Zoroastro
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Buda
http://www.oocities.org/projetoperiferia5/buda.htm
Cristo
http://www.oocities.org/projetoperiferia5/cristo.htm

CRISTO

O CRISTIANISMO E AS OUTRAS RELIGIÕES

Todas as religiões têm muita coisa em comum. Elas possuem um mesmo ideal.

Se há diferenças entre elas, há também muitas semelhanças que revelam um propósito elevado: -- o encontro, aqui e no além com o Ser Supremo. Isso não admira, porque todo o indivíduo possui um mesmo coração, e Deus se manifesta a ele, seja quem fôr, em qualquer época, por intermédio da sua consciência.

Nêste trabalho, como foi dito no breve prefácio, apresento alguns fatos que mostram certas semelhanças e diferenças entre o cristianismo, o budismo e o zoroastrismo.


OS LIVROS SAGRADOS OU FUNDAMENTAIS

Todo o código sagrado pressupõe a evolução da religião.

Espinhosa é a questão do estudo dos documentos em que se apoiam as religiões, que os consideram textos básicos.

Os livros sagrados do Jainismo são os Agamas, preceitos, e os Siddhânta, tratados. A autoridade dêsses livros é ponto de controvérsia entre as seitas do, Jainismo. A seita Sthanakvase reconhece somente a autoridade de trinta e três documentos, ao passo que a Svetambara reconhece a de quarenta e cinco. Alguns Jainistas reclamam para si uma lista mais ampla, a de oitenta e quatro.

Pensa-se que os primeiros grupos de livros sagrados, foram adotados no Concilio do Patna, 300 a.C. O cânon Jainista propriamente, terminou em 504 da era cristã, no Concílio de Vâlahli.

O budismo possui o Tripitaka, que significa «os três cestos» da sabedoria, e compreende O Vinaya Pitaka, o Sutta Pitaka e o Abhidhamma Pitak.

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O Corão é o livro por excelência do Islamismo. É opinião de alguém, que Maomé não escreveu sequer uma palavra do Corão. Jesus também não escreveu nenhum de seus ensinos.

Mais ou menos um ano após a morte de Maomé, Abu Bekr, seu sucessor, ordenou fosse feita uma nova compilação do ensino do Profeta, conservada pelos seus discípulos. Cêrca de onze ou doze anos mais tarde, após a morte de Maomé, dadas as variantes e confusões que surgiram, quanto aos discursos atribuídos a ele, Otman, o terceiro califa, ordenou uma revisão, e ao mesmo tempo a destruição de todas as cópias existentes, da anterior compilação. Assim sendo, o texto atual do Corão, não é o da primeira edição mas da segunda.

O Avesta é o código sagrado dos persas. Refeito muitas vezes, passou por incontáveis modificações.

O Avesta é o último trabalho dos redatores de várias gerações, desde o tempo do rei Vologese, aquêle de Shapur 11, cujo reinado vai até 379 da era cristã. O último redator foi o arquimago Azer-pad. Observa porém, o Prof. Pizzi, que o critério com que o arquimago Azer-pad realizou a difícil e importante obra, é coisa que não se pode desvendar.

O Novo Testamento precisaria de uma reestruturação. É claro que o assunto ofereceria um campo ou uma tarefa árdua e complexa, pois decorrente dêsse estudo crítico, haveriam de surgir novas considerações e posições diversas sobre Jesus e seus ensinos.

A catequese ou o ensino oral processou-se durante uns 35 a 40 anos após a morte de Cristo, e era muito mais ampla do que fôra fixada nos evangelhos canônicos. Essa catequese larga, que não se encontra nos evangelhos, contém muitas palavras de Jesus, que se acham registradas nos livros chamados apócrifos ou nos livros dos heréticos.

Nenhum concílio, incluído o de Nicéia, 325 a. C., por exemplo, é infalível ao declarar canônico este ou aquêle livro. As descobertas arqueológicas, podem trazer a lume documentos que, provados criticamente conterem palavras de Jesus, devem entrar

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para o cânon. O cânon jamais deve estar fechado, mas sempre aberto.

Vários livros formaram o cânon, e entre eles, o do Apocalípse; no comêço foi difícil reconhecê-lo como dígno de ingressar na lista. Somente com o tempo foi recebido como canônico.

Que dizer dos capítulos 1 e 2 de Mateus e de Lucas, sobre o nascimento de Jesus, que constituem trechos de livros chamados apócrifos? Ficamos pensativos quando nos lembramos que em meados do século V d.C., o bispo oriental Teodoreto de Ciro, fazia constar que mais de duzentos livros «não canônicos» que ainda circulavam na sua diocese, ordenando a sua eliminação e substituição pelos quatro evangelhos.

Não havia nêsses duzentos livros, uma idéia nova de Jesus que devesse entrar para os evangelhos atuais? Por que destruir êsses documentos?

Outro fato notável: em 1945, uma família egípcia encontrou entre as ruínas do cemitério de Khenobioskion, uma jarra de barro cozido, que continha quatorze pequenos volumes de folhas de papiro. Trata-se provàvelmente da biblioteca de uma comunidade cristã, que viveu no Egito, entre o fim do século II e o fim do século IV. A análise revela o título de alguns trabalhos: o Evangelho da Verdade, o Evangelho de Tomaz, o Evangelho de Felipe, o Evangelho de Matias, o Diálogo do Salvador, o Livro Secreto de João, o Apocalípse de Paulo, o Verdadeiro Discurso de Zoroastro, a Sapiência de Jesus, etc.(1) Êstes trabalhos estão sendo publicados.

Eu torno a perguntar, se não haveria nêles algumas palavras de Jesus, que não se encontram nos evangelhos.

O jainismo e o budismo, ao confeccionarem os seus livros, rejeitaram totalmente os Vedas, considerados inspirados pelos hindus.

O cristianismo porém, não repeliu o Velho Testamento, livro sagrado dos judeus, mas recebeu-no no seu cânon, e o considerou de valor igual ao Novo Testamento.

(1) A. Donini, Breve História das Religiões, tradução de Luiz Mario Gazzaneo, pág. 321-322, Editora Civilização Brasileira -- Rio de Janeiro.

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NASCIMENTO

Mahavira (599-527 a.C.), significa grande heroi, e se chama Jaina, que equivale a discípulo de Jina, nôvo título honorífico do seu venerando Vencedor, ou conquistador; era filho de um pequeno rajá da cidade de Vasali, na índia.

Buda (560-480 a.C.), «iluminado», chamava-se Gautama ou Gotama. Era filho de um rico rajá da família de Sakya, da cidade de Kapilavastu, ao norte de Benares.

Jesus, que significa «Salvador» era filho ou descendente de Davi, Mateus 1:1.

Todos eles, como se vê, eram procedentes de família real ou nobre.

