O
DISTRITO (1951)
Mamborê foi elevado à categoria de Distrito Judiciário do Município
de Campo Mourão pela lei número 613 de 27 de janeiro de 1951.
O novo Distrito de Mamborê era representado na Câmara de Vereadores de
Campo Mourão por Laurentino Batista Guimarães e Daniel Miranda.
PRIMEIRA SERRARIA
As primeiras serrarias do município pertenceram a Joani Esguari e a
Ricardo Kauffmann.
A serraria de Joani localizava-se entre as atuais avenidas Antonio Chiminácio
e Manoel Francisco da Silva, às margens do riacho. Depois pertenceu a Manoel
Vitor Teixeira. Nesta, houve casos nos quais o trabalho era interrompido devido
à serra ser danificada por balas alojadas no interior de pinheiros.
A serraria de Ricardo foi instalada na localidade de Sununu.
MENGELE EM MAMBORÊ?
Por volta do ano de 1985 veio à tona a notícia da possibilidade do
carrasco nazista Josef Mengele, que fez parte do extermínio de judeus ao lado
de Hitler na Alemanha, ter morado em Mamborê.
Em 1956 chegou um médico, ou suposto médico, chamado Josef Kanat.
Durante a permanência deste em Mamborê, agiu como um verdadeiro carrasco,
fazendo cirurgias sem anestesias, partos desastrosos e até amarrando os
pacientes. Seu hospital estava instalado na esquina das atuais Av. Manoel F. da
Silva e Rua Ricardo Kauffmann (Banco BANESTADO), local da antiga Escola Isolada.
O caso mais conhecido é o de Iris Fantin, que necessitou dos trabalhos
de um médico para o serviço de parto em novembro de 1956. Chamado Josef Kanat,
este agiu com tanta violência que a filha Zilda nasceu com um corte em uma das
orelhas.
Na opinião de Daniel Miranda, amigo de Kanat, ele não era o carrasco
Mengele, mas também não era médico.
De acordo com Juvêncio Ferreira de Paula, Inspetor Municipal na época,
Dr. Kanat era muito inteligente e gostava de dar palpites em assuntos de
carpintaria.
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Após um aborto mal sucedido feito em Mamborê, no qual a paciente, sua
ex-namorada de São Paulo veio a falecer, Josef Kanat fugiu para o Paraguai,
onde continuou trabalhando como médico. Permaneceu por aproximadamente um ano
em Mamborê.
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- ELETRICIDADE
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A partir do ano de 1956, não era mais necessário o uso de lampiões nas
casas do povoado. Graças a um gerador elétrico, movido a vapor, as poucas
dezenas de casas residenciais e comerciais recebiam energia no período das 18
às 23 horas.
O proprietário, Nole Barzotto, cobrava dos usuários, de acordo com o número
de lâmpadas que cada um utilizava.
A usina estava instalada à Avenida Augusto Mendes dos Santos, a poucos
metros do ribeirão e proporcionou o funcionamento da primeira sorveteria da
cidade. O Clube Guarani também utilizava esta eletricidade. Nas noites de
bailes, a usina funcionava até o final do mesmo. Enquanto as pessoas se
divertiam no clube, o Seu Nole se “divertia”, colocando lenha no fogo.
A partir de 1960, motores a diesel foram utilizados para movimentar os
geradores e fornecer energia elétrica para Mamborê.
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Somente a partir de 1969 é que Mamborê recebeu eletricidade produzida
por usina hidrelétrica. Esta vinha de Campo Mourão.
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- NOSSA SENHORA DO ROCIO
A imagem da padroeira do Estado do Paraná, Nossa Senhora do Rocio, que
tem seu Santuário em Paranaguá-PR, esteve em Mamborê pela primeira vez em 4
de maio de 1956.
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A segunda visita da mesma voltaria a acontecer 42 anos mais tarde, em 22
de junho de 1998, quando foi recebida com uma grande carreata pela cidade. O
povo mamboreense demonstrou o grande carinho que tem para com a Mãe de Jesus,
que está no céu.
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- CRIAÇÃO DA PARÓQUIA
A terceira capela foi construída no início da década de 50. Um dos
primeiros casamentos realizados na mesma foi o do casal Nivaldo e Teresinha
Vieira, no ano de 1953. Esta foi construída no local onde atualmente está a
igreja matriz e sua planta era idêntica à da igreja da cidade de Campo Mourão.
Com a conclusão da primeira Casa Paroquial em maio de 1956, a Paróquia
foi criada em 1 de outubro do mesmo ano.
O primeiro batismo registrado nos livros da Paróquia Nossa Senhora da
Conceição de Mamborê, é de Iracema, filha de Sebastião e Isaura Miranda.
Foi em 6/1/57. Os padrinhos foram João e Gerondina Krubisak e o padre foi
Guilherme Matt, da Sociedade do Verbo Divino.
