versiones, versiones y versiones...renovar la aventura de compartir la vida con textos, imágenes y sonidosDirector, editor y operador: Diego Martínez Lora    Número 52 - octubre-noviembre 2003


Hermínia Nadais(*):

Silêncio e outros poemas


 

Silêncio

Silêncio não é estar só

Nem é estar acompanhada,

É sentir-se triturada

Como o milho entre a mó...

É viver com muita gente

Que não vive, que não sente

O mesmo sentir da gente!

É ter coração ardente

Cheio de amor e carinho,

É estar dentro dum "ninho"

Tão cheio... e tão vazio!...

Onde o calor é tão frio,

E o frio tão gelado!...

O gelo, mesmo adoçado,

Nunca deixa de ser frio.

 

É preciso companhia

P’ra palmilhar bem a estrada...

Eu encontrei-a.... e perdi-a...

Fiquei de novo sem nada!

 

E continuo a viver,

Numa morte permanente

Sempre só... e amalgamada

No meio de tanta gente!...


ÁRVORE, FLORESTA E VIDA

 

Ó Árvore! Vida da "Vida",

Que espalhas tanta beleza!...

Sem ti o Mundo era triste

E não tinha tanta riqueza!...

 

Sem teus frutos, tuas flores,

Troncos cheios de verdura,

A vida animal estaria

De sempre na sepultura...

 

As tuas flores dão beleza,

Os teus frutos alimentam,

Tuas folhas dão a sombra

E o oxigénio sustentam.

 

A madeira do teu tronco

Acompanha-nos na vida,

Faz o berço de embalar

E na morte nos dá guarida.

 

É a tua lenha que aquece

No Inverno, os mais velhinhos,

Escondidos nas tuas folhas

Fazem os pássaros seus ninhos.

 

Não acaba o que dizer

De ti, "Mãe" abençoada!

Por tudo quanto nos dás

Bem alto, muito obrigada!

 

Agora um eco se escute

Pelo Mundo, e sem demora:

-Salvemos nossa floresta,

Sua fauna, sua flora!

 

Lutemos contra os incêndios

Que tanto "A" fazem sofrer,

Pois  quando  a   floresta arde

É a "Vida" que está a arder!


Canto de Amor!

 

Falar de incompreensão

“Contigo” nunca condiz,

Pois teu doce coração

Escuta sempre o que se diz.

 

Meu Amor, fala baixinho,

Ao meu ouvido, em segredo,

Não quero que o mundo saiba

Que sem ti, estou num degredo!...

 

Quando oiço o rouxinol

Muito alegre, a assobiar,

Recordo a vida que levo

Meu Amor, só por te amar!

 

Cantas dentro de meu peito

Belos cantos de ternura,

Quando contigo me deito

No meio da noite escura!

 

Estou tão louca de paixão

Tal como nunca senti,

Já matei minha ilusão

De tentar viver sem ti!

 

Vejo muitas andorinhas

Poisadas pelos beirais,

Lembrando as falas meiguinhas

E os teus sorrisos leais!

 

Gosto de ver as estrelas,

Luzeiros da noite escura,

Recordam-me a tua luz

Que me enche de ventura!

 

É tão bom ficar sozinha

Sem ninguém a incomodar,

É a maneira mais fácil

Meu Amor, de te falar!

 

Ter-te, Amor, por companhia,

É toda a esperança minha,

Na angústia ou alegria,

Sei que nunca estou sozinha!

 

Sinto-te dentro do peito

E não canso de dizer-te:

“Não me deixes magoar-te,

Antes morrer, que perder-te!”


(*)Hermínia Nadais, escritora portuguesa. Mora em Vale da Cambra.


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