Um livro sobre Jina, escrito cêrca de 1.000 anos depois da sua morte, ocupou-se principalmente dos milagres vinculados com o seu nascimento, como por exemplo, os quatorze sonhos maravilhosos de sua mãe, interpretados como profecias, que lhe nasceria um filho prodigioso, súbita prosperidade da famílias e muitas circunstâncias favoráveis ao seu nascimento.

Jina era reverenciado como onisciente. Conhecia o pensamento de todos os sêres. Possuia conhecimento e intuição ilimitados.

Lao-Tse (604-517 a.C.), nasceu na província de Honan, na China Central, uns 50 anos antes de Confúcio.

Lao-Tse foi contemporâneo de Confúcio, de Zoroastro, de Jina e de Buda, e também dos grandes profetas hebraicos do destérro: Jeremias, Ezequiel e Isaías.

Lao-Tse, «velho menino» por haver nascido de cabelos brancos e ter sido preconcebido sábio; afirmou-se que o seu nascimento foi sobrenatural, não de criança, mas de pessoa adulta, e que esteve no ventre de sua mãe pelo espaço de 72 ou 81 anos.

Mâyâ, mãe de Buda, sonhou a respeito da concepção não humana do filho e do seu nascimento sobrenatural de uma rainha mãe, que tinha 45 anos.

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Seu filho nasceu para o bem do mundo, sem dor, nem enfermidade. Assim foi o seu maravilhoso nascimento e muitos prodígios acompanharam o seu aparecimento. Um santo hindu profetizou a futura grandeza do menino, como Simeão com respeito a Jesus.

O nascimento de Jesus foi miraculoso, Lucas 1:2. O anjo anunciou a Maria que daria à luz um filho, concebido pelo Espírito Santo e Filho de Deus.

Mateus, capítulo 2, conta que os magos do oriente o visitaram com suas especiarias e regressaram à Pérsia, sua terra.

Jesus revela grande sabedoria, Lucas 2:52, no seu crescimento -- 2:40. Os doutores do templo maravilharam-se do seu conhecimento, tendo Ele apenas 12 anos.

Zoroastro (660-583 a.C.), teve também o seu nascimento sobrenatural. A glória de Ahura Mazda transmitiu-se à jovem que veio a ser sua mãe, com 15 anos de idade.

Inúmeras maravilhas se realizaram com a jovem. A vida do menino foi miraculosamente preservada muitas vêzes. Na conversação, quando menino, Zoroastro já manifestava sua sabedoria, maravilhando a todos pela sua inteligência poderosa e circunspeção, face as outras crianças da mesma idade.


A TENTAÇÃO

Buda foi tentado por Mâra, para deixar sua missão em prol da humanidade, porque ela percebeu que seria salva pela sua doutrina e exemplo. Porém Buda resistiu a essa tentação e prosseguiu no seu ideal.

Zoroastro, de igual modo, teve que se submeter à tentação de Anra Many, que é o supremo espírito hostil, quando iniciou, aos 30 anos, a sua vida pública.

Sabendo que Zoroastro recebera o Avesta, o livro sagrado, das mãos de Ahura Mazda, e que salvaria as criaturas humanas por toda a forma, procurou dissuadí-lo do seu propósito, tentando-o, mas Zoroastro venceu.

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Jesus, ao iniciar o seu ministério público, foi levado para o deserto a fim de ser tentado pelo Diabo.

Os Evangelhos Sinóticos registram a narrativa dessa provocação, Mateus 4:11; Marcos 1:12-13; Lucas 4:1-13.

No tocante a tentação, há muitas semelhanças entre Cristo, Buda e Zoroastro. Jesus também venceu a tentação e realizou o seu ministério de salvação.

Não deixam de impressionar tais acontecimentos, tão semelhantes, que se deram com êsses iluminados, ao se entregarem à tarefa de conduzir os indivíduos ao alvo supremo.

Atribui-se a êsses três fundadores de suas religiões, uma natureza divina.

De Buda, dizem os seus discípulos, que não teve faltas, e foi o mais nobre dos homens, como o mesmo Indra. Os sêres celestiais, como Brahma... o adoram, buscando o seu favor. Os deuses e os homens o adoram como ao «Grande que transcende o tempo». Não há no momento nada que o iguale.

Zoroastro teve origem sobrenatural, e é, juntamente com Deus, Ahura Mazda e outros sêres canônicos, dignos de adoração religiosa. Foi Zoroastro o mais sábio de todos os sêres em perfeição e em santidade. Pré-existiu 3.000 anos antes do seu nascimento físico, vivendo durante êsse espaço de tempo com os arcanjos.

Jesus é considerado divino, Filho de Deus, sem pecado e com atributos iguais a Deus e ao Espírito Santo. Jesus fêz referencia a sua pré-existência: «Antes que Abrão fosse eu sou», João 8:58.

Todos os outros reformadores declararam que eram homens. Somente Jesus asseverou que era Filho de Deus, e Deus portanto. Possuia uma natureza humana, santa. Os Evangelhos contêm afirmações suas a respeito da sua natureza divina. «Eu e o Pai somos um», João 10:30; «Quem me vê a mim, vê o Pai», João, 14:9; «Quem me acusará de pecado?».

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Ele foi um reformador. Não veio destruir a Lei, nem os Profetas, mas completar, Mateus 5:17. O Mestre deu à religião uma interpretação divina e universal.

Estes três vultos apresentam, como vimos, não só muita semelhança entre si, mas também, diferenças.


O SEXO FEMININO

O sexo feminino é absolutamente condenado nos livros do Jainismo.

Mahavira, para quem as mulheres eram a causa de todo o ato pecaminoso, viu o verdadeiro estado do mundo.

As mulheres são a maior tentação do mundo. Isto declara o sábio. Ele não deve falar de mulheres, nem olhá-las, nem conversar com elas, nem reclamá-las como suas, nem fazer o seu trabalho.

Não obstante, admitia-se as mulheres como monjas, em ordem monástica, à parte.

A posição de Buda, nêsse assunto, não é diferente. Um discípulo do Mestre, de nome Ananda, que era para com Buda o que João fôra para com Jesus, interrogou-o certa vez, como deveria comportar-se em relação às mulheres:

«Não olhar para elas, Ananda.
Mas se não pudermos deixar de olhar para elas?
Não falar com elas, Ananda.
Mas se não pudermos deixar de falar com elas?
Toma muito cuidado, Ananda».

Em outra feita, Ananda perguntara porque não queria conceder às mulheres o mesmo grau e os mesmos direitos dos homens. Buda respondeu:

«Ruins, Ananda, são as mulheres, ciumentas, Ananda, são as mulheres, estúpidas, Ananda, são as mulheres».

