versiones, versiones y versiones...renovar la aventura de compartir la vida con textos, imágenes y sonidosDirector, editor y operador: Diego Martínez Lora    Número 56 - Junho - Julho 2004


Maria do Céu Costa(*)

A Saudade chamou pelo sonho


Sonhei que estava num pequeno planeta, o planeta de nome “Sem tempo”, e sem te procurar encontrei-te. Foi como um relâmpago que se desenhou no céu, sentia-me feliz.

Estivemos longamente, se é que posso dizer longamente, porque nesse planeta não se podem usar expressões que indiquem tempo, conversamos calmamente com pausas de silêncios tão doces, sem termos a noção de que mais nada, além desse lugar existia.

E nesse sonho que me pareceu tão real, senti que enganei por momentos a saudade.

Mas logo acordei e o sonho dissipou-se como uma nuvem de fumo, e a saudade voltou carregada e continuou cravada no peito.

Essa saudade que não te escondo e te confesso…

E o romper da luz do dia apenas veio clarificar que a saudade não se engana! Não se mata a saudade, com sonhos, nem se mata a saudade nos  sonhos. 

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Dedico, este pequeno texto a todos os que de algum modo, ou, em algum momento quiseram, ou querem, estar muito com alguém, tenha ela a relação que  tenha consigo, e essa pessoa não se dá conta que  ao “privar da partilha da sua companhia”, magoa.


(*)Maria do Céu Costa 1970. Poeta portuguesa. Reside actualmente em Amarante. Publicou Sentimentos no Silêncio, 2004.


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