versiones, versiones y versiones...renovar la aventura de compartir la vida con textos, imágenes y sonidosDirector, editor y operador: Diego Martínez Lora    Número 55 - Abril - Mayo 2004


Maria F. Morgado(*)

Próteses


E agora, se a publicidade e heterogeneidade de palavreado e calúnias fosse banal eu diria “foda-se a cleromania” e “foda-se a minha clerofobia” que findou por ser um chué exacerbado de emoções inestéticas e duvidosas, todas elas sem rumo certo e prontas para embarcar num navio de velas azuis... supostamente esverdeadas. Digo verde símbolo de esperança...mas este vocábulo é só uma herança da minha infantilidade. Para mim o verde simbólico não existe porque existe só a ataraxia elevada a um supremo desejo de não sentir dor. E se a esperança é a vontade (lá no fundo) de acontecer determinado acontecimento então proponho cortar o mal pela raiz e diminuir o significado insignificante à morte do seu símbolo inventado. (Agora só para ti Esperança: não fiques macerada pelas minhas orações a ti, porque elas são só fruto de uma anestésica intelectualização da minha mente, e são assim hipocrisias da tua sorte porque para mim és nada. O nada é a nulidade da chulice insana do acto de fingir a poetização de um Factum inalterável).

“Merda para as simulações benévolas da personalização de cada um de vocês Deuses para mim politeísta ou Nosso senhor Jesus Cristo para mim monoteísta porque não sabem restringir a fé a um puro e simples arsenal de crenças “...é poder! É riqueza material! São aporemas de poemas à apoucada prótese da validade Humana! E vivam os aplausos à infâmia...! E vivam as apostolizações às presidências aparelhadas! Urra à universalidade de conceitos preconceituosos instrumentos cronicamente manufacturados!

“ Porra para as lutas elaboradas de narcisismo naifista e suicida. Masoquistas! ”Olho para as indigências vossas e faço das minhas iguarias críticas as vossas lições de vida! Liquidem-se! Derretam a fúria calorosamente fumegante e galopante por entre os relvados de caprichos!


(*)Maria F. Morgado, Porto, 1984.  Este texto faz parte do livro publicado pela Editorial 100: "Os textos que não eram meus"


Índice de Versiones 55

Página principal de Versiones