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> William Booth, Na Mais Tenebrosa Inglaterra
e A Saída
Wiliam
Booth,
Na Mais Tenebrosa Inglaterra
e A Saída, Uma Análise.
Por
Norman H. Murdoch
Editado pelo Coletivo Periferia
(2004)
Título original em inglês:
William Booth's In Darkest England
and the Way Out: A Reappraisal
Norman
H. Murdoch
Edited by Michael Mattei
for the Wesley Center for Applied Theology
at Northwest Nazarene University (2000)
Traduzido por Railton Sousa Guedes
Coletivo Periferia
http://www.oocities.org/projetoperiferia
Há várias razões que justificam uma reavaliação de Na Mais
Tenebrosa Inglaterra e A Saída (1890) de William Booth. O
livro que «mais despertou interesse do público desde Progresso
e Pobreza de Henry George», de acordo com Victor Bailey, e
que pretendia acabar com o desemprego na Inglaterra deslocando
progressivamente o desempregado a partir de centros de treinamento
nas cidades para colônias rurais, ou para colônias ultramarinas.1
Deixe-me propor dois motivos da necessidade de uma reavaliação.
Primeiro, os historiadores negligenciaram este projeto de 1890
que provê a fundação dos serviços sociais do Exército de Salvação,
e é um exemplo da influência wesleyana na reforma social no
sécuo XIX.2 Há razões para esta negligência. Os historiadores
sociais não são inclinados a creditar predicantes religiosos como
reformadores sociais. O desgosto natural dos historiadores por
movimentos de membros de seitas religiosas não se justifica pelo
fato dos historiadores salvacionistas injustamente apresentarem
Booth como o autor exclusivo do projeto e ignorarem o fato de
que suas idéias não vieram a ele por alguma forma de inspiração
divina. Se tal reivindicação pode atrair partidários evangélicos
que tendem a ver grandes «homens de Deus» prontificando-se, como
de costume, a ajudar em tempos de crise, estudiosos também podem,
por direito, desprezar tal proclamação, particularmente pelo fato
de Booth não ser um reformador social antes da metade da década
de 1880 quando começou a desenvolver sua visão social.
Os salvationistas que vêem os motivos de Booth como principalmente
evangelisticos, mesmo em termos milenares, localizam a base ideológica
do Projeto da Tenebrosa Inglaterra no wesleyanismo de Booth,
na teologia posmilenar e em seu encontro pessoal com a cultura
urbana.3 Esta interpretação esquadrinha o coração de
Booth mas ignora o intelecto dele, e é, na melhor das hipóteses,
parcialmente justificada. Amarrar o projeto dele exclusivamente
ao seu pós-milenarismo de 1880, à sua experiência urbana, a uma
prática wesleyana, não nos indica as reais origens ideológicas
do Projeto da Tenebrosa Inglaterra de 1890. Se a teologia
de Booth era wesleyana, a experiência urbana, e a esperança pós-milenar,
as idéias da Tenebrosa Inglaterra não vieram de tais fontes.
Ou melhor, as raízes do projeto estão no comunalismo e na ideologia
socialista do século XIX. A pergunta mais interessante, e que
tentaremos responder aqui, é: Por que Booth adotou tais idéias
seculares quando admitia não ser nenhum devoto da redenção mundial
através do esforço humano? Na realidade, desde a metade da década
de 1870, ele encarava os serviços sociais como uma digressão para
o reavivamento, e vinha desde 1883 posicionando-se contra os programas
de salvação social propostos pelo Bitter Cry of Outcast London
de Andrew Mearn. Booth arguia: a salvação «vestirá o nu»,
e «mudará os corações miseráveis tornando-os felizes».4
A resposta à questão do motivo pelo qual Booth mudou sua mentalidade
é que certamente os salvacionistas o empurraram a novas direções.
Estes salvacionistas não ganharam o devido crédito pelo papel
que desempenharam, tanto por causa do controle autoritário de
Booth que creditava exclusivamente para si mesmo a criação dos
programas do Exército, como também pelo fato de que se ele creditasse
suas idéias àqueles salvacionistas isso poderia perfeitamente
dividir o Exército em duas organizações separadas, uma espiritual
e outra social. As divisões entre reavivalistas e ativistas sociais
foram sutilmente remendadas sob o carisma de Booth.
Mas os historiadores do Exército de Salvação conscientemente alteraram
o registro da influência de salvationistas «sociais» como Frank
Smith, um discípulo de Henry George que trouxe idéias do projeto
de reforma social para William Booth. Inquestionavelmente Smith
instigou sua própria desilusão deixando «a obra» (frase salvacionista
para a vocação deles) nove meses depois dele ter colocado o projeto
da Tenebrosa Inglaterra em operação em abril de 1890, e
silenciando na questão da autoria do projeto. Em 1891, Smith abraçou
as políticas socialistas como um modo mais efetivo de provocar
a reforma da sociedade, começando um Exército do Trabalho e
publicando o Brado dos Trabalhadores. Novamente em 1929,
ele contribuiu com os esforços dos historiadores do Exército para
marcá-lo como traidor quando denunciou os líderes do Exército
que depuseram Bramwell Booth do cargo de General. Suzie Swift,
outra salvacionista da ala social que reivindicou ajudar Booth
a escrever a Tenebrosa Inglaterra, cometeu um grande erro
ao deixar o Exército para unir-se a uma ordem católica nos Estados
Unidos em 1896.
