Azevedo Coutinho
Azevedo
Coutinho, de seu nome completo João de Azevedo Coutinho Fragoso
Sequeira, foi vice-almirante da Armada e foi um dos heróis africanos. Era
natural do Alter do Chão, onde nasceu a 3 de Fevereiro de 1865, tendo
falecido em Lisboa a 8 de Dezembro de 1944. Era
filho de Manuel de Azevedo Coutinho e de Efigénia de Azevedo Coutinho.
Tendo assentado praça a 13 de Outubro de 1880, passou a aspirante da
armada a 10 de Novembro de 1882 e, dois anos mais tarde, é promovido a guarda-marinha.
Em Fevereiro de 1885 Azevedo
Coutinho partiria para a sua primeira comissão em Moçambique,
cumprindo o seu tirocínio obrigatório de 3 anos na Divisão Naval da
Índia, onde comandou os iates "Tungué" e "Lúrio" e o vapor "Auxiliar",
distinguindo-se pela bravura e capacidade de comando de tropas.
Terminado o tirocínio regressou ao Continente em Janeiro de 1889 mas
voltaria a Moçambique em Junho do mesmo ano para nova comissão.
Entre outras acções em Moçambique, comandou a
canhoneira Cherim quando Serpa Pinto chegou a África com a missão de
manter o domínio português na região do Chire e Ruo, nas vésperas do
ultimato.
A 15 de Janeiro
de 1891, foi no seu regresso a Lisboa, recebido em apoteose e o
parlamento declarou-o benemérito da pátria. Contando na altura apenas
25 anos de idade do seu curriculum faziam já com importantes
prestações em prol da pátria, tendo sido o chefe da rendição de
Chilomo e o pacificador do régulo Gambi e imposto o domínio português
na zona do Ruo ao Milange.
Posteriormente
viria a ocupar importantes cargos como: deputado em 1900; Governador
Geral de Moçambique,
(1905-1906) ; Governador Civil de Lisboa
após a morte de D. Carlos; por duas vezes, entre 1909 e 1910, ministro
da Marinha e senador monárquico pelo distrito de Portalegre em 1925 e
1926, isto para além de ter sido Ajudante de campo de D. Carlos e de
D. Manuel e de ter sido por várias vezes condecorado.
Em 1910, em virtude das
alterações políticas verificadas, na sequência da implantação da
República, viria a passado à reforma no posto de Capitão-de-Fragata.
Em 1919, chefiou, com Aires de Ornelas, uma revolta, pelo que foi
preso e exilado. Em 1942, viria a ser reintegrado na Armada com o
posto de Vice-Almirante honorário.
Em 1935, publicou O combate
de Macequece, e As duas conquistas de Angoche e, em
1941, Memórias de Um velho Marinheiro e soldado de África.
A 28 de Agosto
de 1890, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos delibera atribuir o seu
nome ao arruamento situado por de trás da então praça do
peixe, mercado da fruta e antigo passeio público, estendendo-se desde
o chafariz do ilhéu até à, na altura ainda, projectada rampa de
ligação entre a rua Nova da Praia e a rua do cais. Corresponderia esta
rua (rua Azevedo Coutinho) se hoje existisse, ao segmento da rua da Portada entre o seu
cruzamento com a rua da Administração, onde ainda existe o fontenário,
dito do Ilhéu, e a rua Nova da Praia.
A 7 de Março de
1970, a Marinha Portuguesa presta-lhe homenagem com o lançamento ao
mar uma
corveta com o seu nome.
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