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Pertence a Buda também êste conceito:

«As armas das crianças são as lágrimas, as armas da mulheres, a cólera».

Jesus tinha uma atitude diferente para com a mulher. Digna de melhor sorte, pois de sobejo fôra escrava e incompreendida no mundo, precisava reerguê-la e colocá-la em seu lugar honrado, como mãe do gênero humano.

A mulher é a humanidade.

Da mulher cananéia, Jesus elogiou a fé, quando esta lhe fêz o pedido para que curasse sua filha, Mateus 15:22-28.

Indo ao poço de Jacó para estancar sua sêde, travou palestra com a mulher samaritana, considerada gente desprezível pelos fariseus. Com êsse encontro quebrou o preconceito que havia entre o homem e a mulher, João 4:6-30.

Quando trouxeram a Jesus certa mulher apanhada em adultério, a qual deveria ser apedrejada, o Mestre a defendeu e a despediu em paz, João 8:3-11.

A outra que lhe lavara os pés com lágrimas e os enxugara com seus cabelos, Jesus despediu tranquilamente, salvando-a, Lucas 7:37-48.

Cristo curou muitas mulheres que lhe agradeciam e o auxiliavam na sua tarefa, Lucas 8:2-3.

Não muito afastadas da cruz estavam algumas mulheres, Mateus 27:55-56. Outras encontravam-se ao seu lado na hora de morrer, João 19:25.

Após a sua ressurreição, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, João 20:11-17.

Êle socorria as mulheres como a qualquer outra criatura. Simpatiza-se com elas, dado o seu sofrimento.

Jesus, como universal, não tinha preconceito.

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FALTA DE DADOS HISTÓRICOS

Não se conhece o dia, mês e ano do nascimento dos fundadores das religiões que vimos estudando. A data exata é incerta, duvidosa; vacila por esta expressão «mais ou menos».

Quanto a Jesus, dá-se o mesmo fenômeno. Não se sabe o dia do seu nascimento, não se conhece o mês, e, o que é mais grave, nem o ano.

Outros dados indispensáveis sôbre Cristo são desconhecidos. As opiniões populares nêsse sentido, variam como havemos de observar.

O ano certo do nascimento de Jesus é ignorado.

Dionísio, «o pequeno», no ano 532 da era cristã, propôs chamar «um» o ano do nascimento de Jesus, computando os anos decorridos, segundo o modo dos latinos e dos bárbaros. Sabendo-se que Jesus nasceu quando Herodes era vivo, os estudiosos estão de acôrdo em afirmar, que na verdade, a morte de Herodes deu-se vários anos antes da era chamada cristã. Ignorando-se ao certo a data da morte de Herodes, não se pode saber também a data do nascimento de Jesus. Pensa-se que Jesus nasceu no ano 748 de Roma, ou 6 anos a.C. Outros propõem 4 anos a.C. Somente em época posterior, a Igreja Cristã comemorou o Natal no dia 25 de dezembro. Outras datas foram propostas, como 28 de março, 18 e 19 de abril, 29 de maio. No Oriente, continuava-se a aceitar, em geral, o dia 6 de janeiro, no qual passou a ser comemorada a festa da Epifânia.

Crisóstomo foi o primeiro no Oriente, a lembrar a data de 25 de dezembro. Quanto ao Ocidente, parece que se deve a Libério, bispo de Roma 550, a instituição da comemoração natalícia nesta data fixa.

É a seguinte a razão por que o nascimento de Jesus é festejado no dia 25 de dezembro: os romanos, de acôrdo com seu calendário do IV século, consideram aquela data como a da fundação do templo edificado em Roma em 274, pelo imperador Aureliano, consagrando esse dia à festa anual do «sol invictus», o deus solar da cidade de Palmira.

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Fortificando-se o cristianismo, foi evidente e espontânea a passagem da celebração do «deus solis» para o natal de Jesus, o «sol da Justiça», Malaquias 4:2. 1

Quanto ao local do seu nascimento, as opiniões divergem.

Mateus 2: 1, afirma que foi em Belém de Judéia e tem o apoio de quase a totalidade dos cristãos.

O Prof. Hartimut Stegemann, da Universidade de Bonn, defende a idéia de ter Jesus nascido em Carnaum.

Outros entendem que ele nasceu na cidade de Nazaré. Alguns ainda, afirmam ter Jesus nascido em outro local, na Galiléia.

Relativamente à sua infância, sabe-se muito pouco. O Evangelho de Marcos, o mais curto e o mais antigo, nada diz da infância de Jesus.

S. Pedro, no seu discurso em Atos, 1:22, fala do comêço do Evangelho com a apresentação do Batista.

João, 19:25-27, que levara Maria para a sua casa e que deveria saber muito nêsse sentido, silencia.

A não ser por intermédio de Lucas, 2:40-52, aliás o único a se referir que Jesus com 12 anos, estêve, entre os doutores do templo, nada mais se sabe sôbre o ocorrido durante os 30 anos da sua existência, quando ele aparece para anunciar a sua doutrina.

Onde estêve Jesus êsses 18 ou 30 anos? Há um silêncio profundo, um mistério em tôrno dEle. Problema intricado que talvez não tenha solução.

As opiniões, também aqui, variam muito.

Uns afirmam que Ele estêve na Grécia, na Pérsia, no Egito e na India, aonde conseguiu grandes conhecimentos. Outros ainda são de opinião que Ele não saiu da Palestina, tendo, porém, estado entre os essênios.

Há quem julgue que a sua vida pública somente durou menos de um ano, talvez apenas três ou quatro meses, e não três anos conforme se crê.

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De igual modo no tocante ao ano da sua morte, as opiniões divergem. os primeiros cristãos da Anatólia, sustentavam que a crucificação de Jesus se verificara em 45, na época do imperador Cláudio, e que Jesus morrera com 49 anos e não com 33 como se afirma pela versão oficial.

Por essas e outras razões, críticos há que entendem que Jesus é um enígma.

Os papiros do Mar Morto poderão trazer, com o correr dos tempos, luzes sôbre êsses vários assuntos.


O SERMÃO DO MONTE

O Sermão do Monte é a quinta-essência dos ensinamentos de Cristo.

Lucas e Mateus tratam dêsse sermão, sendo que o registro mais amplo é encontrado no livro de Mateus, capítulos 5 a 7.

As lições que ele encerra são sobremaneira importantes.

Buda também tem o seu Sermão de Benares, que pode ser confrontado com o de Jesus.

