versiones, versiones y versiones...renovar la aventura de compartir la vida con textos, imágenes y sonidosDirector, editor y operador: Diego Martínez Lora    Número 57 / Agosto - Setiembre 2004


Maria do Céu Costa(*):

Que pressa a nossa...


 

Passou-se num dia normal perto da época de Natal. Ali estavam duas crianças de cerca de seis anos de idade. Num primeiro relanço do meu olhar reparei que brincavam.

Recordo que ia apressadamente com destino a algum lado. Naquele instante algo me fez deter a observá-las. O pensamento como que parou, desligando-se do destino que levava e prendendo o olhar que ficara imobilizado em direcção àquelas duas meninas.

Brincavam alegremente, em sintonia tão perfeita como que dos seus sorrisos flutuassem suaves acordes musicais que se fundiam numa doce melodia que parecia enfeitiçar.

Ali fiquei, e nesse momento senti-me como saísse de mim e voasse até algum recanto que os inconscientes guardam e em momentos se procuram.

Nesse recanto estava eu e aquela amiga do nosso coração, tínhamos a mesma idade das duas meninas, sei que brincávamos, sorriamo-nos e sonhávamos, mais nada no mundo nos interessava, ali estávamos felizes.

Um som mais estrondoso de algo que passava próximo, veio até mim como um “sacudir”. O tempo que fiquei a observar essas crianças não sei…, foi um tempo isento, sei que me senti criança de novo e era aí que queria ter ficado.

O único tempo que o relógio não pode alcançar para contabilizar, o tempo feliz. Tempo esse, que todos devíamos procurar encontrar de novo.

 

 

Para onde vamos, que pressa a nossa!


(*)Maria do Céu  Costa, poeta portuguesa. Reside actualmente em Amarante


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