CAPÍTULO 4
Deus
projetou a igreja para produzir cristãos da melhor qualidade possível a curto
prazo. Porque Ele faria menos que isso? Comunidade, compromisso e
responsabilidade eram a realidade e o benefício da igreja pequena. Dedicou
algum tempo ensinando a doutrina e a tradição aos apóstolos e implementou-a na
nova igreja. Não podemos nos esquecer dos esforços dos religiosos judeus e dos
falsos profetas tentando arruinar a nova convenção. Satanás usou todo seu poder
para parar o avanço deste exército de cristãos.
A
emergente cristandade aprendera a ter uma relação profunda e pessoal com Jesus.
A lida diária com Jesus era excitante, especialmente depois de ter servido a
muitos deuses feitos por mãos humanas. Eles sentiam a presença e o poder de
Deus, especialmente depois que Ele tornou-se o corpo da igreja. Eles aprenderam
viver em vitória, apesar dos problemas encontrados pela frente. O amor-próprio
deles aumentou porque o Espírito Santo estava com eles, ensinando e
conduzindo-os em sua lida diária. Eles se tornaram os indivíduos qualificados.
Seus amigos e familiares notaram a mudança na vida deles e desejaram o mesmo
para si. Compartilhar a fé com outros era uma expressão natural de sua
trajetória.
A
igreja caseira tornou-se um aconchegante santuário para os cristãos primitivos,
como um útero para uma criança por nascer. Satisfazia as necessidades
espirituais e sociais de seus membros. Eles criaram íntimos laços e compromissos
mútuos. O Senhor abençoou-os com um talento de dinâmica especial como é
explicado nas duas seguintes passagens das Escrituras:
Por que
é que Ele nos dá estes talentos especiais para fazermos melhor determinadas
coisas? É que o povo de Deus estará mais bem aparelhado para fazer uma obra
melhor para Ele, edificando a igreja -- o corpo de Cristo -- e elevando-a a
uma condição de vigor e maturidade; até que finalmente todos creiamos do mesmo
modo quanto à nossa salvação e ao nosso Salvador, o Filho de Deus, e todos nos
tornemos amadurecidos no Senhor. Sim, crescermos a ponto de que Cristo ocupe
completamente todo o nosso ser. Então não seremos mais como crianças, sempre
mudando nossa idéia a respeito daquilo que cremos porque alguém nos disse uma
coisa diferente, ou habilmente nos mentiu, e fez que a mentira soasse como
verdade. Em vez disso, seguiremos com amor a verdade em todo tempo -- falando
com verdade, tratando com verdade, vivendo com verdade -- e assim nos tornaremos
cada vez mais, e de todas as maneiras, semelhantes a Cristo, que é o Cabeça do
seu corpo, a igreja. (Efésios 4:12-15 ênfase minha).
Sob sua
direção o corpo inteiro se ajusta perfeitamente, e cada um dos membros em sua
maneira particular auxilia os outros membros, de tal modo que todo o corpo
saudável, está em crescimento e cheio de amor.
(Efésios 4:16).
A
cristandade testemunhou o novo propósito de Deus de escrever sua lei nas tábuas
do coração dos homens. Eles viram firmar-se ali a sua soberania, uma única
soberania. Anunciada como o Poder de Deus para a salvação de todo aquele que
crer. Andrew Miller captura a idéia do poderoso exército cristão avançando sobre
pagãos miseráveis com a única esperança oferecida pelo Evangelho:
Levantar o homem do mais profundo abismo da
degradação para a altura mais grandiosa da glória eterna. Quem pode calcular,
apesar de todo preconceito, o efeito da proclamação de tal Evangelho para
miseráveis pagãos? Milhares, milhões, cansados de uma religião inútil e
desgastada responderam à voz divina, reunindo-se em torno do Nome de Jesus,
trazendo alegria ao pouco que restara de seus bens, e prontificando-se a sofrer
por amor a Ele. [i]
Nosso Senhor e Paulo foram poderosos instrutores, as
seguintes passagens nos dão uma indicação que o Espírito Santo, que ensinou
Paulo, preferia que cada Cristão nas reuniões apresentasse algo que tinha
recebido pessoalmente do Senhor. "Bem, meus irmãos, vamos fazer um resumo do que
eu estou dizendo. Quando vocês se reúnem, alguns cantarão, outros ensinarão,
outro transmitirá alguma informação especial que Deus lhe deu, ou falará numa
língua desconhecida, ou explicará o que está dizendo algum outro que esteja
falando na língua desconhecida; tudo que for feito, porém, precisa ser útil a
todos, e edificá-los no Senhor". (Coríntios 14:26). Lembrem-se do que Cristo
ensinou e que as suas palavras erniqueçam a vida de vocês e os tornem sábios;
ensinem essas palavras uns aos outros e cantem-nas em em salmos, hinos e
cânticos espirituais, cantando ao Senhor com corações
agradecidos. (Colossenses 3:16, ênfase
minha).
