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Por ANA*
Ataque com bombinhas de tinta, ovo podre,
pedras, paus e até coquetel molotov e conflito com a polícia
militar (PM), marcaram o protesto contra a celebração
do V centenário dos descobrimentos do Brasil, em São
Paulo.
A manifestação aconteceu, no dia 22 de março e reuniu
aproximadamente 1000 pessoas, desde estudantes universitários,
secundaristas, punks, anarco-punks, anarquistas,
ativistas do movimento negro e tudo mais. A passeata, com
um caminhão de som puxando, teve início no Largo da
Batata e foi até a Avenida Faria Lima, em frente ao relógio
da Rede Globo. A marcha ocorria normalmente, dentro dos
moldes da esquerda institucional e reformista, ou seja
domesticada e ordeira. Contudo, em frente ao relógio da
Rede Globo, uma parcela rebelde dos manifestantes atacou
com tinta, ovo podre, pedras, paus e coquetel molotov o
"belíssimo" relógio da Rede Globo, ícone das
comemorações dos 500 anos do Brasil. A polícia militar,
que protegia o relógio, com um
número reduzido de soldados reagiu, os manifestantes não
se intimidaram e um conflito se estabeleceu, com o saldo
de um policial ferido por uma pedrada na cabeça, levou
treze pontos na testa. Após esse conflito, a tropa de
choque da PM, fortemente armada, apareceu intimidando os
manifestantes e pequenos conflitos ocorreram. Até um
carro da Rede Globo que passava pelo local foi atacado e
teve o pára-brisa quebrado. Em seguida o ato foi
dado por encerrado e os manifestantes se dispersaram, com
cada grupo tomando o seu destino. Mas para a PM a história
não tinha chegado ao fim, não iam deixar barato à
agressão ao policial militar, alguém teria que pagar
"o pato". Espertamente, depois da dispersão
dos manifestantes, a PM saiu abordando (caçando) algumas
pessoas que estavam nas redondezas do local do ato, os
punks era fácil de identificar e muitos manifestantes
estavam sujos de tinta. Resultado, a PM prendeu 13
pessoas, 7 punks e 6 estudantes da USP. Os 13
manifestantes, alguns menores de idade, foram fichados,
pagaram fiança e liberados na madrugada de quinta feira.
Um diretor do Diretório Central dos Estudantes da USP,
desconheço o nome, responderá processo por desacato a
autoridade e pertubação da ordem pública
*ANA (Agência de Notícias Anarquista)
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