Não obstante, apenas William Booth poderia manter as duas alas
do Exército de Salvação unidas. Se a ala
espiritual salvacionista fosse contrariada pela adoção das idéias
socialistas de Frank Smith e Suzie Swift, os salvacionistas americanos
repudiariam o conteúdo imperialista britânico do esquema, alimentado
por Booth, por W. T. Stead, Cecil Rhodes, e Arnold White. Para
criar uma «Grã Bretanha» nos territórios ultramarinos da Inglaterra,
Booth emigrou os desempregados ingleses, o «décimo submerso»,
para o Canadá e Australásia, evitando especificamente os Estados
Unidos. Apenas o esmagamento da preferência pessoal de Booth
poderia reunir estas várias forças sob a bandeira
da reforma social.
Para compreender como William Booth tornou-se um reformador social
precisamos olhar para sua formação. Embora ele fosse um evangelista
wesleyano em fim de carreira, Booth foi, em jargão secular,
uma pessoa que sempre soube valorizar as oportunidades que surgiram
diante dele. Um breve olhar em sua vocação como pregador mostra
que ele regularmente transformava obstáculos no percurso em estradas
de oportunidade. Em 1844, então um rapaz pobre de Nottingham,
com apenas 14 anos, ele experimentou a conversão espiritual pela
amorosa intervenção de um casal wesleyano que o convidou à capela.5
Após dedicar um período de sua adolescencia ao evangelismo entre
os pobres de Nottingham, e frustrar-se com a lânguidez do clero,
seu pastor sugeriu a ele que estudasse para ser ministro. William
aceitou o convite do clérigo wesleyano apenas por ter sido tratado
com desprezo, pois ninguém ligou para seu bem-estar quando ele
ficou doente. Em 1850, quando, devido a um engano, os metodistas
wesleyanos o etiquetaram de «reformador» e o retiraram de seu
cargo. Ele tornou-se pastor da Reforma Metodista em Spaulding,
mas logo foi afastado devido a sua desorganização. Em 1854, ele
buscou ordenação na Nova Conexão Metodista. Quando descobriu que
aquele «ministério estável» não lhe agradava, renunciou em 1861,
para tornar-se um evangelista itinerante em Cornwall, Gales, e
nos distritos «flamejantes» da Inglaterra.
Em 1861, quando deixou a Nova Conexão, Booth não via nenhuma carreira
para ele no evangelismo urbano, mas um convite para sua esposa
Catherine para pregar em Londres em 1865 levou-o a aceitar o apoio
das missões evangélicas do Leste de Londres como uma solução temporária
para o dilema de sua vocação. Logo ele organizou sua própria Missão
Cristã que, em 1870, se assemelhava a uma sociedade metodista.
Em meados da década de 1870, quando sua missão não conseguia atrair
as «massas pagãs», ele a reenergizou dando a ela uma conotação
militar, em 1878, sob o nome de «exército de salvação», uma idéia
que pediu emprestado do próspero movimento voluntário onde milhares
de proletarios passaram a dedicar suas horas vagas em busca de
melhores condições de vida.
Entre 1886 e 1888, quando o Exército de Salvação de Booth novamente
falhava em ganhar convertidos na Zona Leste de Londres e em outras
áreas urbanas onde «turbas» irlandesas atacavam os intrusos estrangeiros
wesleyanos, Booth mais uma vez encontrou uma idéia popular que
poderia resolver seus problemas.6 As idéias de reforma
social estavam «no ar» devido à exposição jornalistica, greves
de trabalhadores organizados, novas leis que expandiam a franquia,
e imigração em massa. As oficiais femininas de Booth, trabalhando
nas favelas, convenceram-no em 1883 que as atividades daquela
reforma salvariam os pecadores de um ambiente urbano pagão e,
é importante destacar, traria vida nova à missão que estava fracassando.
Booth, sempre atento para não deixar passar as oportunidades,
mas meio relutante, concordou.