Então,
se um dirigente autoritário dominar a reunião, os demais participantes podem
sentir-se intimidados, podem tornar-se preguiçosos e dependentes desse dirigente
em sua nutrição espiritual. Eles podem sentir-se incapazes e de alguma maneira
inaptos a ouvir a voz do Senhor por eles mesmos. A verdade é que o dom de
ouvir o que Deus tem a dizer está disponível a todos.
Até mesmo os pregadores e os mestres mais eloquentes tem que desenvolver
seus dons. Essencialmente isso
envolve disciplina, um tempo para orar, meditar na Palavra de Deus e um
auditório para o dom se desenvolver.
Leva muitos anos de aprendizado tornar-se um mestre marceneiro. Porém, a maioria dos cristãos não investe em aprendizado bíblico, preferindo ouvir tudo de segunda-mão. Como resultado, o processo de aperfeiçoamento do povo de Deus é abafado. Alguns diriam, "É para isso que pagamos um pastor", e, sem perceber, eles acabam conhecendo melhor o pastor melhor do que Deus. Um número grande de cristãos nem mesmo trazem mais suas Bíblias para a igreja. O aperfeiçoando e o crescimento dos santos tem que incluir o ouvir diretamente de Deus. Pessoalmente, alegrar-me-ia permanecer literalmente sentado durante horas ouvindo bons pregadores e mestres da Palavra. Mas não troco meu tempo diário com o Senhor por isso.
A vantagem é que sou capaz de ouvir diretamente aquilo que Deus tem a me dizer, e isto aumenta minha fé, confiança, obediência e amor por Ele. Andrew Miller, relata como os pagãos se surpreendiam com a natureza e a organização dos cristãos:
Em
termos gerais como é que os pagãos viam o dia-a-dia da igreja primitiva? A
conduta de cristãos em suas relações terrestres, conforme os relatos bíblicos,
foi mais uma razão para a aceitação do Evangelho entres os pagãos. Exortava-se a
cada um permanecer nestas relações, e nelas buscar glorificar a Deus. As bênçãos
derramadas sobre a cristandade, esposas, crianças, e trabalhadores, é indizível.
O amor, felicidade, e conforto daquele povo era algo de surpreendente aos
pagãos, e uma coisa nova entre eles. E tudo ocorria natural e organizadamente.
[ii]
Alguns dias depois do Pentecostes já havia cinco mil pessoas que aceitaram o Jesus como salvador, em Jerusalém. Certamente os anciões de hoje teriam contratado um arquiteto para rapidamente desenhar um grande edifício onde coubesse cinco mil pessoas. “Imagine só no coral que poderíamos ter!” o plano de Deus estava distante de construir edifícios. Afinal de contas, as conspirações para crucificar Cristo e derramar o sangue dos profetas não vieram do Templo? Durante três séculos, o corpo de Cristo se encontrava nos lares exceto quando eclodiu a perseguição quando começaram secretamente a se reunir nos cemitérios, catacumbas ou freqüentemente alternando o local.
Desde o
começo, a cristandade compunha um movimento missionário. Sem Templos sagrados ou
uma classe especial de clérigos, os cristãos primitivos fizeram naturalmente de
suas próprias casas base de operações. A casa constituia a base natural,
popular, para esparramar a mensagem de evangelho. Michael Green, em seu famoso
estudo, Evangelismo na Igreja Primitiva, disse, "Um dos métodos mais importantes
de esparramar o evangelho na antiguidade repousava no das casas". Referindo-se à
casa de Aquila e Priscilla, Green disse, "Casas como aquela devem ter sido
sumamente efetivas na expansão evangelistica da igreja". Robert e Julia Banks,
um proeminente casal australiano e líderes chave no movimento mundial de igrejas
caseiras, enfatiza este mesmo ponto: "Freqüentemente se esquece que a
cristandade que conquistou o Império romano era essencialmente um movimento
doméstico, centrado nas casas". A casa se tornou assim um núcleo para
evangelismo e ensino. Paulo usou a casa como uma base pela qual propagava a
Palavra de Deus. Falando com os anciões de Éfeso, Paulo disse, "Mesmo assim
nunca fugi de falar a verdade a vocês, tanto publicamente como nas suas
casas. (Atos 20:20, veja também Atos
28:23).
Nosso amigo historiador Andrew Miller, nos fala sobre as consequencias que as novas edificações exerceram sobre as pequenas igrejas:
Em sua
maior parte, aquele próspero padrão divino de igrejas caseiras foi abandonado em
algum momento no terceiro século. Aquele aspecto importante da história da
Igreja, que marcou posição no Império romano, é, pela primeira vez, deixado para
trás. Foi durante o reinado do principe Alexander Serverus, que foram erguidos
os primeiros edifícios públicos para as assembléias dos cristãos. Uma pequena
circunstância ralacionada a um pedaço de terra em Roma mostra o verdadeiro
espírito do Imperador, e o crescente e influente poder dos cristãos. Este pedaço
de terra considerado como terra comum foi escolhido por uma congregação como
local para construção de um edifício. A Companhia Victuallers, contudo,
reivindicou a posse da terra. O caso foi julgado pelo Imperador. Ele deu a terra
aos cristãos, alegando que seria melhor devotá-la à obra de Deus do que a um uso
profano e desmerecedor.