É assim constituído, dada a tradução do PâIi, confrontado com o texto sânscrito, segundo o Prof. C. Farmichi:

«Ó monges, há dois extremos, dos quais quem quer dedicar-se à vida espiritual, deve conservar-se igualmente longe. Quais são êstes dois extremos? Um, é uma vida de gôzo, dedicada ao lazer e ao prazer; ela é vil, ignóbil, contrária ao espírito, indígna, vazia. O outro extremo é uma vida de auto maceração; essa é dolorosa, indígna, vazia. Dêsses dois extremos, ó monges, o Bemvindo conservando-se igualmente longe, descobriu uma via que está no meio, e que abre os olhos, a inteligência, conduz à paz, ao conhecimento, à lúcida visão intuitiva, ao Nirvâna. E qual é, ó Monges, esta via que está no meio, que o Bemvindo descobriu, a qual abre a inteligência, conduz à paz, ao conhecimento, à lúcida visão intuitiva, ao Nirvâna? Ela é a santa via que consiste em oito virtudes, ou seja: reto ver, reto pensamento, reta palavra, reta ação, reto modo de viver, reto esfôrço, reta lembrança, reta contemplação. Esta é, ó monges, a via que está no meio, que o

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Bem-vindo, a qual abre os olhos, abre a inteligência, conduz à paz, ao conhecimento, à lúcida visão intuitiva, ao Nirvâna.

E eis, ó monges, da dor, a nobre verdade: cheio de dor é o nascimento, cheia de dor é a velhice, cheia de dor é a doença, cheia de dor é a morte; cheio de dor é estar junto de quem não te é querido, cheio de dor é estar separado de quem te é querido, dor de te trazer tudo o que desejas e que não obtens; enfim, os cinco elementos que originaram o apêgo a existência, são dor.

E eis, ó monges, a nobre verdade da origem da dor: é a sêde que leva a renascer, que acompanha a alegria e apegos, que, ora aqui, ora ali, encontra o seu prazer: a sêde de prazeres, a sêde da vida eterna, a sêde da eterna morte.

E eis, ó monges, a nobre verdade da supressão da dor: a emancipação inteiramente daquela sêde, abandonando-a, expulsando-a, desvestindo-se dela, não lhe dando mais quartel.

E eis, ó monges, a nobre verdade do caminho que leva à supressão da dor: essa é a santa via consistente em oito virtudes que são: reto ver, reto pensamento, reta palavra, reta ação, reto modo de viver, reto esfôrço, reta lembrança, reta contemplação.

I -- «Tal é a nobre verdade da dôr»; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.

II -- «Esta nobre verdade da dor precisa ser compreendida pelos homens»; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.

III -- «Esta nobre verdade da dor eu a compreendi»; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.

I -- «Tal é a nobre verdade da origem da dor; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes

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conceitos, dois quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

II -- «Esta nobre verdade da origem da dor precisa ser compreendida pelos homens; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

III -- «Esta nobre verdade da origem da dor eu a compreendi; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

I -- «Tal é a nobre verdade da supressão da dor; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

II - «Esta nobre verdade de supressão da dor precisa ser compreendida pelos homens; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

III -- «Esta nobre verdade da supressão da dor, eu a compreendi; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

I -- «Tal é a nobre verdade do caminho que conduz à supressão da dor; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

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II -- «Esta nobre verdade que conduz à supressão da dor, precisa ser compreendida pelos homens; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sôbre êstes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-seme a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

III - «Esta nobre verdade do caminho que conduz à supressão da dor, eu a compreendi; assim, ó monges, dizendo a mim mesmo, abriram-se-me os olhos sobre estes conceitos, dos quais ninguém antes me havia deslumbrado, abriu-se-me o intelecto, abriu-se-me a razão, mostrou-se-me a ciência, relampejou-me à vista da verdade.»

«E enquanto, ó monges, eu não possuia na sua clareza esta duo décupla e por tríplice divisa do conhecimento e entendimento veraz das quatro nobres verdades, eu não podia sentir, ó monges, haver alcançado a mais alta e perfeita sabedoria que jamais fôsse possível nêste mundo e nos mundos celestes, no mundo de Mâra e de Brahma, entre todos os sêres, ascetas, brahmanes, deuses e homens.»

«Mas, desde que, ó monges, possuo na sua clareza esta duo décupla e por tríplice divisa do conhecimento e entendimento veraz das quatro nobres verdades, eu sinto já, ó monges, ter chegado a mais alta e perfeita sabedoria que é possível adquirir nêste mundo e nos mundos celestes, no mundo de Mâra e de Brahma, entre todos os sêres, ascetas, brahmanes, deuses e homens. E conheci e vi: a minha alma para sempre se libertou; êste é o meu último nascimento; não são mais possíveis para num os renascimentos».

O próprio Prof. Formichi se encarrega de mostrar a semelhança e a diferença entre o célebre Sermão de Benares de Buda, e o Sermão do Monte, de Cristo.

O Sermão de Benares, com as suas enumerações várias, quanto mais lido, mais dúvidas traz, e as idéias se acumulam na mente. Diferente é o Sermão da Montanha, na sua forma, onde domina a clareza, sendo relativamente a ele, supérfluo qualquer comentário; no meio de sua divina harmonia e prosa, vê-se a

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mais eleita poesia. Convém, porém, sermos imparciais e dar a cada um o que merece. Buda procede por síntese, no seu Sermão; Jesus por análise no Sermão do Monte; Buda propõe e apresenta os temas, Jesus desenvolve e esgota; Buda, calmo e pacato, arrazoa; Jesus, inspirado e concitado, fala aos corações. Observai quantas variações faz Jesus sôbre um só tema, por exemplo, aquêle da pureza da intenção íntima e escondida, não da ação externa e clara, qual norma suprema da moralidade; não basta abster-se de matar, é preciso não dizer raca ou louco ao próprio irmão; é necessário abandonar internamente tôda a ira contra ele, reconciliar-se com ele; não cometer, materialmente, o adultério, não basta; é preciso não desejar nem de longe a mulher de outrém; não é mérito dar esmola em público, é preciso fazê-lo de modo que a mão esquerda não saiba o que faz a direita; é hipocrisia orar diante dos homens nas igrejas, ostentando temor de Deus; é necessário entrar no próprio quarto, fechar e mostrar no aspecto exterior os sinais dêsse sacrifício; convém, quando se jejua, ungir à cabeça, lavar o rosto e aparecer calmo e alegre.

Esta forma de ensinar chama-se, e é análise. Tomai o Sermão de Benares e encontrareis o mesmo princípio estatuído, em fórmula concisa, que como qualquer outra palavra daquele sermão, exige amplas declarações, longos comentários. Buda contenta-se em dizer, pelo muito que Cristo diz, simplesmente: «reto pensamento, reta palavra, reta ação». Esta outra maneira de ensinar, chama-se e é síntese. Sei que geralmente a análise agrada mais do que a síntese, como a Ave Maria de Gounod comove mais corações, do que o tema de Bach sôbre o qual foi bordada aquela suavíssima melodia. Porém, em Bach, há mais música do que em Gounod. Comentai o Sermão de Benares e sereis edificados. Jesus é grande naquilo que disse, Buda naquilo que faz pensar e dizer. Jesus age direta e imediatamente. Buda por sugestão. Jesus usa uma linguagem eloqüente e é o discípulo dos antigos profetas de Israel. Buda utiliza-se do sûtra, da concisa fórmula científica dos brahmanes, dos quais ele é discípulo e herdeiro. Demos então a Jesus aquilo que pertence a Jesus, e a Buda aquilo que pertence a Buda.

