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Por ANA*
"Pela libertação imediata e
incondicional de Mumia Abu-Jamal". Essa foi a
palavra de ordem do ato público pró-Mumia Abu-Jamal,
ocorrido em 21 de março, dia internacional pela eliminação
da discriminação racial, em frente ao consulado dos EUA,
em São Paulo (SP). O ato reuniu por volta de 50 pessoas,
num clima tranquilo, sem repressão policial, apesar da
presença de uma viatura militar. Durante o ato, os
manifestantes tiveram a oportunidade de se pronunciar no
carro de som, denunciar a farsa da justiça norte-americana,
gritar palavras de ordem, estender suas faixas e cartazes.
Na avaliação
da Agência de Notícias Anarquistas (ANA), que integra o
Comitê de Solidariedade e Apoio a Mumia Abu-Jamal-Baixada
Santista, e de seu único integrante, que participou e
divulgou o ato ( mais não foi um dos grupos convocantes)
a manifestação deixou a desejar, principalmente no número
de participantes. O folheto que convocava o protesto
constava o nome de 15 grupos, desde sindicatos à
partidos políticos, das mais variadas tendências do
campo da esquerda da capital de São Paulo. Porém, é
triste perceber que somente cerca de 50 pessoas
participaram do ato. Tudo bem que o ato foi feito numa
terça-feira, dia de trabalho, num horário impróprio e
sei lá mais o quê, desculpas sempre aparecem nessas
horas. Mas se cada grupo mobilizasse 10 pessoas do seu
entorno teríamos lá o triplo de pessoas.
Eu pergunto,
cadê os milhares de jovens negros do Movimento Hip Hop,
dos rappers ditos "conscientes"? Cadê os
"militantes" do partido dos trabalhadores (PT)
que se diz o maior partido de esquerda da América Latina
e sua secretaria estadual de combate ao racismo que
assinou o folheto de convocação? Outra coisa curiosa e
triste que chamou minha atenção foi o fato dos grupos
convocantes não terem levado folhetos ou faixas no ato
explicando a história e luta de Mumia para os
transeuntes. O único grupo que distribuiu uma quantidade
pequena de folhetos foi a União do Movimento Punk (UMP).
Não quero polemizar com nenhum grupo, mas está faltando
aos grupos mais compromisso, sensibilidade,
responsabilidade, organização, garra... Enfim, tudo que
o nosso querido irmão Mumia tem de sobra. BASTA DE
APATIA!!!
A noite,
dando continuidade às atividades pró-Mumia Abu-Jamal,
aconteceu no anfiteatro de História da Universidade de São
Paulo (USP) a exibição do filme "Panteras Negras",
seguido de um debate sobre Mumia Abu-Jamal.
Aproximadamente 60 pessoas participaram do evento que
teve como organizador o Núcleo de Consciência Negra da
USP.
Na madrugada
do dia 21, integrantes do grupo Anarquistas Contra o
Racismo (ACR) e da Resistência Popular Paulista, colaram
cartazes grandes alusivos à Mumia, feitos a mão, mas
com um resultado final muito bom , em ruas do centro de São
Paulo e da Cidade Universitária. É isso. A luta pela
libertação de Mumia Abu-Jamal continua.
*ANA (Agência
de Notícias Anarquista)
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