A partir
dai, edifícios públicos -- denomidados Igrejas Cristãs -- passaram a ser erguidos
em partes diferentes do império, em cima de terras doadas. Os pagãos nunca
tinham podido entender por que os cristãos não possuiam nem templos nem altares.
As assembléias religiosas deles, até ali, tinham sido mantidas no âmbito privado.
A casa privada, as catacumbas, o cemitério de seus mortos, abrigavam suas
pacíficas congregações.
A condição externa da cristandade agora era outra, que coisa infeliz! Não a favor da saúde e crescimento espirituais. Reconhecia-se, agora, mais uma das várias formas de adoração garantidas pelo governo, o cristianismo.
É nesse exato ponto que o estudante da história da Igreja presencia o manifesto e apavorante nascimento do mundanismo na Igreja. É uma idéia muito triste, mas deveria ser uma proveitosa lição ao leitor cristão. O que era até então, é agora e precisa ser. O Espírito Santo que mora em nós não é hoje de forma alguma menos sensível ao mau cheiro do mundo do que Ele foi até o terceiro século.
O que
o inimigo não pôde fazer por éditos sangrentos e tiranos cruéis, ele realizou
pela amizade do mundo. Este é um velho estratagema de Satanás. A manha da
serpente provou ser mais perigosa que o rugido do leão. Por meio de favores
de grandes homens, e especialmente de imperadores, ele submeteu o clero, conduziu-o
a unir mãos com o mundo, e o enganou pelas lisonjas. Agora, os cristãos poderiam
erguer templos como os pagãos faziam, e os seus bispos eram recebidos na tribuna
imperial em igualdade de condições com os clérigos idólatras. Este relacionamento
iníquo com o mundo solapou as próprias bases do cristianismo deles. Tudo isto
se tornou manifestamente doloroso quando a violenta tormenta de perseguição
foi substituída pela longa calmaria de sua prosperidade mundana.[iii]
Agora, em vez dos crentes serem a igreja,
o edifício se tornou a igreja. O crente ficou menos importante, o edifício
ficou mais importante. Afinal, qual o grande motivo que fez com que aquele poder
arrebatador dos cristãos primitivos desse lugar a púlpitos e edifícios? O
mundo ainda não conseguiu reproduzir outros trezentos anos mais produtivos e que
influenciassem a humanidade tão positivamente.
Nunca
podemos esquecer que o estilo de Jesus comunicar-se com as multidões era não
dissertar mas discutir e encorajar perguntas às quais Ele responderia. Ele
apresentou a verdade, Ele é a Verdade, a Palavra tornada carne. As respostas
dele sempre estavam corretas. Infelizmente, o estilo dos pastores de hoje não é
discussão mas uma conferência sem oportunidade para a congregação replicar.
Quando Jesus falava, as multidões recebiam a verdade diretamente. Quando o clérigo de hoje fala, a multidão adquire tudo de segunda-mão. É como mastigar alimento ruminado. Embora o alimento ruminado possua nutrientes, ele já foi processado por outra pessoa. O processamento da verdade por alguém, por mais dificuldade que tenha para alcançá-lo corretamente, ou será influenciado pelos seus pontos de referência limitados, o seminário sectário que cursou ou as ordens e regulamentos de sua doutrina pessoal. Toda igreja tradicional possui ordens e regulamentos doutrinais específicos que freqüentemente faz com que a igreja saia dos trilhos divinos, e é isso que continua mantendo o corpo de Cristo dividido.
O
problema cresce na medida em que o método de conferência é constantemente usado
na apresentação do Evangelho. Isso faz com que cada membro decida que parte da
conferência aceitará ou rejeitará, porque ele não tem nenhuma oportunidade para
discutir qualquer parte onde ele tenha alguma dúvida. Se o membro ouve muitas
conferências das quais discorda, ele pode deixar de assisti-las por completo ou
possivelmente pode procurar outra igreja. Isto faz com que muitos pastores
ajustem os sermões deles para não perder ninguém. O evangelho torna-se um
evangelho social, algo que pode ser aceito pela maioria. O Senhor ajuda o
pastor que tenta voltar a pregar um evangelho de arrependimento, porque muitos
que chegaram a um acordo com o desejo da igreja agora repousam confortavelmente
debaixo de um evangelho social.
O
direito de escolha foi elevado ao nível da idolatria em nossa sociedade
secular. Nossa sociedade não se preocupa muito se sua escolha é certa ou
errada, mas apenas que você tenha o direito de escolher. Este ídolo mundano
infiltrou a igreja sutilmente e senta no banco todas as manhãs de domingo
esperando fazer suas coisas. Há as pessoas que sentam nas igrejas hoje com um
conhecimento limitado sobre Jesus e a Bíblia. Eles raramente lêem a Bíblia e
dependem do ministro deles para a alimentação espiritual semanal. Porque o
pastor ser um homem (humano), eles acreditam que têm o direito a crítica daquilo
que ele diz e escolhem aquilo que desejam acreditar. Sem dar qualquer
contribuição ao sermão, quantas vezes sentamos à beira da mesa de jantar no
domingo e perguntamos: qual foi mesmo o assunto do sermão?