Cada recomeço de Booth resultava em um salto à frente, raramente
admitia, mas sempre foi um observador astuto. O progresso para
ele nunca foi uma linha reta. Em sua marcha à glória, sua glória
muitas vezes era menos ligada à sua meta pessoal do que a continuidade
da organização. Em sua procura desesperada por um destino na década
de 1850, mesmo repelido pelo calvinismo, ele chegou a navegar
pelas águas do congregacionalismo. Ele considerou até mesmo a
possibilidade de migrar para a América onde seu estivo revivalista
estava mais em voga. Ele constantemente perambulava em busca de
um novo rumo que o conduziria para fora da «selva» (um termo que
seu filho Bramwell usava para explicar o dilema de William entre
1863 e 1865, quando ele precisava encontrar uma casa para sua
família e que preenchesse as necessidades de sua popular esposa
pregadora) carreirista. Catherine, não menos atenta às oportunidades
que seu marido, apoiou seus muitos projetos na esperança que fossem
bem sucedidos.
A situação do Exército de Salvação tornou-se desoladora com a
evidente queda de frequencia antes de 1888. A pesquisa Semanal
Britânica de janeiro indicou que os corpos (nome dado para os
locais de pregação do Exército de Salvação) do exército em Londres
atraia apenas 7% da população de Londres que frequentava serviços
religiosos. Comparativamente, uma pesquisa em 1881 mostrava que
o Exército detinha 11,1% da frequencia na provinciana Scarborough,
7,4% em Hull, 6,8% em Barnsley, e 5,3% em Bristol. Enquanto o
Exército crescia nos bairros proletarios de West End, nas províncias,
e além-mar, declinava. Por volta de 1888, o clero da Igreja da
Inglaterra anunciou em um jornal secular que Booth falhara em
trazer as «massas pagãs» para o evangelho. O fenomenal crescimento
de sua nova organização rebatizada como Exército de Salvação reduzira
dramaticamente sua velocidade e, após 1878, parou de crescer nas
cidades.
O declínio foi particularmente notável em Londres, sede do império
cristão mundial de Booth. Nos distritos de Whitechapel e Bethnal
Green de East End, os pesquizadores do Brithsh Weekly constataram
a diminuta frequencia dos salvacionistas. Eles constataram que
os principais frequentadores do Exército no salão de Clapton era
situado «entre artesãos e balconistas», uma classe que outros
grupos não-conformistas já estavam atingindo.7 O declínio
na Zona Leste de Londres, apesar das negações públicas de Booth,
poderia ser documentada pelo próprio Brado de Guerra [N.T.:
órgão oficial do Exército de Salvação], embora ele deixasse de
publicar estatísticas depois das 1886. No dia 13 de abril de 1889,
o Oficial Distrital Adjunto Morgan relata que a frequencia média
nos corpos da Zona Leste de Londres era de 71,6, com um número
total de cerca de 1.000 em todos os corpos do exército de East
End. Este número era semelhante ao de East End Stations de Whitechapel,
Limehouse, Poplar, e Shoreditch, quinze anos antes quando a Missão
Cristã alcançou seu cume.8 A conclusão óbvia era que
o Exército não estava convertendo as «massas pagãs» ao evangelho.
Foi, pelo menos parcialmente, devido a estas dificuldades com
a obra evangelistica do Exército de Salvação em meados da década
de 1880 que William Booth preparou-se para adotar as idéias de
reformas sociais de Frank Smith e outros.9 Booth abraçou
estas novas idéias como uma visão milenária para a redenção da
população urbana favelada da Inglaterra, o «décimo submerso»,
em refúgios agrícolas na Inglaterra e em domínios ultramarinos
britânicos. Enquanto efeito colateral, estas idéias sociais também
removeram a atenção do notável fracasso do seu Exército na Zona
Leste de Londres.
Agora, na medida em que os historiadores sociais redescobrindo
as idéias comunais do século dezenove, chega o momento de repassar
as raízes das idéias reformistas sociais de Booth no solo intelectual
do século dezenove.10 Booth publicou Darkest England
and the Way Out em outubro de 1890, quando Catherine, sua
colaboradora mais devota, estava morrendo de câncer. Pregando,
administrando, e sentando na cama ao lado de sua esposa agonizante,
tudo isso absorveu a energia de William. Então, ele confiou a
várias mentes a criação do seu esquema de reforma social. Frank
Smith, recem chegado a Londres após dirigir o Exército de Salvação
estadunidense em Nova Iorque, afunilou para Booth as idéias socialistas
de Henry George, o defensor do imposto único, e de outros. Considerando
as propostas de Smith, a parte de Booth na autoria pode ter sido
bem menor do que o leitor possa imaginar. Smith tinha feito viagens
à Holanda, Dinamarca, e Suécia em busca de informações sobre fazendas
coletivistas e projetos de imigração. O material que Smith encontrou
conduziu ao tripé padrão da solução da Tenebrosa Inglaterra para
o desemprego urbano: 1) oficinas urbanas (colônias urbanas), o
primeiro passo da pobreza para a autogestão [N.T. no original:
self-reliance]; 2) colônias rurais na Inglaterra, um «retorno
à terra» que pretendia reabiliar o pobre esmagado pelo meio urbano;
3) colônias além-mar, fazendas que o Exército prepararia para
dar vazão ao excesso populacional da Inglaterra. Suzie
Swift, uma das muitas salvacionistas envolvidas em programas sociais,
declarou ter trabalhado na edição do texto. Booth pediu que W.