O Sermão do Monte é para nós uma jóia, como bem demonstra a comparação que acabamos de fazer.

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AS PARÁBOLAS

Jesus não inventou a parábola. Ela é uma figura universal. Aristóteles a mencionou na Retórica, ao lado da fábula, declarando que ambas são meio de persuasão.

As parábolas aparecem no Velho Testamento e na literatura rabínica que se conserva no Talmud. Célebre foi o rabi Hillel, a quem os judeus consideram o mestre dos parabolistas.

O Mestre aperfeiçoou êsse gênero de literatura. As parábolas de Jesus representam uma volta à natureza. Por isso Oscar Wilde chamou Jesus, o fundador do romantismo.

Jesus quis imprimir nas parábolas a parte viva do seu ensino. Na realidade, elas são o «evangelho».

Para se conhecer a base do pensamento de Jesus e do seu ensino, é indispensável aprofundar o conhecimento das parábolas.

Se os evangelhos viessem a desaparecer, com exceção das parábolas, o espírito do evangelho permaneceria.

Na literatura universal não se encontra coisa mais bela do que as parábolas de Jesus. Por isso alguém o definiu como «o maior dos poetas». As parábolas são joias da literatura cristã.

Pedro deixou impresso num dístico, que o propósito das suas fábulas era provocar o riso. Ao contrário, as parábolas de Jesus, pérolas celestes de sabedoria, conduzem o indivíduo à admiração, à concentração e à meditação.

As parábolas foram compostas com tão delicada arte, que se pode afirmar não terem elas uma palavra a mais, nem uma palavra a menos.

Nessas pequenas e variadas narrativas vive Jesus.

Buda proferiu inúmeras parábolas e uma delas é conhecida como a do Filho Pródigo.

O Evangelho Lotus narra que um moço deixou a sua casa por 50 anos, durante os quais seu pai enriqueceu, enquanto que o filho permaneceu pobre. Êle volta e faz para seu pai trabalhos mesquinhos, mas não o conhece. O pai, sim, o reconhece, mas

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se oculta. Entretanto, por ocasião da sua morte, deixa-lhe todos os seus haveres.

Aquêle Evangelho termina com uma aplicação religiosa.

«Assim também, ó Senhor, nós representamos os filhos do Tathâgata e o Tathâgata diz-nos: vós sois os meus filhos, como fêz o pai».

Pensa-se que Lucas colheu dados no Budismo. Parece que devido ao fato de ter colhido o material na Perea, onde o judaísmo não revelava certa influência, enquanto que a civilização grega tinha aí grandes centros, dada a passagem das caravanas para o oriente.

A parábola de Lucas sôbre o Filho Pródigo, encontra-se no capítulo 15:11-24.


O PAI NOSSO DO ZOROASTRISMO

Santíssima, entre tôdas as orações, estranhas às Gâthas, mas escrita em dialeto gâthico, é esta oração dos persas, Ahuna Vairya, assim denominada pelas palavras com que começa yathâ ahú viaryô.

Em todos os tempos o piedoso persa tem começado os seus sacrifícios ou cerimônias religiosas e tôdas as suas ocupações, desde as mais ordinárias, com esta breve invocação, podendo ser comparada com a fâtijiha dos muslimes ou ao ôm dos brâmanes. Zoroastro pronunciou-a pela primeira vez; não se conhece, porém, sua origem; é a palavra eterna de Ahuramazada (Yaçna, 19); é a espada mais forte com que o anjo Serosh vence as trevas, a mais poderosa de tôdas as fórmulas sagradas (Yaçna, 57, 22) que serve para afugentar os demônios (Vend. 19,2).

No Vendidad determinam-se alguns casos em que se deve recitar esta oração; em alguns deles quatro vêzes (Vend. 10, 11, 11, 11, 18, 43) ou três, ou até nove vêzes (Vend. 17, 6, 11, 38). O maior número de vêzes em que deve ser recitada, é quando uma casa está contaminada pela presença de um cadáver; a pessoa que o tocou deve recitá-la duzentas vêzes (Vend. 19, 22)(1)


(1) Garcia Ayuso Fr., Los Pueblos Iranios y Zoroastro, Madri, 1874, pg. 122.

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Damos a tradução desta oração:

«Como Ahura Mazda é Senhor pela sua própria vontade, assim ele é também moderador pela fôrça da sua própria santidade.

Os dons do bom espírito são frutos das boas obras realizadas no mundo que pertence a Mazda.

A Ahura pertence a soberania do mundo, a soberania que ele deu qual defesa a tôdas as misérias aqui em baixo».(2)

O sentido desta oração, que tem valor de fórmula mágica potentíssima, é obscuro e incerto, no sentir de Pizzi. Há várias traduções, mas tôdas diferentes, como sejam a de Anquetil de Purron, de Oppert, de Roth, de Spiegel, de Haug, de Justi, de Harlez, de Kossowiecz(3)


O PAI NOSSO DO ISLÃ

Esta sura, hino belíssimo de louvor a Deus, malgrado a sua brevidade de sete versos apenas, está colocada no comêço do Corão.

É tal o seu valor que o célebre arabista Goldziher a denominou o Pai Nosso do Islam(1)

Eis como está concebida a oração:

«1 -- No nome de Deus, clemente, misericordioso!
2 --
Louvor a Deus, o Senhor do Criado!
3 -- O Clemente, o Misericordioso!
4 -- O Protetor do dia do Juízo!
5 -- A Ti nós adoramos, a Ti invocamos em auxílio;
6 -- Guia-nos pela reta via;
7 -- A via daqueles sobre os quais derramaste a tua graça, a via daqueles com os quais não estás irado, a via daqueles que não vagueiam no êrro!»

Comparemos agora essas orações com o «Pai Nosso» de Cristo:

Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome;


(2) Pizzi L, Zarathustra, L'Avesta, Milano, 1914, pág. 156, 157.
(3) Hovelacque, Avesta, pág. 452, 454.
(1) Il Corano: traduzione, introduzione e commento de A. Bausani, p. Firenze,

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Venha o Teu reino, faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje;

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;

E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém.

Vemos que a oração de Jesus é mais precisa, é mais humana e universal, é mais divina e espiritual.