Por
outro lado, o método de discussão é o formato modelo para a igreja caseira cujas
raízes de todo o modo remonta aos apóstolos. Tal método proporciona a cada
membro a oportunidade de perguntar ou de responder perguntas ou mesmo dar uma
contribuição para o assunto em pauta. A procura pela verdade não deve ser
confiada a um indivíduo. O que é dito é apoiado imediatamente ou refinado
através da Bíblia. É estimulante observar o Espírito Santo orquestrar e operar o
ensino na medida em que cada um contribui com seus pontos de vista sobre uma
passagem, ou um tema em particular, com todos com suas Bíblias abertas no colo.
O resultado é que a mensagem penetra porque todo o mundo tomou parte
construindo-a. É mesmo humilhante a forma como algumas de nossas velhas bagagens
doutrinais são refinadas pela Igreja. Tal processo é, pois, essencial, preparar
a Noiva para a iminente vinda do Rei.
Há tempos em que Deus tenta por meios
severos nos trazer de volta ao seu caminho. Às vezes funciona e às vezes não.
Andrew Miller escreve a respeito de um incidente que não alterou a direção do
clero.
"Mal iniciada a construção das novas Igrejas, os bispos receberam a sentença de que a mão do Deus pesava contra eles. Aconteceu assim: Maximiniano um rude camponês de Trácia, subiu ao trono imperial. Ele fôra o principal mandante, se não o verdadeiro assassino, de Alexandre. Ele começou seu reinado prendendo e executando todos os amigos do Imperador prévio. Aqueles que tinham sido amigos de Alexandre, eram tidos como inimigos. Ele ordenou que os bispos, particularmente os que tinham sido amigos íntimos de Alexandre, fossem condenados a morte. Tal vingança se abateu mais ou menos em todas as classes de cristãos, mas principalmente no clero. Porém, não foi por causa do cristianismo deles que eles sofreram naquela ocasião, pois Maximiniano era totalmente indiferente a todas as religiões, mas por causa da posição que eles tinham alcançado no mundo. O que pode ser mais triste que esta reflexão?".
Não
levou muito tempo para as coisas para irem de mal a pior. O clero, acreditando
ser eles eram os únicos que poderiam ter contato com Deus e transmitir sua
mensagem, reuniram todas as Escrituras e mergulharam o mundo na Idade das
Trevas. Agora, muitas novas invenções espirituais poderiam ser usadas para
manter as pessoas comuns em escravidão e servilismo ao clero que estava agora
com o completo controle. Uma grande quantidade de catedrais opulentas foram
erigidas, e tinham que inventar um jeito de pagar pelas despesas de construção.
A solução encontrada foi a velhacaria das indulgências. O purgatório se tornou
um lugar onde apenas o dinheiro poderia libertar na viagem para céu. Este plano
envergonha até mesmo os modernos vigaristas. O batismo infantil seguramente
mantinha os paroquianos algemados à igreja. Mais adiante, uma distorção na
cerimônia da Sagrada Comunhão produziu a transubstanciação. Agora apenas a elite
do clero poderia ministrar a hóstia. O papa substituiu Cristo como a autoridade
da igreja, e o clero era agora mediador entre o homem e Deus. Eles tinham tudo,
ou pelo menos assim pensaram. A corrupção da igreja era agora evidente e
escandalosa, e Deus não estava adormecido. É desnessário mencionar aqui todas as
libertinagens que a hierarquia da igreja se envolveu. Por uma boa razão o
Senhor quer que a igreja futura perceba o quanto se distanciou dEle e como,
apesar disso, ainda insiste em fazer essas coisas em Seu
nome.
O
método de correção que Deus usou para aquela igreja é o mesmo que Ele usa hoje;
aqueles que O amam e têm fome de Sua verdade. O Senhor começou a
infiltrar o clero com homens que possuem estes sentimentos. Isto tem custado a
vida de muitos deles. Nenhum pretendeu formar novas denominações, nem buscaram
dividir a igreja; em vez disso desejaram apaixonadamente que a igreja se
reformasse interiormente e acabasse com os abusos onde rasteja gerações após
gerações. Levemos um olhar rápido às vidas de alguns destes grandes homens
apresentados que o Christian History Institute nos
apresenta.
John
Wycliffe: As Primícias da Reforma (1330-1384)
Se você
vivesse no tempo de Wycliffe, teria encontrado muitas das mesmas incertezas e
pressões que enfrentamos em nossos dias de Cismas, e de troca de padrões de
vida. A "Peste Negra" varreu a Inglaterra e a Europa, e em alguns lugares ceifou
um terço da população. O que ficou conhecido como a "Guerra dos 100 Anos" entre
a Inglaterra e a França solapou muita energia e recursos. O arrocho salarial
relegou os pobres a uma existência marginal conduzindo-os à violenta Revolta do
Camponeses na Inglaterra em 1381.