T. Stead transformasse aquele emaranhado de papeis em um livro.
Posteriormente Stead afirmou ter incorporado várias de suas próprias
idéias no texto.11
Suzie Swift, e outros salvacionistas «sociais» como Frank Smith,
absorveram as idéias populares e socialistas do século dezenove,
e por que William Booth adotou estas idéias? A reforma social
estava «no ar» quando as irmãs salvacionistas que viviam em Londres
estabeleceram os refúgios para mulheres desafortunadas nas áreas
de Soho e Picadilly, o Toynbee Hall foi fundado em 1883 da mesma
forma.12 Quando eles descobriram imigrantes europeus
morando nas favelas, em sua maioria irlandeses, e imigrantes europeus
da Europa central e oriental, rejeitando a mensagem de salvação
wesleyana como estranha à cultura deles, as mulheres salvacionistas
abriram suas casas às «mulheres decaídas», aos órfãos «abandonados
e desamparados», recolheram alcoólicos crônicos e reuniram ex-prisioneiros
em «Red Mariahs» nas portas das cadeias. A frustração com o fracasso
no trabalho com populações para as quais se sentiam chamadas por
Deus para salvar, levou estas mulheres a tentar resolver o problema
do declínio do Exército na Zona Leste de Londres e em outras favelas
sob novas e diferentes formas.
Estas atividades não implicavam em uma ruptura acentuada com a
missão reavivalista urbana que vinham praticando. (Tal ruptura
viria na década seguinte após a formulação do Projeto Darkest
England pela tentativa de mudar a verdadeira natureza do ambiente
urbano.) Mas o exemplo destas mulheres levou os Booths a abraçar
a cruzada «Maiden Tribute» de W. T. Stead em 1885 que chamou a
atenção mundial sobre a necessidade de uma legislação que salvasse
as meninas menores de dezesseis anos da escravidão branca nos
bordéis de Londres e Paris.13 Tais experiências tinham
começado a mudar a mente de William Booth.
Conhecemos o conteúdo real de apenas alguns dos materiais que
Frank Smith apresentou para William Booth entre 1887 e 1890. Sabemos
pelas citações em Darkest England e pelas manifestações
de Booth que ele reconheceu a presença de idéias seculares no
seu projeto de reforma. Ele apontou três pensadores sociais britânicos
como os mais notáveis, mas ele também reconheceu a influência
dos reformadores americanos Edward Bellamy e Henry George, embora
ele não adotasse diretamente as idéias deles. Dos três reformadores
britânicos mencionados por ele, Count Rumford, E. T. Craig, e
o Conde de Meath, nenhum representava a opinião religiosa evangélica
wesleyana. Os wesleyanos e os outros evangelicos com quem Booth
estava familiarizado estavam comprometidos em atividades reformistas
em 1890, e Booth poderia tê-los citado, mas ele preferiu não fazê-lo.14
Talvez isso ocorreu por causa de sua necessidade de ganhar apoio
de um público mais amplo convergindo suas idéias com as idéias
de reformadores seculares populares. Quaisquer que fossem suas
razões, ele escolheu reconhecer aquelas três fontes em Darkest
England and the Way Out.
Count Rumford foi um reformador do século XVIII na Baviera cujas
idéias ficaram populares novamente na década de 1880. O Conde
de Meath era o Presidente de uma organização rival reformista
evangélica social, o Exército da Igreja [N.T. no original: Church
Army]. O prebendário Wilson Carlisle tinha fundado o Exército
da Igreja da Inglaterra em 1882, como um clone do Exército de
Salvação, ao mesmo tempo em que tentava convencer Booth a fundir
seu Exército com a Igreja estabelecida enquanto braço evangelístico.15
E. T. Craig foi um velho discípulo de Robert Owen, cujo experimento
social em Ralahine, Irlanda, acabou falhando em 1833. Ralahine
foi considerada a mais próspera das colônias esperimentais owenites.16
Booth apresenta Count Rumford como o abolidor da pobreza na Baviera
e que serviu no exército britânico como oficial americano «com
considerável distinção na Guerra Revolucionária», no Apêndice
de Darkest England. Após a Inglaterra falhar em sufocar a rebelião,
ele voltou à Inglaterra e instalou-se na Baviera para reformar
seu exército. Ele também assumiu atividades de reforma sociais.
Ele montou Indústrias Caseiras (oficinas urbanas) onde, começando
pelo Ano Novo de 1790, ele incitou mendigos a trabalhar. Ele descobriu
que quando tratados com justiça e bondade, em ambientes limpos
e organizados, e providos sem muito custo, eles respondiam com
trabalho duro. Tanto para Booth como para o desencargo da consciência
vitoriana, o programa de Rumford era auto-suficiente. A abordagem
militar de Rumford ao desemprego, ao vício, e à pobreza impressionou
Booth que, por sua vez, não era nenhum democrata. Booth concordava
com Rumford, o pobre precisava de direção de uma mão forte. Como
Count, ele proveria uma liderança despótica da reforma social.
