PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA (PUCRS)

CURSO DE FILOSOFIA - 2009/I

PROF. DR. NYTHAMAR DE OLIVEIRA

Ética Geral

 

1. O que é ética?

 

1.1. Há como justificar a ética através de critérios normativos objetivos, cognitivos, mesmo que não partamos de concepções dogmáticas, religiosas ou realistas (por ex., de que “há fatos morais”) ?

 

Cognitivismo vs. Não-Cognitivismo

Modelos teleológicos, utilitaristas, deontológicos

Ética Kantiana

 

1.2. Não há como falar de ética sem pressupor a vida social e política dos seres humanos: a ética é desde sempre um subconjunto da filosofia política, um correlato (transcendental? natural?) do "político"

 

Universalismo vs. Comunitarismo / Relativismo Moral / Naturalismo

Ética, Metafísica, Filosofia da Mente / Moral, Direito, Política

A Crítica de Hegel a Kant

 

1. O que é ética?

 

Aristóteles nos lembra que ethos e êthos são correlatos, filologicamente e filosoficamente: em grego, ethos (com epsilon) significa “costume” (como encontraremos, mais tarde, numa “metafísica dos costumes”, Metaphysik der Sitten, de Kant) e êthos (com êta), uma forma mais antiga (como a encontramos em fragmentos pré-socráticos, por ex. de Heráclito), significa “caráter”: na medida em que toda ética (êthikê) pressupõe instituições sociais, políticas, jurídicas, através das quais são cultivados virtudes e valores morais, a ética é correlata à política (politikê). Mesmo os utilitaristas e contratualistas (portanto, não apenas os comunitaristas, mas até mesmo liberais e universalistas tachados de “individualistas”) reconhecem que a ética é correlata a uma dimensão coletiva, social (da comunidade, das tradições e instituições sociais, políticas e econômicas). Hobbes, Locke, Mill, Rousseau, Kant, Hegel são alguns dos pensadores morais que propuseram diferentes modos de justificar filosoficamente a moral e relacioná-la com a política e com a dimensão social da existência humana.

Fragmento 119 de Heráclito:
ἦθος ἀνθρώπ δαίμων

êthos anthrôpô daimôn : o caráter próprio ao ser humano é o seu destino

Tradução de Martin Heidegger: "a habitação (o familiar) é para o homem o aberto para a presentificação do deus (o não familiar)" (Carta sobre o humanismo, trad. E.J. Stein): o habitar poeticamente a Terra desvela a verdadeira destinação do modo humano de ser e sua autocompreensão existencial, histórico-temporal; o êthos humano é uma praxis correlata ao pensamento da technê, epistêmê, theôria e poiêsis
 

Egoísmo moral / psicológico; utilitarismo (ato / regras); contratualismo (moral/político); modelos deontológicos de ética; intersubjetividade, ética do reconhecimento (Axel Honneth)

 

Pensadores como Maquiavel e Nietzsche não apenas negam um papel de fundamentação moral do político, mas defendem um tipo de realismo político (como no argumento de Trasímaco na República de Platão), Realpolitik, segundo o qual relações de poder tendem a solapar todas as pretensões de fundamentação moral, num tipo de ceticismo moral. No século XX, Foucault, Rawls e Habermas são alguns dos pensadores contemporâneos que retomam esses problemas, respectivamente em Uma História da Sexualidade, Uma Teoria da Justiça e uma teoria ético-discursiva do Agir Comunicativo.

 

http://www.oocities.org/nythamar/ethics.html

 

http://en.wikipedia.org/wiki/Ethics

 

Ética: Estudo filosófico da moral

 

Moral: conjunto de codificações de conduta humana, modo de se conduzir em relações humanas, costumes (latim, mores)

 

1. Ética Geral: Teoria Moral e Ética Prática

 

2. Ética substantiva (teoria ética e ética aplicada)

3. Metaética

 

In order to understand what is at stake in contemporary debates about abortion, euthanasia, death penalty, and other so-called "Moral Problems" belonging to the vast field of Applied Ethics, one must inevitably refer to Ethical Theories and how they co-relate to both Law and Politics (for instance, in legislation, public policy making and many legal, procedural decisions relating to the Constitution and to the public opinion). Ethical Theories seek to justify our arguments and moral reasoning when dealing with contemporary moral problems. Applied ethics is, therefore, a discipline of philosophy that attempts to apply Ethical Theories to real decision-making processes (e.g. in legal procedures and political decisions), especially those involving moral dilemmas and world dilemmas, such as the ones found in bioethics (abortion, euthanasia, health care, stem cell research, cloning, and other problems in medical ethics), biotechnology (eugenics, genetic research, food processing), legal ethics and human rights (global ethics, global justice, public policy making, international law), environmental ethics, computer ethics, corporate social responsibility, and business ethics. See the Wiki entry on Applied ethics. For more thoughts to address the broader question: What is philosophy ? follow the link down. Keep in mind that Ethics is a branch of Philosophy which deals with moral problems both in abstract, theoretical terms (such as in Meta-Ethics and Normative Ethics, for instance, to define "what is good") and in practical, concrete terms (Applied Ethics).
According to Benedict, Cultural Relativism inevitably leads to Moral Relativism. According to Rachels, however, it is possible to subscribe to Cultural Relativism without necessarily endorsing Moral Relativism.
Why, after all, should we be moral? The main lesson we learn from the story of Gyges' ring: no one is so virtuous that one could resist the temptation of being able to steal at will by the ring's power of invisibility.