Wycliffe tinha uma profundo amor para com as
pessoas pobres e o povo simples e levantou-se contra os abusos da igreja. A
igreja possuiu mais da terça parte das terras na Inglaterra. O clero era
freqüentemente analfabeto e imoral. Os altos cargos da igreja eram comprados ou
distribuídos em negociatas políticas. Os problemas se aprofundaram cada vez
mais. Wycliffe, um estudante dedicado da Bíblia, viu que algumas das doutrinas
da igreja careciam de bases bíblicas. Baseado no estudo que fez da Bíblia,
escreveu e pregou contra os ensinos sobre o purgatório, venda de indulgências e
a doutrina da transubstanciação.
Foi o suficiente. Até mesmo seus amigos políticos
altamente colocados o abandonaram. As autoridades da igreja cassaram seu título
de professor na universidade de Oxford. Mas seu exílio reverteu em um tipo de
libertação. Alguns de seus alunos se juntaram a ele na igreja paroquiana de
Lutterworth. Lá eles empreenderam a monumental tarefa de traduzir toda a Bíblia
para o inglês a partir de um manuscrito latino de mais de 1000 anos. Eles
continuaram o costume de Wycliffe de treinar os "pastores pobres", conhecido
como Lollards, que levavam a Palavra para as pessoas comuns.
Pense por um momento o que significaria para
você se não pudesse possuir uma Bíblia ou se a Bíblia nem mesmo estivesse
disponível em seu idioma. Se você fosse ensinado que a Bíblia era apenas para
funcionários autorizados da igreja estudar e interpretar? Esse foi exatamente o
caso na Inglaterra de Wycliffe.
Assim,
nada era mais importante para ele que introduzir a Bíblia e sua mensagem no
idioma e corações das pessoas. Ele sabia que a Bíblia mudaria vidas. Como ele
mesmo disse: "A palavra de Deus dará vida nova aos homens". O poder maravilhoso
da Divine Semente que domina homens de braços fortes, que amolece corações
duros, e que os renova e os transforma em homens divinos, homens outrora
brutalizados pelo pecado, e infinitamente distantes de Deus. Obviamente tal
poder milagroso nunca poderia ser operado pela obra de um pastor se o Espírito
da Vida e a Palavra Eterna, mais do que qualquer outra coisa, não estivesse
disponível para auxiliá-lo.
Wycliffe foi condenado pela igreja e executado na Véspera do Ano Novo em 1384. Mas a sua memória e influência continuaram tão fortes que ele foi mais uma vez formalmente condenado trinta anos depois no Conselho de Constance. Ordenaram que seus escritos fossem destruídos, seus ossos exumados e queimados, e suas cinzas lançadas em um rio próximo. De alguma maneira as autoridades de Igreja pensavam que queimando seus restos poderiam apagar a memória dele.
Mas nem
sequer tais ações bizarras e extremas não puderam impedir a fome pela Palavra de
Deus e pela verdade que Wycliffe se comprometeu defender.
John
Hus: Fé Até a Morte (1374-1415)
John
nasceu em 1374 de uma família humilde. Ele foi ordenado como um sacerdote em
1401 e dedicou grande parte de sua carreira ensinando na Charles University em
Praga, Boêmia. Ele também era o sacerdote na Capela de Belém em Praga. (Não
deixe a palavra "capela" o enganar. Três mil pessoas se espremiam para ouvir os
sermões dele.)
Os
escritos reformistas de John Wycliffe se espalharam pela Boêmia. Estudando-os
ainda no prelo, Hus copiou os livros de Wycliffe para seu próprio uso. Como
Wycliffe, Hus dava ênfase à devoção pessoal e à pureza de vida. Ele também deu
ênfase ao papel da Bíblia como autoridade na Igreja, e por conseguinte, elevou a
pregação bíblica a um estatus importante nos serviços da
igreja.
A
Capela de Belém era uma ilustração tangível dos ensinos de Hus. Em suas paredes
estavam pinturas que contrastam o comportamento dos papas e de Cristo. Por
exemplo, o papa aparecia montado em um cavalo enquanto Cristo caminhava
descalço, Jesus lavava os pés dos discípulos enquanto o papa oferecia seus pés
para serem beijados. Muitos clérigos ficavam incomodados o questionamento da
vida que levavam. Mas Hus era popular entre as massas e com uma parcela da
aristocracia, inclusive a rainha.
O
arcebispo de Praga proibiu Hus de pregar e pediu à universidade que queimasse os
escritos por Wycliffe. Hus recusou concordar, e o arcebispo o condenou. Enquanto
isso, Hus pregava contra a venda de indulgências que estavam sendo usadas para
financiar a expedição do papa contra o rei de Nápoles. O papa excomungou Hus e
colocou Praga em interdição, o que a grosso modo significava a excomunhão de
toda a cidade, que ficou impedida de receber os sacramentos. Para aliviar a
situação, Hus deixou Praga, mas continuou pregando em várias igrejas e ao ar
livre. E, como Jesus, "as pessoas comuns o ouviam com alegria".