Da mesma maneira que militarizara o trabalho espiritual de sua
missão em 1878, ele também seria obedecido nas aventuras da reforma
social. Não haveria nenhuma votação, nenhum mimo. Como Thomas
Carlyle, Booth louvou a efetividade do sistema militar. Ele organizaria
trabalhadores, «não como uma turba desnorteada confusa, mas como
uma empresa arregimenta as massas, com reais capitães em cima
deles. O despotismo é essencial na maioria dos empreendimentos».
As oficinas nas colônias urbanas de Booth refletiram as indústrias
caseiras de Rumford em Munique, e, como Rumford, seu despotismo
foi completamente militarizado.17
Depois Booth adotou as idéias de E. T. Craig na Cooperativa Experimental
de Ralahine (1831-1833), Irlanda, uma cooperativa agrícola padronizada
após as experiências socialistas anteriores de Robert Owen. Com
apoio de John Scott Vandeleur, um rico proprietário de terras
irlandês, Craig introduziu camponeses irlandeses anarquistas [N.T.
no original unruly] em uma experiência para aumentar a produção
e melhorar o padrão de vida. Os lucros, depois de divididos, pertenceriam
aos camponeses. Craig, como Booth, não admitia bebida alcoólica
nem tabaco. Booth propôs à Universidade Agrícola dos Trabalhadores
treinar aqueles que se dispusessem «voltar à terra». Infelizmente,
as ingerências do próprio Vandeleur provocaram em 1833 o encerramento
da cooperativa de Ralahine. Quando Booth estabeleceu suas colônicas
rurais, ele seguiu o molelo de Ralahine embora não fosse de forma
alguma um descendente ideológido do secularista Robert Owen. Booth
estava disposto a aceitar idéias boas de qualquer fonte e, na
realidade, preferiu afastar-se da tradição wesleyana para abraçar
idéias que ampliariam sua lista de subscritores financeiros.18
Em princípios de 1889, um ano antes de publicar a Tenebrosa
Inglaterra, Booth prestou um tributo ao Conde Meath em uma
fala publicada pelo Times. Booth disse que o panfleto de
Meath sobre a pobreza expressava exatamente suas próprias noções
de responsabilidade individual. Booth há pouco abrira um segundo
«front», o Abrigo de Ajuda Mútua em Clerkenwell, onde três pences
pagavam uma janta, uma «simples conversa sobre salvação», abrigo
por uma noite e um café pela manhã. Diferentemente dos albergues
comuns, os abrigos do Exército de Salvação eram desvinculados
de «práticas vís e desmoralizantes». Além disso,
Booth proclamava que o Exército não encorajava a «sopa dos pobres».
Ele não faria nada a um homem «exigindo algum retorno religioso»
em troca».19
Meath exerceu mais influência nas idéias de Booth na segunda
e terceira fase do Projeto da Tenebrosa Inglaterra, que trata
das colônias rurais inglesas e além-mar. O livro de Meath, Social
Arrows (1886), incentivava a colonização da «Grã Bretanha»
por desempregados, sob a direção do estado. Em 1890, Booth ofereceu-se
como agente do estado para selecionar, preparar, e transportar
colonos pobres mas dispostos a ocupar o império ultramarino da
Inglaterra. Booth ecoou a preocupação de Meath de que os domínios
não aceitariam os pobres viciados de Londres, e ele concordou
em primeiro treiná-los em uma colônia rural inglesa para melhorar
seus hábitos de trabalho e de caráter para torná-los aceitáveis
à emigração. Ele seguiu a prescrição de Meath para emigrantes
prósperos: 1) caráter era mais importante que treinamento agrícola;
o programa do governo falhara porque não tinha seguido este plano;
e 2) crianças poderiam ser treinadas como aprendizes em fazendas
modelo na Inglaterra.20
Meath se ressentiu com o roubo de Booth de seu plano. Seu Exército
da Igreja acusou Booth de roubar as idéias de reforma social do
folheto «Our Tramps», que tinha publicado em março de 1890. O
folheto propunha um esquema triplo que envolvia o ambiente urbano,
rural e colônias ultramarinas. Booth poderia ter assumido tal
suposto roubo como uma resposta ao roubo do Exército da Igreja
às suas idéias de evangelismo militante e dos hinos de seu Cancioneiro.
Como Presidente do Exército da Igreja, Meath conduziu uma organização
com um plano de reforma social que competiu diretamente com o
de Booth.21 Como Presidente do Sindicato do Serviço
Social e do Instituto Britânico do Serviço Social, e inspirado
pelo amigo congregacionalista de Booth, J. B. Paton, Meath já
possuía reputação de reformador. Ele achava difícil tolerar algum
reformador competindo com ele.22 Pelos esforços de
Meath, o governo inglês patrocinou e montou duas colônias de emigrantes
no Canadá.
