Seção B - Por que os anarquistas se opõem ao sistema em vigor?
Esta seção apresenta uma análise das relações sociais básicas da sociedade moderna e das estruturas que as criam, em particular aqueles aspectos da sociedade que os anarquistas querem mudar.
O anarquismo é essencialmente uma rebelião contra o capitalismo. Nasceu ao mesmo tempo que o capitalismo e aumentou sua influencia na medida em que o capitalismo oprimia mais e mais a sociedade. Isto não significa que as ideias anarquistas não existissem na sociedade antes do nascimento do capitalismo. Pelo contrário. Os pensadores cujas ideias podem ser classificadas como anarquistas remontam a milhares de anos e podem ser encontrados tanto nas civilizações orientais como ocidentais. Não é exagero dizer que o anarquismo nasceu no momento em que o estado e a propriedade privada foram criados.
Não obstante, o anarquismo como movimento político foi produto da transformação da sociedade que acompanhou a criação do estado (nação) moderno e do capital. Como tal, as análises e críticas apresentados nesta seção se concentram na sociedade capitalista moderna.
A partir desta discussão, ficará evidente porquê os anarquistas não estão satisfeitos com as muito limitadas liberdades na sociedade de massas moderna e porquê querem criar uma sociedade verdadeiramente livre. Nas palavras de Noam Chomsky, a crítica anarquista da sociedade moderna significa:
"buscar e identificar as estruturas autoritarias, a herarquia e a dominação em cada aspecto da vida, e desafiá-los; a menos que se possam justificar, são ilegítimas, e deven ser desarmadas, para aumentar o campo da libertade humana. Isto inclui o poder político, a propriedade e a gestão, as relações entre os homens e as mulheres, pais e filhos, nosso controle sobre o destino das gerações futuras (o imperativo moral básico do movimento ecológico ...) e muito mais." [Red and Black Revolution, No. 2]
Esta seçào se ocupa diretamente deste aspecto crítico, o "negativo" do anarquismo. As seções seguintes mostrarão como, depois de analizar o mundo, os anarquistas pensam modificá-lo de forma construtiva. Contudo, parte do centro construtivo do anarquismo pode ser visto nesta seção. A Seção C explica a crítica anarquista da economia capitalista e na Seção D se discute como as relações sociais e as instituições descritas nesta seção atinge a totalidade da sociedade.
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