Por que
a hierarquia era tão oposta a Hus? Ele não apenas frequentemente denunciava
estilos imorais e extravagantes da vida do clero (inclusive do papa), como
também fez a afirmativa corajosa que apenas Cristo é a cabeça da Igreja. Em seu
livro On the Church ele defendeu a autoridade do clero mas reivindicou que
apenas Deus pode perdoar pecados. Ele também reivindicou que nenhum papa ou
bispo poderia estabelecer doutrina contrária à Bíblia, nem qualquer verdadeiro
cristão poderia obedecer à ordem de um clérigo que estivesse claramente
errado.
Hus
ficou em maus lençois por causa de tais ensinos. Em 1415 ele foi chamado ao
Conselho de Constance para defender aquilo que ensinava. O Conselho condenou os
ensinos de Wycliff, e Hus foi condenado por apoiá-los.
Hus,
doente e fisicamente abalado pela longa prisão, doença e insonia, declarou
inocência e recusou renunciar os erros que lhe eram atribuidos a menos que
provassem para ele que eram contrários à Bíblia. Ele disse ao conselho, "eu não
vou para uma capela cheia de ouro, recuando da verdade”.
A
caminho do lugar de execução, ele passou por um cemitério e viu uma fogueira dos
seus livros. Ele riu e disse para os espectadores que não acreditassem nas
mentiras a que diziam a seu respeito. Chegando ao lugar de execução, o mestre de
cerimônias do império pediu-lhe para que se retratasse de seus pontos de vista.
Hus respondeu, "Deus é minha testemunha que a prova contra mim é falsa. Eu nunca
pensei nem preguei com outra intenção que não fosse, na medida do possível,
convencer os homens dos pecados deles. Hoje eu morrerei alegremente". O fogo foi
aceso. Enquanto as chamas o engolfavam, Hus começou a cantar em latim um cântico
Cristão: "Cristo, Tu o Filho do Deus Vivo, tenha clemência de mim".
Martin
Luther: A Grande Reforma (1483-1546)
Se você
trabalha na copa ou distribui correspondências, trata-se de uma atividade
divinamente designada, tão sagrada quanto a de qualquer pastor ou auxiliar da
igreja. Mesmo que freqüente a igreja todos os domingos, que dê a maior parte de
sua renda aos pobres, que leia sua Bíblia, que ore diariamente, e mesmo que você
viva uma rigorosa vida moral, isto não é uma garantia de que é aceito por Deus,
nem significa que tem uma passagem de ida para o céu. Que só vem enquanto dádiva
gratuita de Deus, aparte de toda sua dedicação religiosa.
Tais
coisas foram proclamadas por Martin Luther em um tempo quando a igreja exercia
um controle amedrontador sobre as vidas e consciências das pessoas comuns. Estes
ensinos mudaram o mundo.
Luther não pretendia tornar-se um líder de classe mundial. Ele queria seguir a carreira de advogado. Esses planos foram alterados no dia 2 de julho de 1505 quando o então promissor estudante universitário de 22 anos foi surpreendido por um violento temporal . Quase atingido por um raio, lançado ao chão e temendo por sua vida, ele fez uma promessa a Santa Ana que, se ela o salvasse, ele se tornaria um monge.
Para
cumprir sua promessa Luther dedicou-se a vida monástica com uma intensidade que
em muito superava o estritamente necessário. Ele abordava seus superiores com
com excessivas e intermináveis confissões. "Eu mantive os regulamentos de minha
ordem tão estritamente que posso dizer que se algum monge pudesse ir para o céu
por causa de sua dedicação esse monge seria eu. Todos meus irmãos no monastério
que me conheceram poderão confirmar isso. Se permanecesse ali por mais tempo, eu
morreria em meio a vigílias, orações, leituras e outros trabalhos." Mas nem
mesmo estes esforços sobre-humanos não trouxeram paz à sua alma atormentada.
Quando ele ministrou sua primeira missa, ele viu-se "totalmente estupefacto e
tomado pelo terror" com sua postura diante do Deus todo-poderoso.
Seu confessor e superior, Dr. Johann Staupitz, afiançou-lhe um título em história da igreja e recomendou-lhe como professor da Bíblia a Wittenberg. Pelos estudos laboriosos que fazia da Bíblia, Luther descobriu que mais religião jamais o libertaria do sentimento de culpa que o consumia, e que aquele Deus que ele tanto temia não era o mesmo Deus revelado por Cristo. Ao ler a Carta aos Romanos (1:17), outro raio cruzou o caminho dele: "Noite e dia eu ponderei até que eu vi a conexão entre a justiça de Deus e a declaração de que "o justo viverá pela fé". Então eu compreendi que a justiça de Deus é aquela retidão pela qual, por pura graça e completa clemência, Deus nos justifica pela fé. Logo após tive a sensação de renascimento e de entrar pelas portas do paraíso que se abriam para mim. Todo a Bíblia assumiu um significado novo, e considerando aquela 'justiça de Deus' que antes me enchia de ódio, agora tornara-se para mim a inesprimível doçura de um grande amor. Esta passagem de Paulo tornou-se para mim um portão aberto para o céu.
