a Palestina era uma "terra sem povo", se todos sabiam que os semitas (árabes e judeus,com estrutura genética muito parecida) viviam e vivem ali há milênios? Bem, sabemos que nada é impossível para a boa e velha prática de mistificação ideológica.
A operação de "apagamento" dos palestinos foi muito semelhante à adotada pelos colonizadores espanhóis e portugueses para justificar o genocídio dos ameríndios. Eles simplesmente não existiam como seres humanos, no mesmo sentido que existia o europeu, eram seres sem alma, exilados do reino de Deus, destituídos de qualquer traço civilizatório. Não mereciam viver. Pronto! Está feita a mágica. nada de novo, não é mesmo? Foi mais ou menos assim que o imperialismo britânico justificou, no século XIX, as atrocidades cometidas em suas "possessões" na Ásia e o francês na África e na Indochina. Foi também assim que o rei Leopoldo da Bélgica transformou o antigo Congo Belga em uma possessão pessoal, uma espécie de terrorífico parque de diversões particular.
A ficção racista da "guerra cirúrgica"
Ou, se quiserem exemplos mais recentes, foi essa mentalidade que presidiu a atuação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã (lembrem-se da famosa frase do general americano segundo a qual os vietnamitas não dão valor à própria vida ...). Mas nunca ficou tão clara a disposição imperialista de negar ao outro o direito à existência como durante a Guerra do Golfo, em 1991. O mundo inteiro ficou sabendo, então, que os americanos haviam inventado a "guerra cirúrgica", e que "ninguém" morreu durante os quarenta dias em que Bagdá foi submetida a um bombardeio ininterrupto, cujo poder destrutivo diário, na primeira semana, foi equivalente ao de uma bomba igual à que destuiu Hiroxima.
Agora, me digam: como é possível bombardear maciçamente, dia e noite, uma cidade com 4.800.000 habitantes e não matar "ninguém"? É muito simples: basta considerar que os iraquianos não são gente, eles não contam. pronto. É a mesma história dos palestinos, dos índios, dos negros. Hoje se sabe que pelo menos 100.000 "ninguéns" morreram sob as bombas "cirúricas" dos Estados Unidos. E se o mundo ocidental se deixou convencer pela mistificação da "guerra limpa", isso se deve ao fato de que o olhar ocidental é condicionado a considerar como semelhantes, iguais em direito e estatura, apenas os povos que defendem seus mesmos valores.
O Islã, nesse sentido,não existe. Não é portador de direito algum.
Seria ingenuidade pensar que apenas o interesse jornalístico fez com que, durante a Guerra do Golfo, chovessem fotos de mulheres árabes inteiramente cobertas pelo véu (chador) ou de exóticos mercados de camelos, ao passo que no lado ocidental multiplicavam-se as cenas de soldados americanos despedindo-se de filhos e esposas, momentos antes de embarcarem para o selvagem Oriente. A operação é simples: no lado de "lá", estão "eles", invisíveis, exóticos, fanáticos, terroristas, estranhos. No lado de "cá", nós, nossos valores, nossas caras, nossas mulheres, nossos filhos. De que lado você está?
Alguém falou em Direito Internacional?
Essa é a lógica da total parcialidade com que os Estados Unidos tratam os problemas no Oriente Médio. A Casa Branca multiplica os discursos histéricos contra as supostas "armas químicas" de Sadam Hussein (que foi armado e apoiado por Washington como principal obstáculo à revolução xiíta do aiatolá Khomeini) mas nada diz sobre a bomba étnica israelense. E Washington sabia do projeto de fabricação da arma, como afirma o Sunday Times: "O secretário de Defesa dos EUA, William Cohen, revelou que recebera informações de que alguns países estão trabalhando para criar 'certos tipos de agentes patogênicos que seriam especificamente étnicos'. Uma alta fonte de espionagem ocidental confirmou na semana passada que Israel era um dos países aos quais Cohen se referiu."
É claro. Israel, fiel aliado de Washington durante a Guerra Fria, é encarado como uma "ilha de civilização ocidental" no Oriente Médio. Merece, por isso, todo apoio e consideração contra os "bárbaros islâmicos" que,aliás, nem sequr existem. Isso, é claro,sem falar no poderoso lobby de bilionários sionistas que financiam as campanhas presidenciais americanas.E por falar em "ilha", vai aqui uma outra ironia: a Casa Branca propagava aos quatro ventos, com ares de indignação, que a antiga União Soviética sustentava a ilha de Fidel, ao mesmo tempo em que, com o mesmo zelo e eficiência, fingia esquecer que destinava (e ainda destina) modestos US$ 12 bilhões anuais para Israel. Alguém aí falou em dois pesos e duas medidas?