Mas Meath queria o reconhecimento de Booth às suas fontes para
Darkest England. Meath escreveu em 1904 que um «grande
líder religioso inconformado» ao recomendar colônias inglesas,
quase certamente Booth, não mencionara as vinte e duas colônias
alemãs que existiam em 1890. Meath afirmou sua dúvida:
ele não sabia ou evitou mencioná-las no intuito de reivindicar
para si o «crédito de uma idéia que não era nova?».23
A farpa de Meath é um exemplo de seu grande ciúme às idéias
que Booth adotara sem dar-lhe o devido crédito. Booth frequentemente
dizia que tais clérigos profissionais, líderes sindicais, assistentes
sociais e filantropos eram seus inimigos mais ardentes nos campos
da religião e da reforma social. Eles se ressentiram com o instinto
de Booth de alistar idéias de qualquer fonte desde que salvasse
seu Exército da extinção e ajudasse o pobre.24
Estes três homens: Count Rumford; E. T. Craig, e o Conde de Meath;
foram os ideólogos que William Booth reconheceu em A Tenebrosa
Inglaterra e A Saída como suas fontes para o programa de serviço
social do Exército de Salvação. Booth tomou estas idéias das mãos
de salvacionistas «sociais» que, sem sombra de dúvida, as retiraram
de fontes seculares. Recém chegado da Inglaterra vindo de Nova
Iorque em 1887, Frank Smith trazia informações de reforma social
tanto de fontes britânicas como européias. Com a ajuda de Smith,
Suzie Swift, e W. T. Stead, Booth publicou suas idéias em um projeto
que arrancou elogios de líderes sociais na área do trabalho, governo,
religião, e profissionais na área de serciço social em outubro
de 1890.
Também houve críticos como T. H. Huxley que não aprovava nenhuma
reforma social promovida pelo estado e levada a efeito com uma
«chancela cristã», e a Charity Organization Society's Charles
Loch que não dava boas-vindas a abordagens «não-científicas» ao
serviço social.25
Sem ligar para seus críticos, Booth e Smith colocaram o plano
em execução em 1890. Os últimos dois elementos do projeto, as
fazendas e colônias ultramarinas, duraram apenas até 1906 na forma
como foram projetados, as oficinas de trabalho urbanas continuaram
como um dos elementos principais do serviço social do Exército
de Salvação no recente século XX. Mais importante, a virada do
Exército de uma ênfase singular evangelística para uma ênfase
igual ou maior no serviço social é o resultado das idéias de reformadores
sociais. Tanto salvacionistas como outros grupos foram canais
que Count Rumford, E. T. Craig, e o Conde de Meath, e outros,
atingiram pela mente revivalista wesleyana de William Booth.
Copyright©2004 Norman H. Murdoch
Notas
1. Victor Bailey, «In Darkest England and the Way
Out: The Salvation Army, Social Reform and the Labour Movement,
18851910», International Review of Social History,
29, 1984, p. 155.
2. Frederick Coutts, em Bread for My Neighbour: An Appreciation
of the Social Action and Influence of William Booth (London:
Hodder and Stoughton, 1978), pp. 1118, um general do Exército
de Salvação rebateu os argumentos dos historiadores seculares
que negligenciaram a Tenebrosa Inglaterra, por William Booth
ser: 1) «francamente religioso»; 2) ter «limitações acadêmicas»;
e 3) «tentar compensar o fracasso de seus esforços evangélicos».
Mas Booth não foi tão negligenciado assim. Veja o simpático
estudo de Victor Bailey da «In Darkest England and the Way
Out: The Salvation Army, Social Reform and the Labour Movement,
1885-1910», Revista Internacional de História Social,
1984, pp,. 133171. Bailey argumenta que Booth estava em «sincronia»
com as idéias do bem-estar social do movimento operário, e na
questão do controle social, agiu como «uma expressão do desenvolvimento
independente da cultura operária», e não como um agente de «dominação
da classe média» (pág. 134). Porém, Bayley concorda com este
escritor que «os centros salvacionistas estáveis foram estabelecidos
nas sólidas comunidades proletárias de Londres, não nos quarteirões
mais pobres de Bethnal Green ou Whitechapel onde o Exército
não teve nenhum sucesso patente», e cita Bramwell Booth para
apoiar esta conclusão (pág. 141).