Luther
também era pastor na igreja da cidade de Wittenberg e começou a pregar aquela
nova fé para sua congregação. Mas ao mesmo tempo o representante do Papa Leo X,
um monge chamado João Tetzel, estava vendendo indulgências para arrecadar
dinheiro para financiar a construção da Catedral de São Pedro em Roma. As
Indulgências eram cartas que garantiam o perdão dos pecados.
Luther
encarou isso como uma perversão do Evangelho. Ele escreveu 95 teses em Latin e
pregou-as na porta da igreja do castelo e convidou os estudantes para debater a
questão das indulgências. O prelo tinha sido inventado recentemente e as teses
de Luther estavam impressas. Durante várias semanas várias cópias foram
distribuidas estimulando o debate por toda a Europa.
Tido como herege, foi excomungado, banido e
condenado pelo imperador Charles V. Na iminencia de ser preso ou morto, foi
seqüestrado e protegido por Frederick, Duque da Saxônia.
Ele
dedicou toda sua energia aos estudos, enquanto escrevia e traduzia o Novo
Testamento Novo em um alemão que todo mundo pudesse entender. Depois ele voltou
a Wittenberg para lidar com as crises, enquanto suas idéias e escritas se
esparramavam pela Europa como a água de uma represa estourada. A Reforma
tornou-se inevitável.
Anabatistas:
Reforma Radical (1525-presente)
O
Anabatistas (ou "rebatizados"), um dos vários grupos menores na história da
igreja que suportou um sofrimento indizível para estabelecer e manter o
testemunho deles, vieram à tona durante a reforma de Zwinglio em Zurich em algum
momento entre 1523 e 1527. Alguns deles sentiam que a reforma de Zwinglio era
parcial e lenta. Era necessário ir mais longe do que simplesmente reformar uma
igreja infiel e corrupta, eles queriam um retorno à Igreja do Novo
Testamento.
Dois
assuntos são importantes aqui. Primeiro, eles pensavam que reformadores como
Luther e Zwinglio ainda eram cativos do matrimônio político entre a Igreja e o
Estado. Os Anabatistas insistiam que a Igreja fosse separada, auto-gerida, e sem
qualquer vínculo com o Estado. Isto soa bastante sadio e aceitável em nossos
dias, entretanto, provocou uma explosão amedrontadora. Ao longo da história até
ali, religião e governo tinham permanecido juntos.
Segundo, aqueles crentes não havia nada sobre
batismo infantil na Bíblia, assim eles concluíram que tratava-se de mais uma
invenção daquela Igreja corrupta, e então ilegítimo. Por toda parte seriam
novamente batizados como crentes, formando uma igreja composta apenas por
convertidos.
Um dos
primeiros líderes anabatistas foi Michael Sattler. Nascido por volta de 1490 no
sudoeste da Alemanha, Sattler tornara-se monge no monastério de São Pedro em
Black Forest, onde levantou-se em oposição a Prior, a maior autoridade depois do
Abade. Desiludido pela corrupção que via na vida da igreja, perplexo em seus
estudos bíblicos e mobido pelas horríveis condições de vida dos camponêses,
Sattler deixou o monastério. Ele era um homem em árdua procura pela verdade.
Sattler assumiu deveres pastorais em Horb, uma área sob o controle austríaco por
Ferdinando, um católico agressivo perseguidor de hereges assumidos. Michael, sua
esposa e outros foram presos e permaneceram detidos durante quase doze semanas.
Durante seu julgamento sustentou uma serena, razoavel e brilhante defesa dos
seus fervorosos companheiros anabatistas, apesar disso não conseguiu retirar as
acusações movidas por seus acusadores. Condenado a morte, ele escreveu à sua
congregação. "Diante de tais perigos eu me rendo completamente à vontade de Deus
e estou, juntamente com todos meus irmãos, irmãs, esposa, preparado para
testemunhar por Ele até mesmo diante da morte". No dia 20 de maio de 1527,
amputaram-lhe a lingua, ele foi torturado, e então queimado vivo. Enquanto as
chamas o consumiam, ele apontou seus dedos indicadores para cima, como um sinal
dirigido aos crentes da mesma categoria dele, significando que Deus daria a
força para sustentar o crente até o fim. Alguns dias depois, após recusar uma
oportunidade final para se retratar, Margaretha teve o mesmo destino que seu
marido e foi morta por afogamento.
O
Sattlers foram apenas dois dos inúmeros Anabatistas que permaneceram fiéis até a
morte. As histórias deles vão marcar as próximas gerações de anabatistas sobre
como eles foram desprezados, exilados, ridicularizados, e perseguidos por
governos tanto católicos como protestantes.