DEUS, PAI

Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, Gênesis 1:26-27.

Deus é portanto seu Pai. Ele não é Pai somente de uma parte do gênero humano, mas de tôdas as criaturas: Deus é Pai universal. Todos os homens constituem uma só família, e Jesus expressou essa união na frase: «Pai nosso», Mat. 6:9.

Nos livros do judaísmo, há vinte e oito passagens em que se faz alusão a Deus ou a Jeová como um Pai, porém, sempre como Pai do povo de Israel ou daqueles que o temem, Salmo 103-13.

Porém, na evolução progressiva da concepção de Deus, Jesus, seu intérprete por excelência, apresenta-O com a característica de Pai; encontra-se o nome Pai nos evangelhos, cêrca de cento e cincoenta vêzes, em diversas circunstâncias:

«O Pai», encontra-se em sessenta e um versículos;

«ó Pai», em oração a Deus, em dezessete versículos;

«Meu Pai», em cinqüenta versículos;

«Vosso Pai», às vêzes, «vosso Pai celestial», em dezoito versículos;

«Pai Nosso», em Mateus 6:9 e Lucas 11:2.

Em resumo, o termo Pai, referindo-se a Deus, é encontrado aproximadamente trezentas e tantas vêzes no Nôvo Testamento.

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São Paulo também empregou este pensamento de grande valor: « ... Há um só Deus, o Pai», 1 Cor. 8:6.

Pai é uma palavra que mostra o infinito amor de Deus para com as suas criaturas. «Êle amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho», João 3:16. Quando Jesus quis dar um exemplo do afeto paternal de Deus, ensinou a sublime parábola do Filho Pródigo, Lucas 15:11-24. Se um pai terreno ama seu filho, Deus, como Pai, o ama muito mais.

Deus como Pai é também uma concepção familiar entre os hindus. O Rig-Veda escreve: «Sê próximo a nós como um pai para seu filho, habita conosco, ó Senhor, resplandecendo e abençoando-nos», 1, 1, 9.

O Yagur-Veda igualmente diz: «Ó Senhor, tu és nosso pai, instrui-nos como um pai», XXX VII, 20.

Um dos deuses do céu chama-se Dyaus Pitar -- «o Pai Céu». No Rig-Veda encontramos estas palavras: «o céu é meu Pai, Progenitor! Ali está a minha origem», I:164:33.

Porém, R. E. Hume, observa que o Nôvo Testamento é o único documento entre os livros canônicos religiosos do mundo, que ensina ser a Suprema Divindade, um Pai Celestial universal.(1)


O CRISTIANISMO RELIGIÃO UNIVERSAL

Quando digo Cristianismo, não me refiro ao dos nossos tempos, que é um Cristianismo pesado, sobrecarregado de teologia e de doutrinas, mas refiro-me ao Cristianismo do Nôvo Testamento, e de modo muito particular ao Cristianismo de Cristo, como se encontra nos Evangelhos, que, embora, não registrem tudo quanto Jesus ensinou, disse e praticou (João 20:30, 31; 21:25, Atos 1:1), são contudo a parte mais viva, mais espiritual e, podemos dizer, inspirada, não só de todos os livros religiosos do mundo, mas também de tôda a Bíblia.

O Cristianismo tem características que o revelam como a Religião Universal.


1961, pág. 3, 501, 502.
(1) Roberto Ernesto Hume, Las Religiones Vivas Versian por M. Beltoy, Buenos Aires, 1931, pág. 283.

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É a religião que encara o indivíduo, seja quem for, homem ou mulher, grande ou pequeno, rico ou pobre, livre ou escravo, sábio ou ignorante, feliz ou desgraçado, e procura resolver os seus problemas complexos: materiais, sociais, intelectuais, morais e especialmente espirituais, no presente e no futuro. Se outras podem resolver alguns dêsses problemas, o Cristianismo, não como uma religião, mas a religião, tem poder para esta tarefa divina.

O Cristianismo satisfaz a todas as aspirações da alma, na vida presente e na vida futura.

Damos algumas características:

O termo «Evangelho» sintetiza a religião de Jesus, Marcos 16:15.


RELIGIÃO DE «SALVAÇÃO»

A obra de Cristo se resume no termo «salvação».

O verbo «salvar» em primeiro lugar significa simplesmente «sarar», «livrar da doença», Marcos 6:56, Lucas 6:9. Em segundo lugar, o verbo exprime o oposto de estar perdido, de «ter-se extraviado», como ovelha errante que precisa ser reconduzida ao aprisco, Lucas 15:4. Dêste sentido próprio ao figurado, de um extravio moral e de um reconduzir ao verdadeiro caminho, a distância é pequena: «Não sou enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel», Mateus 15:24. Assim, «salvar» exprime duas idéias: a da cura e a de ganhar o indivíduo moralmente.

A religião salvadora encara o indivíduo em tôdas as suas três partes: corpo, alma, espírito, 1 Tess. 5:23, ou em duas partes, considerando os termos «alma» e «espírito» como sinônimos.

Jesus, revelou no homem, a alma, uma parte preciosa que pode viver eternamente feliz com Deus, e que não tem o destino do corpo, isto é, não morre. A outra parte, também importante, o corpo, precisa ser mantido, nutrido, conservado com saúde. Tudo faz o homem, em favor do seu corpo, e às vêzes com tal intensidade, que descura da outra parte do seu ser, isto é, da alma.

Preocupa-se o homem cristão com a saúde, fundando hospitais, asilos, orfanatos, casas de socorros ou sociedades benefi-

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cientes, tudo fruto do ensino do Mestre. Não descuida também do cérebro, mas alimenta-o, cuida dêle, instruíndo-o com conhecimentos, visando, desde a instrução primária até a mais elevada possível. A instrução é luz, é fôrça, é alimento, a instrução é divina. A ignorância, é egoísmo, é guerra, é crime.

O homem possui outra parte superior que é o órgão do espírito, com o qual como antena, apanha as ondas da revelação espiritual de Deus e de Jesus. O cristianismo não asfixia, mas, ao contrário, apresenta o horizonte largo, imenso, infinito, de modo que nas religiões passadas e nas consciências presentes, tem a criatura um campo vasto onde pode enriquecer e alimentar êste instrumento, pelo qual se apanham e se alcançam as bênçãos, e o alimento para a consciência. É a faculdade com a qual se aferra a Deus.

Só o cristianismo humano preocupa-se em salvar a alma, e não encara o homem em seu todo. A religião salvadora de Cristo é diferente da religião dos homens.

Compete ao cristianismo executar as leis que visam o bem estar de tôdas as criaturas, na expressão, igualdade e fraternidade, e em tudo quanto se relaciona com o indivíduo, seja ele quem for, na esfera material, intelectual, moral e espiritual.