3. Coutts, pp. 2229; Roger J. Green, em «O Boundless Salvation:
William Booth's Theology of Redemption», 1990, posteriormente
Christian History, provê um excelente estudo das
perpectivas urbanas, wesleyanas, e pos-milenárias de
Booth. Green define o pos-milenarismo dos Booths em sua fé
de que «o Exército introduzirá um reinado de mil
anos de cristianismo neste mundo, uma sociedade perfeita após
a qual Cristo voltará». William Booth, «The
Millennium; or, The Ultimate Triumph of Salvation Army Principles»,
All the World, 6, agosto de 1890, p. 342. William Booth
expressou o ponto de vista de que seu Exército introduziria
o milênio a partir de 13 de dezembro de 1884. Veja «The
General's Letter», War Cry (London),13 de dezembro de
1884, p.2. George M. Marsden em Fundamentalism and American
Culture: The Shaping of Twentieth-Century Evangelicalism,
1870-1925 (New York: Oxford University Press, 1980), pp. 44,
104, 178, apoia a noção de que os metodistas aprenderam
pela prática e pela ênfase pos-milenarista.
4. Andrew Mearns em The Bitter Cry of Outcast London
(London: J. Clarke, 1883). A resposta de William Booth foi citada
no War Cry, no Wins e no Middlewich Guardian, em fevereiro de
1884. Veja réplicas salvacionistas similares em: «London
Division», War Cry, 29 de setembro de 1883, p. 2; «Our
All Night», War Cry, 7 de novembro de 1883, p. 2; «Funeral
of Sister Mrs. Billups at Cardiff», South Wales Daily
News citado no War Cry, 1 de dezembro de 1883,
p. 1; Staff Captain Ewens, «The Salvation Army's Reply
to the Bitter Cry of Outcast London», War Cry, 25 de dezembro
de 1883; e Catherine Booth, «Brighton», War
Cry, 2 de fevereiro de 1884, p. 2.
5. Esta «conversão» não é colocada claramente em termos de tempo
ou local pelos seus biógrafos. Nem em termos de experiência
de «santificação», a segunda obra da graça que os wesleyanos
apontam no testemunho espiritual deles.
6. Norman H. Murdoch e Howard F. McMains em «The Salvation
Army Disturbances», Queen City Heritage, 45,
Summer 1987, pp. 3139. Tais ataques ocorreram em várias
cidades. Victor Bailey em «Salvation Army Riots, the 'Skeleton
Army' and Legal Authority in the Provincial Town», e A.
P. Donajgrodzki, ed. em Social Control in Nineteenth Century
Britain, 1977, p. 236, aborda este fenômeno das revoltas
sob o aspecto legal.
7. War Cry, 12 de janeiro de 1889, p. 9; e 19 de janeiro
de 1889, p. 5. O Rev. Llewellan Davies ataca no The Times,
no Natal de 1888, o Exército por seu fracasso entre os
pobres. Ellen Pash em «A Unique Failure», All
the World, janeiro-maio de 1890, defende o Exército.
Hugh McLeod em Class and Religion in the Late Victorian
City (Hamden, Conn.: Archon Books, 1974), pp.60, 89; Paul
Thompson, Socialists, Liberals and Labour, the Struggle
for London, 18851914 (London: Routledge, 1967), p. 18.
8. War Cry, 26 de janeiro e 13 de abril de 1889.
9. Norman H. Murdoch, «Salvationist-Socialist Frank Smith:
Father of Salvation Army Social Work», Salvation Army
Historical Society, September 1978; E. I. Champness, Frank Smith,
M. P.: Pioneer and Modern Mystic (London: Whitefriars,
1942); Keir Hardie, «Frank Smith, L.C.C.», The
Labour Prophet, setembro de 1894, 113; «The London
Major Frank Smith's Account of Himself», War Cry,
21 de setembro de 1882, 1; Frank Smith, «Sociology»,
War Cry, 30 de agosto, 13, 27 de setembro, 1, e 29 de novembro
de 1890. Um recente e excelente estudo da relação do Exército
com idéias de reforma social e movimentos contemporâneos no
período entre 1885 a 1910, veja o artigo de Victor Bailey citado
acima.
10. J F. C. Harrison, Robert Owen and the Owenites
(London: Routledge and Kegan Paul,1969); Dennis Hardy, Alternative
Communities in Nineteenth Century England (London: Longman,
1979); W. H. G. Armytage, Heavens Below (London: Routledge
and Kegan Paul,1961), discutem o interesse pelo comunalismo
no século XIX.
11. Suzie Forest Swift, uma adepta graduada e brigadeira do
Salvation Army em 1896, abandona o Exército para tornar-se
freira dominicana. Sobre a participação de Stead
leia Frederick Whyte em The Life of W. T. Stead (London:
Jonathan Cape, 1925), vol. 2, p. 13.
12. Veja a discussão sobre o declínio do Salvation
Army nos anos 1880, por Norman H. Murdoch, em The Salvation
Army: An Anglo-American Revivalist Social Mission (Ann
Arbor: University Microfilms, 1985), capítulos 5 e 8.