Os descendentes dos anabatistas podem ser encontrados hoje nas comunidades Menonitas, Amish, Huteritas, Brethren in Christ, e outros grupos.
Este é o sentido da revelação, foi necessário
uma grande coragem por parte daqueles homens tanto para ver a verdade que não
viam antes, como para agir de acordo com ela, mesmo que isso significasse a
perda de suas próprias vidas. Eles trabalharam duro na oração e no estudo e
buscaram respostas de Deus no que dizia respeito a todos os problemas envolvendo
o testemunho do Reino de Deus. Os corações deles, como os campos de uma fazenda
pela primavera, tornara-se fértil e pronto para receber a semente de Deus de uma
nova compreensão. Sua paixão era uma profunda fome pela verdade. Como isto
acontece a alguns e não a outros? E por que vemos a verdade vir a alguns, que em
seguida constroem paredes ao redor de si tornando-se incapazes de aceitar
verdades futuras? Um bom lugar para começar a responder estas perguntas poderia
ser o exemplo de Israel no deserto. Deus chamou toda uma nação para trazer a luz
de Deus a um mundo em trevas. Com o passar do tempo, por causa das escolhas
que fizeram e da conduta deles diante de Deus, eles foram rejeitados e
apenas os filhos deles foram escolhidas para entrar na Terra da Promessa.
De vez
em quando em minha pequena empresa, eu tenho que contratar pessoas com
habilidades especiais. Ponho um anúncio no jornal e faço uma chamada geral
àqueles que gostariam de ser entrevistados para o cargo. Nós normalmente
juntamos algo em torno de cinqüenta candidatos. Depois das entrevistas, chamamos
apenas aqueles que julgamos qualificados para a posição. Depois de uma ou duas
entrevistas, é feita uma seleção final. Muitos são chamados mas poucos são
escolhidos. Só alguns tinham desenvolvido aquelas habilidades que eu preciso.
Assim essencialmente eu escolhi apenas os pré-qualificados.
Minha
esposa e eu convidamos algumas pessoas para a igreja que se encontra em nossa
casa. Pouco a pouco elas vieram, depois de ter ouvido e indagado sobre a igreja.
Plantamos a semente deste grande movimento do Espírito Santo e estamos atentos
aos seus desdobramentos. Esses que vêm variam em seus compromissos com o Senhor.
Alguns vêm apenas uma vez, outros ficam por mais algum tempo, e eu perguntei
honestamente para Senhor, “Por que as pessoas não querem Seu melhor, Sua igreja
projetada?” eu acredito que Deus respondeu minha pergunta. Eu escuto todas suas
desculpas para não continuar, e uma coisa sempre se destaca. É a escolha pessoal
delas que acabam tendendo para qualquer outro lado e não para onde o Senhor os
conduz. Eu os ouço partirem dizendo, “eu quero”, “eu preciso”, “eu gosto”, ou
coisas parecidas. A verdade é alguns cristãos desenvolvem um chão fértil no
coração deles para desejar e receber as coisas que vem de Deus e alguns
simplesmente não o fazem. A responsabilidade de ter um chão fértil em nossos
corações para receber e entender as verdades da Palavra de Deus repousa
inteiramente no indivíduo. Não há nenhum mistério nisso. O Senhor não está
sentado lá em cima no ceu escolhendo ou deixando de escolher injustamente alguns
para ter um passeio íntimo com Ele. Depois de três anos de ministério na terra,
morte e ressurreição, havia apenas 120 crentes para receber o Espírito Santo
prometido. Diante de todo o esforço pessoal de Jesus trata-se de um número
notavelmente pequeno de convertidos para acompanha-lo em sua Nova
Convenção. Se houvesse algum mistério nisso, estou seguro que Jesus teria
escolhido muito mais pessoas para tomar parte no Pentecostes, se pretendesse
apenas apresentar uma boa imagem para você e para mim.
Um bom
exemplo a respeito disso pode ser encontrado na longa discussão que Jesus teve
com muitos discípulos sobre Ele ser o pão de vida.
Nesse
ponto, muitos dos seus seguidores voltaram atrás e O abandonaram. Então Jesus
voltou-Se para os Doze e perguntou: "Vocês também vão embora?" Simão Pedro
respondeu: "Mestre, para quem iremos nós? Só o Senhor tem as palavras que dão a
vida eterna, e nós cremos nessas palavras e sabemos que o Senhor é o santo Filho
de Deus". (João
6:66-69).
Os
discípulos que o abandonaram estavam escorados em suas velhas tradições da Velha
Convenção. Seus corações careciam de um terreno fértil para esperar e
compreender mais de Jesus. Embora Simão Pedro não tivesse uma plena compreensão
daquilo que Jesus ensinava, ele reconheceu diante dos doze que eles não
partiriam porque não havia para onde ir. Suas velhas tradições já não mais os
atraiam para longe de Cristo e de Suas eternas palavras de
vida.
Como o
Cristo nos revela uma melhor compreensão sobre sua Igreja nos últimos dias, qual
deve ser nossa atitude diante desta revelação?