Dilemma: two propositions seem to be plausible leading to a paradox or undecidable situation.
See the Wiki entry on Ethical Dilemmas

Determinism: all events are determined by natural laws (for instance, physical laws, such as the laws of gravity) or by some form of conditioning (such as psychological, sociological or cultural conditioning).
Free Will: Human beings have the individual capacity for free choice

Nature-Nurture: what is innate (DNA, genetic features) vs. what is acquired (socialization, cultural and psychological features acquired in human behavior)
Behaviorism: stimulus → organism → response (Pavlov's dog)
Libertarianism: Individuals are free, regardless of natural, social or other constraints.

Soft Determinism (William James) as an alternative to Hard Determinism.
Compatibilism: one can make compatible both Free Will and Determinism either by resorting to a Soft Determinism (e.g. James) or by resorting to a dualism (e.g. Kant's reconciliation of Nature and Freedom).
Insofar as they are free, humans are said to be responsible for their actions. First-order desires: To will something.
Second-order desires: To will to will something.
Only human persons (as opposed to nonhuman animals) can have volitions of the second order.

 

COGNITIVIST vs. NONCOGNITIVIST Ethical Theories:


COGNITIVIST: Ethical principles can be known and established in objective terms
1.VIRTUE ETHICS (TELEOLOGICAL)
2.UTILITARIAN (CONSEQUENTIALIST)
3.DEONTOLOGICAL (DUTY-ORIENTED)

NONCOGNITIVIST: Ethical principles cannot be known and are rather chosen for different subjective reasons (by the very affirmation of subjective choices, individual freedom, emotions or by personal preferences or subjective expressions)
4. EXISTENTIALISM

 

Bibliografia Básica

Charles Taylor,Argumentos Filosóficos. São Paulo: Loyola, 2000.
Ernst Tugendhat. Lições sobre ética. Petrópolis: Vozes, 1997.
Georg W.F. Hegel, Princípios da Filosofia do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Henry Sidgwick, The Methods of Ethics. London: Macmillan, 1874. (espanhol)
Howard Caygill, Dicionário Kant. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Coleção Os Pensadores. Abril Cultural: 1989.

---------. Crítica da Razão Prática. Trad. Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes: 2002. (Lisboa: Edições 70, 1988).

---------. Crítica da Razão Pura.São Paulo: Abril, 1989.
Immanuel Kant, Grundlegung zur Metaphysik der Sitten- Versão original em alemão
Versão em inglês da GMS- T.K. Abbott’s translation
Versão em inglês da Crítica da Razão Prática (1788)- T.K. Abbott’s translation

John E. Hare, The moral gap: Kantian ethics, human limits and God's assistance. Oxford: Claredon, 1996.
---------. God’s call: Moral realism, God’s commands and human authority. Grand Rapids: Eerdmans, 2001.
John Rawls,Uma Teoria da Justiça.São Paulo: Martins Fontes, 1999.
---------. Lições sobre a História da Filosofia Moral.São Paulo: Martins Fontes, 1999.
---------. Liberalismo Político. São Paulo: Ática, 2000.

Nythamar Fernandes de Oliveira, Tractatus ethico-politicus: Genealogia do ethos moderno, Coleção Filosofia Vol. 100, Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999.
---------."Aestheticism in Nietzsche and Foucault", in Filosofia: Di< logo de Horizontes, org. Heloísa Feltes e Urbano Zilles, Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001, pp. 529-544.
---------. "Hegel, Heidegger, Derrida: Desconstruindo a mitologia branca", Veritas 47/1 (2002): 81-97.
---------. "Desconstruindo a Libertação: Teologia e Práxis", Teocomunicação 32/135 (2002): 155-178.
---------. "Moralidade, Eticidade e a Fundamentação da Ética",Reflexão(PUCCAMP) XX/63 (1995): 95-119.
---------. "Ética e Estética na Terceira Crítica de Kant", Veritas 45/4 (2001): 312-321.
---------. "Eticidade e Religião: O Comunitarismo do Jovem Hegel", Filosofia Política (2002).
---------. "Polis e Psyche na República de Platão", Philosophia (1994)


Richard M. Hare, Essays in ethical theory. Oxford: Claredon, 1989.(espanhol)
---------. Sorting out ethics. Oxford: Claredon, 1997.(espanhol)
---------. A Linguagem da Moral. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Paul Guyer (org.), The Cambridge Companion to Kant.Cambridge University Press, 1992.
Thadeu Weber, Hegel, liberdade, Estado e história. Petrópolis: Vozes, 1993.
---------. Ética e Filosofia Política: Hegel e o Formalismo Kantiano. Porto Alegre: Edipucrs, 1999.



Websites / Links na Internet:

"Ich bin ein Weltbürger"

Kant: Weltphilosoph und Weltbürger

Comentário sobre a Crítica da Razão Prática (em inglês)

Teste (quiz) sobre a Crítica da Razão Prática (em inglês)

Sociedade Kant Brasileira - Seção Regional RS

E-prints Sociedade Kant Seção Regional Campinas, SP

X. Internationaler Kant-Kongress 2005

Pesquisas Kantianas: Criticismo e Semântica

FUNDAMENTAÇÃO DA MET. dos COST.

KANT: FILOSOFIA DO DIREITO - SEMINARIO 2005/I

The Free Encyclopaedia Wikipedia

Stanford Encyclopedia of Philosophy

Descartes & Hume

HUMAN RIGHTS - DIREITOS HUMANOS

RAWLS SEMINARIO 2003/II

KANT & RAWLS SEMINARIO 2003/I

KANT e HEGEL

North American Kant Society

Kantian ethics

Pós-modernidade para otários (PostModernity for dummies)


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