Como
pode uma membrana celular ser excitada?
Geralmente
a excitação ocorre no momento em que a membrana recebe um
determinado estímulo.
Tipos de estímulos: calor, frio, solução salina hipertônica ou hipotônica, ácidos, bases, corrente elétrica, pressão, etc.
Algumas células desencadeiam o Potencial de Ação sem a necessidade de receberem estímulos, devido a uma alta excitabilidade que as mesmas apresentam. Tais células são denominadas auto-excitáveis, e os potenciais por elas gerados são denominados de potenciais espontâneos.
Um típico pontencial de ação em uma típica célula excitável dura apenas alguns poucos milésimos de segundo, e pode ser dividido nas seguintes fases:
DESPOLARIZAÇÃO:
É
a primeira fase do potencial de ação.
Durante
esta fase ocorre um significativo aumento
na permeabilidade aos íons sódio
na membrana celular.
Isso
propicia um grande fluxo de íons sódio
de fora para dentro da célula através
de sua membrana, por um processo de difusão simples.
Como
resultado do fenômeno citado acima, o líquido intracelular
se torna com grande quantidade de íons de carga positiva (cátions)
e a membrana celular passa a apresentar agora um potencial inverso daquele
encontrado nas condições de repouso da célula: Mais
cargas positivas no interior da célula e mais cargas negativas no
seu exterior.
O
potencial de membrana neste período passa a ser, portanto, positivo
(algo em torno de +45 mv).
REPOLARIZAÇÃO:
É
a segunda fase do potencial de ação e ocorre logo em seguida
à despolarização.
Durante
este curtíssimo período, a permeabilidade
na membrana celular aos íons sódio retorna ao normal e,
simultaneamente, ocorre agora um significativo aumento
na permeabilidade aos íons potássio.
Isso provoca um grande fluxo de íons
potássio de dentro para fora da célula
(devido ao excesso de cargas positivas encontradas neste período
no interior da celula e à maior concentração de potássio
dentro do que fora da célula).
Enquanto
isso ocorre, os íons sódio (cátions) que estavam em
grande quantidade no interior da célula, vão sendo transportados
ativamente para o exterior da mesma, pela bomba de sódio-potássio.
Tudo
isso faz com que o potencial na membrana celular volte a ser negativo (mais
cargas negativas no interior da célula e mais cargas positivas no
exterior da mesma).
O
potencial de membrana neste período passa a ser algo em torno de
-95 mv. (ligeiramente
mais negativo do que o potencial membrana em estado de repouso da célula.
REPOUSO:
É
a terceira e última fase: É o retorno às condições
normais de repouso encontradas na membrana celular antes da mesma ser excitada
e despolarizada.
Nesta
fase a permeabilidade aos íons potássio
retorna ao normal e a célula rapidamente
retorna às suas condições normais. O potencial de
membrana celular retorna ao seu valor de repouso (cerca de -90
mv.).
Todo
o processo descrito acima dura, aproximadamente, 2 a 3 milésimos
de segundo na grande maioria das células excitáveis encontradas
em nosso corpo.
Mas
algumas células (excitáveis) apresentam um potencial bem
mais longo do que o descrito acima: Células musculares cardíacas,
por exemplo, apresentam potenciais de ação que chegam a durar
0,15 a 0,3 segundos (e não alguns milésimos de segundo, como
nas outras células). Tais potenciais, mais longos, apresentam um
período durante o qual a membrana celular permanece despolarizada,
bastante prolongado. Estes potenciais são denominados Potenciais
em Platô.
Copyright - 1999 - Milton Carlos Malaghini