Padre Guilherme Matt S.V.D. foi o primeiro pároco de Mamborê.
PÁROCOS E VIGÁRIOS PAROQUIAIS
A seguir, a lista dos párocos e vigários paroquiais, ou padres
auxiliares, que trabalharam em Mamborê ao longo da história.
Esclarecemos que a sigla S. V. D. significa Sociedade do Verbo Divino e
S. J., Sociedade de Jesus, ou Jesuítas.
1º Pároco - Pe. Guilherme Matt, S. V. D., empossado em 01/02/57.
2º Pároco - Pe. Leopoldo Jarek, S. V. D., empossado em 01/02/59.
3º Pároco - Pe. José Sauer, diocesano, empossado em 06/01/62.
4º Pároco - Pe. José Ely, S. J., nomeado em 11/01/65 e empossado em
24/01/65.
Vigário Paroquial - Pe. Arnaldo Beckenkamp, S. J., conhecido e lembrado
como “Padre Sarrafo”, devido a ser magro e alto.
5º Pároco - Pe. Arnaldo Beckemcamp, S. J., empossado em 23/04/66.
Vigário Paroquial - Pe. Libino
Steffen, S. J., em 12/05/66.
6º Pároco - Pe. Libino Steffen, S. J., empossado
em 10/66.
7º Pároco - Pe. Fernando Seidel, S. J., empossado em 02/67.
Vigário Paroquial - Pe. Antônio Strieder, S. J., em 10/67.
Vigário Paroquial - Pe. José Rohde, S. J., em 1968.
Vigário Paroquial - Pe. Inácio Kraemer, S. J., em 07/68.
Vigário Paroquial - Pe. Ervino Schmitt, S. J., em 02/69.
Vigário Paroquial - Pe. Aloysio Augusto Ternus, S. J., em 03/04/74
Escolástico
- Fr. Sereno Boesing, S. J., em 1977.
8º Pároco - Pe. Vendelino Mueller, S. J., empossado em 26/02/78.
Vigário Paroquial - Pe. Ervino
Schmitt, S. J.
Vigário Paroquial - Pe. Fernando Seidel, S. J.
9º Pároco - Pe. Huberto Melz, S. J., empossado em 17/02/80.
Vigário Paroquial - Pe. Ervino Schmitt, S. J., falecido em 29/01/87.
Vigário Paroquial - Pe. Aloysio Augusto Ternus, S. J., retorna em
06/03/80.
Vigário Paroquial - Pe. Arthur Frantz, S. J., em 21/02/92.
10º Pároco - Pe. Arthur Frantz, S. J., nomeado em 08/06/92 e empossado
em 13/06/92.
Vigário Paroquial - Pe. Aloysio Augusto Ternus, S. J.
11º Pároco - Pe. Leopoldo Benno Petry S. J., empossado em 22/02/98.
Vigário Paroquial - Pe. Aloysio Augusto Ternus, S. J.
TERRAS
Na década de 50 a situação dos proprietários rurais começou a ser
regularizada.
Havia a necessidade de se obter o Título de Propriedade para assegurar a
posse da terra a qual, até então, era denominada “terra devoluta”. O Título
só podia ser conseguido em Curitiba.
Aí entrava o trabalho do escritório de Daniel Miranda. Após a obtenção
do parecer favorável do chefe do DGTC - Departamento de Geografia, Terras e
Colonização de Campo Mourão, Dr. Rubens,
Daniel Miranda levava a papelada e o valor em dinheiro necessário à
capital do Estado, para titular os lotes que, geralmente, eram de 40 alqueires
paulistas.
Itacy Martins e Paulino Ferreira Messias também realizavam o
trabalho de titular terras.
Houve casos dos próprios proprietários dirigirem-se a Curitiba para
obtenção dos títulos, como aconteceu com Felipe Olipa, residente na
localidade de Pensamento. As dificuldades eram muitas, pois estes não conheciam
os inúmeros caminhos burocráticos pelos quais a papelada deveria passar, para
conseguir a documentação.
Dentro do perímetro urbano a Prefeitura Municipal também fornecia o Título
de Concessão para aquele que já ocupava o terreno.
Antes da regularização das terras, tanto no perímetro urbano como na
zona rural, os posseiros tinham a preocupação de ocupar pontos variados do
terreno com construção de paióis ou outra benfeitoria para assegurar a posse.
Em Mamborê aconteceu um fato curioso. Um proprietário perfurou um poço
para garantir seu terreno. Passado algum tempo este procurou a Prefeitura
Municipal, pois estava negociando a data (com o poço); estava trocando a mesma
por uma égua.
Um avião, de porte pequeno, faz uma aterrissagem
forçada em Mamborê em 1958, batendo uma asa no canto do cartório pertencente
a Paulino Ferreira Messias, na atual esquina da Av. Manoel F. da Silva e Rua
Piraí (próximo à Igreja Matriz)
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