Mas nem todo o mundo em Israel concorda com o projeto racista. "A idéia da realização dessa pesquisapor parte do estado judeu já provocou indignação em alguns setores, por causa dos paralelos com experiências genéticas feitas em Auschwitz pelo médico nazista Josef Mengele", diz o Sunday Times. "Dedi Zucker, membro do Parlamento israelense, denunciou sábado a pesquisa: 'Moralmente, com base em nossa história,em nossa tradição e em nossa experiência, esse tipo de arma é monstruoso e deve ser rejeitado'."
Estado judeu xEstado de judeus
O governo israelense nega a existência do projeto da bomba, ainda que para isso tenha de fingir ignorar uma profusão imensa de declarações e evidências. É difícil avaliar, no momento, como a história se desenvolverá. No fundo, essa questão remete ao dilema que dilacera a alma de muitos judeus em todo o mundo. Em síntese, Israel tem de decidir se é um Estado judeu ou um Estado de judeus. São coisas radicalmente diferentes.
O Estado judeu é bíblico, fundamentalista, religioso, mandatado por um Deus que teria adotado os judeus como povo escolhido. Desse ponto de vista, que é o da extrema-direita israelense (religiosa ou não), qualquer concessão territorial, qualquer acordo com os árabes equivale a trair uma determinação sagrada. É impensável. Essa convicção fanática explica o sorriso tranquilo do jovem terrorista judeu que assassinou Yitzhak Rabin, estampado nas páginas dos jornais e nas telas de televisão em todo o mundo: ele não se julga um criminoso, mas um instrumento da justiça divina.
Já conceber Israel como um Estado de judeus abre uma série de alternativas interessantes, pluralistas e democráticas. Se encarado como um Estado qualquer, laico, livre do mandato divino, Israel pode conviver com a idéia de que terá de negociar com seus cidadãos palestinos e com seus vizinhos árabes para sobreviver em paz. Isso implica também fazer concessões territoriais e renunciar, ao menos no plano da política institucional, à idéia de serem os judeus eleitos de Deus.É, enfim, o caminho da interlocução.
Netanyahu optou pelo confronto, pela afirmação do Estado judeu, e a bomba étnica é a mais clara demonstração disso. Ao fazê-lo, contribui para colocar mais lenha na fogueira dos fanáticos palestinos do Hamas, do fundamentalismo islâmico e de todos aqueles interessados em promover a guerra. É uma política apocalíptica, destinada a promover a "solução final", concepção muito cara aos regimes totalitários, particularmente à máquina nazista de Adolf Hitler. Não está escrito em nenhum lugar que Netanyahu vai prevalecer, mas tampouco há sinais sólidos de que algo vá obstar sua marcha rumo ao abismo.
Derrotar Hitler, antes que seja tarde demais
Outra coisa é que o projeto da bomba étnica extrapola os limites geográficos do Oriente Médio, assim como Auschwitz não era um problema entre alemães e judeus, mas dizia respeito à humanidade em seu conjunto.Todo ser humano com um mínimo de decência deve indignar-se face a tamanha infâmia e ignomínia, e de preferência dar expressão política à sua indignação, mediante o envio de cartas e telegramas de protesto à embaixada de Israel, a organização de debates e atos públicos, a publicação de artigos em revistas e jornais - são válidas, enfim, todas as formas de denúncia.
Os judeus, em particular,têm colocado diante de si um gravíssimo desafio, face ao qual a consciência é, necessariamente, obrigada a se manifestar. O Estado de Israel da bomba étnica, o Estado de Binyamin Netanyahu nada tem a ver com a tradição judaica melhor representada por gente como Sigmund Freud, Hannah Arendt, Albert Einstein, Baruch Spinoza, Karl Marx, Leon Trotsky, Walter Benjamin, Franz Kafa, Noam Chomsky e tantos, tantos outros que, com seu trabalho, suas idéias e sua coragem dignificaram o estatuto do humano.É chegado o momento de, em nome dessa tradição, novamente derrotar Adolf Hitler ...antes que seja tarde demais.
Publicado na revista Caros Amigos, n° 21,de dezembro de 1998.
José Arbex Jr. é jornalista e foi correspondente do jornal Folha de São Paulo em Nova York e Moscou. É formado em História Social pela USP e autor de diversos livros, entre eles "ISLÃ, Um enigma de nossa época"