Rafael, na época baixista do Sex Hansen, e Bulla, então vocalista
do No Name, se encontraram no saudoso "Balaio de Frango"(Maringá-PR)
e começaram a falar de suas preferências musicais. Não
tinha nada que batia,mas eis que derrepente, chegaram a um ponto comum,
aliás, dois pontos comuns, ambos eram fanáticos por Pixies
e Beatles. Estava formado The Guavas, um projeto que visava apenas diversão
e covers das bandas supracitadas. O primeiro nome durou cerca de dois minutos,”Os
Repolhos”, mas o caminho era mesmo por aí, e logo em seguida foi
escolhido”Os Goiabas”, batizado posteriormente para a lingua inglesa de
The Guavas. Bulla na época não sabia tocar baixo, Rafael
apenas arranhava sua guitarra, logo precisavam de um baterista que tambem
não soubesse tocar e então, Sinho foi o escolhido, a marmelada
estava completa. Imagine um baixista que não sabia tocar e não
tinha baixo, um guitarrista que tinha apenas uma guitarra e um pedal de
distorção velho e sem amplificador e, um baterista que ao
invés da bateria, treinava com um prato velho e com uma caixa de
repique de fanfarra de colegio roubada.
As primeiras letras não demoraram a sair e as mesmas,cerca de três
ou quatro foram escritas num bar,que na época costuma abrigar desde
punks até metaleiros,esse bar era o Ypsilons.Lá surgiram
letras como “Many People in this Place”,”Junior is Happy”,e tambem uma
homenagem às histórias em quadrinhos:”Super-Heroes”.Essas
letras geralmente eram escritas na sexta-feira e logo pela manhã
do sábado, Rafael juntava alguns acordes e as músicas estavam
prontas.Detalhe que não havia sido feito nem um ensaio e, quando
se juntaram para o primeiro,tinham em mãos cerca de sete ou oito
músicas,ou seja,o projeto de se tocar covers dos Beatles e do Pixies
foi pro pau!!!
Eis que surge o convite para o primeiro show,25 de Dezembro de 1994,na
festa de aniversário do Bulla,só assim mesmo para estreiarem,pois
eram terriveis.
Em Fevereiro de ‘95 tocam em Campo Mourão e agradam o público
local.Começa-se a perceber que não eram só os membros
da banda que estavam se divertindo,e isso de certa forma foi um estopim
para a solidificação da idéia de se ter uma banda
onde não houvesse muita sofisticação,além do
"1,2,3,4 vamô lá que é Rock and Roll!!!".
Alguns meses depois são chamados para abrirem o show do Killing
Chainsaw,será possível,será que esses caras estavam
falando sério? E era verdade,tocaram com uma das maiores bandas
nacionais do gênero e três meses depois voltaram a ser convidados
a abrir novamente o show dessa grande banda de Piracicaba.Tocaram tambem
nesses shows (RastaRock) as bandas The Bakers,Magic Ballon e Happy Cow.
Com o passar do tempo foi sentindo-se a necessidade da inclusão
de um novo guitarrista.Eis que surge então Marcio Renato,tambem
guitarrista da banda Crushed Peanuts(banda que Bulla formou após
o término do No Name),se oferecendo a entrar para Os Goiabas,foi
aceito e o som da banda passou a ter mais energia e peso,além de
novas idéias.Agora de Guavas era um quarteto e apartir desse momento
surgiram várias oportunidades de show.Foram chamados varias vezes
a participar do Porão Rock Show, festival guitar-thrash que acontecia
no Balaio de Frango, e tiveram oportunidade de tocar ao lado de muitas
bandas legais do cenário alternativo nacional,entre elas, Wry,Low
Dream, Magic Ballon,Lexhare e Linguachula.Nessa época Rafael decide
abandonar o Sex Hansen(grande banda de trash metal maringaense!!),e passa
a se dedicar unicamente aos goiabas.
Apesar dos grandes shows,a banda não ia bem internamente após
o ultimo festival no Balaio(último mesmo,o bar fechou alguns meses
depois deixando muita saudade nos boêmios do rock maringaense).
Bulla não estava satisfeito com o som pop praticado pela banda e
acabou deixando The Guavas no fim de ‘95.Rumores surgiram dizendo que Os
Goiabas haviam acabado, mas a história não poderia acabar
aí,ainda havia muito a ser feito. Rafael, Sinho e Marcio se desanimaram
com a notícia da saída do companheiro mas logo deram a volta
por cima, e começaram a se reanimar com a idéia de gravar
a primeira demo-tape.Ainda não havia sido encontrado um novo baixista,e
os planos era de que Rafael gravasse as quatro cordas.Em ‘96 surge Diego
"El Lobo", faz um teste e logo em seguida a posição de baixista
é confiada ao rapaz,que até então tinha 15 anos. Diego
entra no The Guavas dando vitalidade ao “reinicio”e uma semana depois o
quarteto entra em estúdio para a gravação da primeira
demo-tape.
“Four guys sitting on a guava tree” é gravada num final de semana,um
final de semana trágico,pois infelizmente faleciam ao mesmo tempo
em que os rapazes gravavam,o grupo Mamonas Assassinas,banda de rock muito
querida pela população brasileira.A fita teve patrocínio
de Andhye Iore,proprietário do O Porão(antiga loja de Cds
maringaense),e grande incentivador da banda desde os primórdios.
A fita consegue agradar os fãs e amigos,e tambem consegue uma boa
conceituação nas revistas e fanzines especializadas no gênero.The
Guavas dá uma entrevista ao Diário do Norte do Paraná,têm
sua fita comentada na Folha de Londrina,saem no Underguide,fanzines em
geral(Dorian Gray, Midsummer Madness,Papakapika) e recebem elogios das
maiores revistas de rock do Brasil(Rock Brigade e Dynamite).
No início de 1997 são convidados pela gravadora paulista
Prize Records a fazerem parte do “casting” da mesma,com proposta de gravação
de dois CD’s e um contrato a perdurar por dois anos,no entanto, dão
preferência ao término das atividades acadêmicas.