13. Para estudar a Maiden Tribute Crusade e o Armstrong Case
que veio depois leia Ann Stafford em The Age of Consent
(London: Hodder and Stoughton, 1964); Madge Unsworth, Maiden
Tribute (London: Salvationist Publishing, 1949); Frederick
Coutts, No Discharge in This War (London: Hodder and
Stoughton, 1974), 10212. Rebecca Jarrett, numa autobiografia
inédita; «Babylon: the Pall Mall Gazette
and Salvation Army on Corruption, Cruelties, and Crime of London»,
julho de 1885, provavelmente escrita por George Scott Railton,
Salvation Army Archives, London; Pall Mall Gazette
and the War Cry, July 1885.
14. O metodista Hugh Price Hughes e o congregacionalista J.
B. Paton foram dois reformadores sociais evangélicos
com os quais Booth foi bem familiarizado.
15. Norman H. Murdoch, «The Salvation Army and the Church
of Eng land, 18821883», Historical Magazine of the
Protestant Episcopal Church, 55, março de 1986,
pp. 3155.
16. George E. Ellis, Memoir of Sir Benjamin Thompson, Count
Rumford, vol. 1 (London: Macmillan, 1876); W. J. Sparrow,
Count Rumford of Woburn, Mass. (New York: Thomas Y. Crowell,
1964); Sanborn C. Brown, Benjamin Thompson, Count Rumford
(Cambridge, Mass.: MIT Press, 1979). Earl of Meath, Social
Arrows (London: Longmans, Green, 1886); Prosperity
or Pauperism (London: Longmans, Green, 1888). E. T. Craig,
History of Ralahine and Cooperative Farming (London: Trubner,
1882); Competitive Society Illustrated (London: W.
Reeves, 1880).
17. William Booth, In Darkest England and the Way Out (London:
Charles Knight, 1970: 1890 orig.), xviiixxii. Rumford foi um
estadunidense leal à Corôa Britânica. Veja
«Carlyle on the Social Obligations of the Nation Forty
Five Years Ago», Darkest England Appendix, xxviii.
18. «Ralahine» em Darkest England, Appendix,
xxiiixxiv. Sobre a recente obra de Craig veja Vincent Geoghegan,
Ralahine: Ireland's Lost Utopia, New Lanark, Scotland:
New Lanark Conservation Trust,1988; Gillian Darley, Villages
of Vision (London: Architectural Press, 1975), 84f, 105.
l9. The Times, 17 January 1889. War Cry, 26
January 1888, p. 3; 16 February 1888, p. 6; 25 February 1888,
p. 8.
20. Reginald Brabazon (Meath), Social Arrows, 1886,
pp. 112, 120f, 133, 153, 157, 185, 189, 220f, 233ff, revela
sua preocupação com relação às
obras sociais e com os interesses imperiais britânicos
refletidos no projeto de Booth.
21.
Earl of Meath, Brabazon Potpourri (London: Hutchinson,1928).
Em 1884 Meath não inclui o Salvation Army na lista das
organizações caritativas que apoiam «vagabundos».
Veja Murdoch em «The Salvation Army and the Church of
England», pp. 3155, para uma discussão acerca da
rivalidade Church Army x Salvation Army. Veja também:
Edgar Rowan, Wilson Carlisle and the Church Army (3rd
edn.; London: Church Army Bookroom,1928), pp. 126132; Robert
Sandall, History of the Salvation Army, 18781896 (London:
Thomas Nelson and Sons,1947), pp.105ff; Sidney Dark, Seven
Archbishops (London: Eyre and Spottiswoode, 1944), p. 31.
22. Meath também serviu como Presidente do County Council Parks
Commit de Londres. Naquela ocasião, Frank Smith também era membro
do L.C.C.
23. Brabazpm Potpourri, p. 269.
24. Esta reivindicação de Meath proporciona credibilidade à
afirmação de Victor Bailey de que o Exército de Salvação representou,
neste período, uma tentativa de auto-organização
do proletariado em benefício próprio. Nesse caso,
o Exército da Igreja representou uma tentativa da classe-média
de controlar as massas proletárias. Bailey, "In Darkest
England," pp. 13334.
25. T. H. Huxley, Evolution and Ethics and Other Essays
(New York: D. Appleton, 1898). Sobre Charles Loch, veja Paul
Thompson, Socialists, Liberals and Labour, The Struggle
for London, 18651914 (London: Routledge, 1967), pp. 9199.
See Murdoch, The Salvation Army, capítulo 9,
sobre «Darkest England». Em 1901, o Exército
deu início a um programa de emigração que,
até 1938, transferira 250.000 emigrantes ingleses para
seus domínios além-mar. Isto substituiu a idéia
de colônia ultramarina. E. H. McKinley, Somebody's Brother:
A. History of The Salvation Army Men's Social Service Department,
18911985 (Lewiston, ME: Edwin Mellen Press, 1986), é
um excelente estudo do programa de oficinas urbanas do Exército
de Salvação nos Estados Unidos.
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