Ouvindo a Deus
Originalmente publicado em
http://tiabuilder.wordpress.com/2008/04/06/listening-for-god/
“O nível mais elevado de oração é a oração por nada. É um silêncio grave
e profundo, no qual permitimos a nós mesmo ficar parados e conhecê-lo. Naquele
silêncio, somos mudados. Somos acalmados. Somos iluminados.”
– Marianne Williamson,
autora inspiracional e palestrante (1952 - )
Em minha experiência, a oração é um mistério para a maioria das pessoas. Muitos sabem por que oram e seus objetivos ao fazê-lo, mas não sabem o que esperar em retorno.
Um bom amigo, um Cristão com crenças fundamentalistas, alega que devemos orar por coisas, quer sejam coisas que queiramos receber ou eventos que queiramos que ocorram. Recobrando os muitos anos em que o conheço, ele pode estar certo. Ele parece ter recebido o que pediu.
Eu não peço nada quando oro. Eu oro, como Marianne Williamson faz, em grave e profundo silêncio. Eu não falo. Eu ouço.
Ouvir pode ser a mais subvalorizada habilidade humana. Como não leio rápido, tendo uma deficiência no processamento de informação em meu cérebro, eu aprendo tanto quanto posso ouvindo outros que sabem.
As pessoas gostam de ser ouvidas. Se eu pareço estar absorvendo o que elas dizem e continuo a prestar atenção enquanto falam, elas pensam que eu sou um cara legal, alguém que vale a pena conhecer.
As pessoas perguntas coisas penetrantes como Deus Realmente existe? O que Deus pode fazer por mim? Por que estou aqui? Qual é minha missão na vida? Como pode haver um Deus quando coisas tão más acontecem no mundo?
Elas perguntam. Elas perguntam. Elas perguntam. Mas não ouvem as respostas.
A Biblia diz que Deus criou a humanidade à sua imagem. Seria mais certo dizer que a humanidade criou seu Deus à sua imagem. Tem mais, seu Deus raramente faz o que ela lhe manda fazer. O que é o porquê dele desapontar tanta gente.
Se Deus é um ser etéreo, composto de algo que não é nem matéria nem energia, como podemos esperar que Deus se comunique conosco? Poderia ele se comunicar em palavras, como alguns dizem? Não costumamos dizer que pessoas que ouvem vozes em suas cabeças têm distúrbios psiquiátricos? Ou só é um problema mental quando as vozes não vêm de Deus?
Faz sentido que Deus só possa se comunicar conosco de uma maneira que seja diferente do jeito como nosso companheiro humano conversa conosco. Se ele se comunicasse conosco da mesma maneira que outras pessoas, ele seria certamente um Deus feito pelo homem. Isso não faz sentido, a menos que você seja um líder religioso que quer que outros o sigam por que ele comunga diretamente com a divindade. Tem um monte disso acontecendo por aí.
Faz sentido para mim que se queremos saber o que Deus tem em mente para nós, devemos nos pôr em um contexto que seja natural, não em uma estrutura construída por homens. E devemos abrir nossas mentes para o que o meio natural nos oferece.
Quando faço isso, lavando os efeitos das criações humanas para longe de minha mente, posso respirar com tamanha energia que não posso explicar. O mesmo respirar em casa, numa loja ou igreja é nada mais que um respirar profundamente. Quando o contexto e o ambiente estão certos, eu me torno mais que um indivíduo em cada respirar. Eu me torno parte de um todo universal onde vejo tudo ligado com ligações não-vistas e inexplicáveis. Tudo é uma unidade.
Também sinto um amor diferente de
qualquer coisa que já tenha experimentado em outro lugar. Tão abundante é esse
amor dentro de mim que eu sinto a necessidade de dividi-lo com outros. Assim
como devo me comunicar com outros diferentemente de como faço com Deus, eu o
ofereço àqueles que querem dividi-lo comigo. Eu ofereço amor com palavras, mas
também com sorrisos e com o toque. Um simples toque, como apertar as mãos ou
tocar um ombro ou braço enquanto se fala. Algumas vezes um abraço é o que é
necessário.
Funciona? Faço diferença em divider meu amor com outros? Eu posso apenas dizer que apenas aqueles que têm seu coração endurecido deixam minha presença sem se sentirem melhores do que quando nos encontramos.
Isso parece razão suficiente como propósito de vida.
Eu faço mais. Eu divido com você, quem eu não posso ver. Eu deixo para você aceitar minha oferenda e aprender como aceitar o amor você mesmo.
Procure por ele em grave e profundo silêncio. Escute. Pode levar algum tempo para você aprender como ouvir. Quando fazê-lo, respire profundamente. Faça de novo e de novo, como desejará. Será excitante, estimulante.
Então divida sua abundância com aqueles que precisam do que não têm.
Bill Allin
– 6 de Abril de 2008