O mundo em que vivemos é a primeira fase do céu, e o cristianismo o traz, conservando-o para o bem de tôdas as criaturas; quando o indivíduo morre, passa para a outra fase do céu, mais viva, mais espiritual e eterna.

Poderoso é o evangelho da salvação, Efésios 1:13.

Jesus deixou estas palavras imortais:

«Eu sou o caminho, a verdade e a vida».

Êle é o elo entre as criaturas e o Criador.


RELIGIÃO DO «PODER DE DEUS»

A religião dos homens tem fôrça, poder, para destruir. Há a religião do egoísmo, do ódio, da separação e da destruição. Vimos tudo isso na guerra há alguns anos terminada, e

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o quanto pôde a fôrça humana, o ódio destruiu a civilização, ceifando milhares de vida, sacrificando lares e sêres humanos. Se tôda essa fôrça fôsse expendida para o bem da humanidade, ter-se-iam solucionado os problemas da geração presente e alguns da geração futura. Porém, tôda a fôrça humana é incapaz de resolver os males que há no mundo e que cada indivíduo traz dentro de si. Só o poder de Deus tem capacidade para tudo isto.

Mentalidades bem intencionadas, no correr dos tempos, têm-se preocupado em resolver os múltiplos problemas dos sêres humanos, procurando mudar as coisas, transformar os homens fazendo-os melhor, mas, infelizmente, debalde.

Tem-se recorrido à instrução, para tornar o indivíduo melhor e fazê-lo feliz, supondo-se que quanto mais instruído, melhor saberá evitar o êrro e praticar o bem. Mas a instrução somente, pôsto que útil e fator importante, não muda a natureza do indivíduo de modo radical, transformando-o para melhor. Foram os países mais cultos, aquêles que provocaram a guerra que assolou a humanidade. Os resultados mais positivos e úteis da ciência foram empregados na causa da dor, da morte, do extermínio. Aí se encontra a bomba atômica que impôs a paz pelo temor, mas não pela persuasão... Uns receberam o termo paz, como alegria e vida, outros o receberam como sinônimos de escravidão.

Outro processo utilizado pelo homem para formar o indivíduo, é o castigo, o cárcere, aplicado na suposição de que, com o sofrimento, mudará de pensamento e de disposição. O castigo pode trazer como corretivo, algum benefício, conforme a índole da pessoa, mas é forçoso confessar, que em regra, não converte a pessoa intimamente.

Há criminosos que saem do cárcere depois de muitos anos, sem ter mudado de ânimo, sendo o mesmo indivíduo de antes. O castigo não transforma, mas esmaga a criatura.

Outro processo ainda, é o do conselho, das lágrimas. Há, porém, corações insensíveis às lágrimas. Este é um remédio que pode curar a «enfermidade», mas não o «enfêrmo».

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A religião do -- «poder de Deus», Romanos 1:16, converte, transforma o indivíduo. Cria um «mundo novo» dentro do coração, uma nova mentalidade e disposição de espírito. A história das conversões está cheia de exemplos de indivíduos convertidos pelo poder de Deus, como o caso de Santo Agostinho. «O evangelho é o poder de Deus para salvar todo aquêle que nele crê», Romanos 1: 16.

A religião do «poder de Deus» opera milagres de conversões e reabilitações.


RELIGIÃO DA «GRAÇA DE DEUS»

A Religião da «graça de Deus», Atos 20:24, é a religião da energia.

O termo «graça» tem o sentido de energia divina, Atos 6:8. É a religião, poderíamos dizer, que se localiza em todas as faculdades do indivíduo: no coração, no cérebro, no corpo, 1 Coríntios 6:20. Aquêle que pratica a religião da «graça de Deus», torna-se fonte de bênçãos para muitos, pois, através da sua pessoa, da sua vida, de suas atitudes, expande essa bênção e energia espiritual.

Cada membro do «reino de Deus», reino do «bem», é um portador das bênçãos dêsse reino. Como Cristo tinha energia própria, inerente, Lucas 8:46 e por ela curou uma pobre enferma, o «cristão» que recebe energia em contacto com Cristo e pratica essa religião da «graça de Deus», transmite bênçãos através da sua vida, podendo assim curar muitas moléstias morais e espirituais. A experiência de muitos cristãos que praticam os ensinos de Jesus, é de que são uma bênção para si e para seus semelhantes.

Infelizmente, muitos que afirmam ser religiosos, têm uma religião para si, e uma religião egoísta e morta para os outros. É uma religião sem energia divina, pôsto que humana, e por isso mesmo infrutífera.

O homem deve ser veículo da «graça de Deus».

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RELIGIÃO DO «AMOR»


A religião do «amor», como é natural, repele de início a religião do egoísmo, que traz tanta infelicidade aos homens. A religião do amor, expulsa do coração, centro de emoções e disposições, êsse cancro que escravisa o indivíduo e a sociedade.

Os gregos conheciam o termo irmão, mas era uma palavra para eles quase vazia de sentido. Cristo usou-a, mas encheu-a da sua própria personalidade e ação. Os judeus também tinham o termo irmão, próximo, mas cavavam um abismo entre si e o estrangeiro, o gentio. Jesus nivelou a todos sob o manto de um só Deus e Pai de todos. Para Ele todos são iguais, Col. 3:11.

Se Deus amou o mundo, a todos, Jesus, amou as criaturas, a ponto de entregar-se em holocausto; é natural que tôdas as criaturas sejam ligadas pela faixa, veículo do amor e do amor fraternal.

Religião sem amor é como cadáver, sem vida. Paulo, intérprete profundo de Jesus, fala do amor usando expressões e figuras especiais, que não são encontradas em outros livros religiosos do mundo. Diz ele que o amor tudo crê, tudo espera, tudo suporta e nunca acaba, 1 Cor. 13:7, 8. E, na sua vida de cristão, procurou por em prática essa religião do amor.

Chega ele a emprestar ao amor, a idéia de dimensões, Efésios 3:18, 19. O amor tem «largura» e com isto significa que abrange a tôdas as raças, povos, indivíduos da superfície do globo, onde quer que se encontrem.

O amor tem «comprimento», significando com essa idéia, que abrange todos os tempos, tôdas as épocas, tôdas as criaturas.

«Profundidade» do amor. Com esta expressão mostra que alcança a criatura mais ínfima na escala da degradação moral e espiritual. Toma o «pecador», o «miserável» e faz dêle um anjo, infundindo-lhe o sangue da vida, do amor, que deve circular nas veias do seu ser, renovado moralmente. Cristo veio ao mundo

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não por causa dos justos, mas por causa dos «pecadores». Veio «chamar os pecadores ao arrependimento».

O amor tem «altura». Esta dimensão do amor, dá a idéia de que, tomando a criatura de uma esfera tão baixa a que foi conduzido pelo pecado, ele a transforma e a eleva até junto de Deus, no céu, em companhia dos anjos e remidos.

Os milagres desta religião do amor, se fazem sentir na experiência da vida diária. Não é a religião de palavras, mas de atos, vivida em contato com Cristo.

Como é diferente desta, a religião dos homens, cheia de orgulho, preconceito e egoísmo!

A religião que há de vencer o mundo é a do «amor», a do amor de Deus e de Cristo.


RELIGIÃO DA «PAZ»

A humanidade vem suspirando ansiosa pela religião da «paz», Efésios 6:15.

«Paz» é uma palavra preciosa, que, como o «amor», está cheia da pessoa de Cristo e significa «ligar, prender, fundir». Jesus é o «príncipe da paz» e veículo da paz de Deus.

A paz é subjetiva e objetiva. A paz subjetiva é a feliz relação que existe entre a criatura e o Criador. Paz da consciência, paz do coração, com Deus. É esta relação de bem estar, de amizade profunda que subsiste entre o filho e o Pai, na união íntima de afetos. Manifesta-se em alegria intensa, gôzo, e revela-se freqüentemente nos lances de altruísmo e amor.

Ela não se manifesta somente na relação com Deus, mas também com o próximo, em tôdas as relações possíveis, da família e da sociedade. Há uma expressão de Paulo nessa direção: «Tende paz com todos os homens».

A paz objetiva se manifesta na frase: «fazer o bem», «fazer a paz». É a parte difícil da prática, da religião da paz. É mais fácil fazer a guerra e causar perturbação, do que promover a

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harmonia. Quantos empenhados em conduzir almas e desfazer trigas, sabem quão espinhosos são os encontros, embaraçosos caminhos, quando se procura realizar a paz num mundo que um caos de desarmonia, de guerra atroz, essa coisa terrível arraigada na alma do homem. . .

Se perguntassemos a Jesus se foi tarefa fácil fazer a paz entre homens, Ele nos diria que foi custoso porque teve que dar o seu sangue, a sua própria vida, a fim de realizar essa paz.

O Cristianismo é contra a guerra e a opressão.

Ele propõe a paz como um dos meios para a felicidade do divíduo, da família e da humanidade.

O que é preciso é viver o ensino de Cristo como Ele viveu. Então a pessoa compreende que estas e outras características de sua religião são preciosas.


DEPOIS DA MORTE

A morte é o problema do homem.

Quanto ao além, o assunto é árduo e envolto em mistério.

Cada religião tem seu modo particular de encarar a indivíduo depois da sua morte.

Jesus falou muito pouco sobre o destino no além. Mas o pouco que disse, sôbre o assunto, é suficiente para tranquilizar e confortar.

O Cristo disse: « ... quem ouve a minha palavra... tem vida eterna», João 5:24. «Aquêle que crê em Mim tem a vida eterna», João 6:47. «Eu sou a ressurreição e a vida», João 11:25. Deixou o Mestre um passo sobremaneira importante, narrado somente por João: «Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Vou preparar o lugar», João, 14:2,3. Na cruz, na hora da sua morte, Cristo proferiu êste pensamento: «Pai, nas Tuas mãos itrego o meu espírito», Lucas 23:46. Revela confiança em Deus que cuida do indivíduo após a morte.

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Santo Estêvão seguiu a experiência do Mestre, no momento de morrer: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito», Atos 7:59.

Nessa mesma linha de pensamento, na sua experiência religiosa, São Paulo disse: «Morrer é ganho», Felip. 1:21.

Por fim Jesus deixou esta idéia confortadora, ensinando ser o caminho que conduz à vida:

«Eu sou o caminho, a verdade e a vida», João 14:6.
O nosso destino está nas mãos de Deus, em quem confiamos,
como Pai de amor.


Fim do livro Zoroastro, Buda e Cristo.
Zoroastro
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Buda
http://www.oocities.org/projetoperiferia5/buda.htm
Cristo
http://www.oocities.org/projetoperiferia5/cristo.htm

INDICE

ZOROASTRO
1 - Zoroastro 8
2 - Avesta e Zend-Avesta 12
3 - A Pátria e a Época do Avesta 13
4 - História da Tradução do Avesta 16
5 - O Avesta, Época da Sua Composição e o Cânon 18
6 - O Avesta e os Livros que o Compõe 21
7 - As Gâthâs 22
8 - A Língua do Avesta 25
9 - O Avesta e a Bíblia 26
10 - A Religião dos Persas ou Iranianos 29
11 - Monoteísmo e Dualismo no Avesta 29
12 - Teologia do Avesta 30
13 - Ahura Mazda e outras Divindades 31
14 - Anra Mainyu e os Outros Sêres Malígnos 36
15 - O Salvador e a Ressurreição dos Mortos 38
16 - A Vida Moral e Religiosa 39
17 - O Céu e o Inferno 42

B U D A
18 - Os Livros Religiosos do Budismo 46
19 - Os Nomes de Buda 49
20 - A Família de Buda 50
21 - Buda e a Arqueologia 51
22 - Vida de Buda 52
23 - Buda e as Lendas 52
24 - A Dor e o Curso de Vida de Buda 54
25 - A Cultura de Buda 54
26 - O Budismo é Religião ou Filosofia 55
27 - A Evolução do Budismo 56
28 - Os Concílios do Budismo 57
29 - O Caminho da Vida de Buda 57
30 - O Âtman 58
31 - O Karman 58
32 - A Transmigração da Alma 59
33 - A Sêde de Viver 60
34 - O Nirvâna 61
35 - A Súplica no Budismo 61
36 - Diferenças e Semelhanças Entre Buda e Cristo 62

C R I S T O
37 - O Cristianismo e as Outras Religiões 66
38 - Os Livros Sagrados ou Fundamentais 66
39 - O Nascimento 69
40 - A Tentação 70
41 - O Sexo Feminino 72
42 - Falta de Dados Históricos 74
43 - O Sermão do Monte 76
44 - As Parábolas 81
45 - O Pai Nosso do Zoroastrismo 82
46 - O Pai Nosso do Islam 83
47 - Deus, o Pai 84
48 - O Cristianismo Religião Universal 85
49 - Religião de Salvação 86
50 - Religião do Poder de Deus 87
51 - Religião da Graça de Deus 89
52 - Religião do Amor 90
53 - Religião da Paz 91
54 - Depois da Morte 92
55 - Bibliografia 94



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MAZZANI - Zoroastrime

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MARTINDALE - Storia delle Religioni

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NILLS - Saggi di Litteratura sulla Religione dell'Avesta

MENANT J. - Zoroastre, Essai sur Ia Philosophie Religiuese de Ia Perse

ZOEHREER - Zoroastro e Ia Fantasia Religiosa



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