CORAÇÃO
(SISTEMA DE PURKINJE)
A ritmicidade
própria do coração, assim como o sincronismo na contração
de suas câmaras, é feito graças um interessante sistema
condutor e excitatório presente no tecido cardíaco: O Sistema
de Purkinje. Este sistema é formado
por fibras auto-excitáveis
e que se distribuem de forma bastante organizada pela massa muscular cardíaca.
Podemos
conferir, na ilustração abaixo, como se distribuem as diversas
fibras que formam o Sistema de Purkinje:
-
Nodo Sinu-Atrial
(SA): Também chamado nodo Sinusal,
é de onde partem os impulsos, a cada ciclo, que se distribuem por
todo o restante do coração. Por isso pode ser considerado
o nosso marcapasso natural.
Localiza-se na parede lateral do átrio direito, próximo à
abertura da veia cava superior. Apresenta uma frequência de descarga
rítmica de aproximadamente 70 despolarizações (e repolarizações)
a cada minuto. A cada despolarização forma-se uma onda de
impulso que se distribui, a partir deste nodo, por toda a massa muscular
que forma o sincício atrial, provocando a contração
do mesmo. Cerca de 0,04 segundos após a partida do impulso do nodo
SA, através de fibras denominadas internodais,
o impulso chega ao Nodo AV.
-
Nodo Atrio-Ventricular
(AV): Chegando o impulso a este nodo, demorará
aproximadamente 0,12 segundos para seguir em frente e atingir o Feixe AV,
que vem logo a seguir. Portanto este nodo, localizado em uma região
bem baixa do sincício atrial, tem por função principal
retardar a passagem do impulso antes que o mesmo atinja o sincício
ventricular. Isto é necessário para que o enchimento das
câmaras ventriculares ocorra antes da contração das
mesmas pois, no momento em que as câmaras atriais estariam em sístole
(contraídas), as ventriculares ainda estariam em diástole
(relaxadas). Após a passagem, lenta, através do nodo AV,
o impulso segue em frente e atinge o feixe AV.
-
Feixe
AV: Através do mesmo o impulso segue
com grande rapidez em frente e atinge um segmento que se divide em 2 ramos:
-
Ramos
Direito e Esquerdo do Feixe de Hiss: Através
destes ramos, paralelamente, o impulso segue com grande rapidez em direção
ao ápice do coração, acompanhando o septo interventricular.
Ao atingir o ápice do coração, cada ramo segue, numa
volta de quase 180 graus, em direção à base do coração,
desta vez seguindo a parede lateral de cada ventrículo. Note que
cada ramo emite uma grande quantidade de ramificações. Estas
têm por finalidade otimizar a chegada dos impulsos através
da maior quantidade possível e no mais curto espaço de tempo
possível por todo o sincício ventricular. Com a chegada dos
impulsos no sincício ventricular, rapidamente e com uma grande força,
ocorre a contração de todas as suas fibras. A contração
das câmaras ventriculares reduz acentuadamente o volume das mesmas,
o que faz com que um considerável volume de sangue seja ejetado,
do ventrículo direito para a artéria pulmonar e, do ventrículo
esquerdo para a artéria aorta.
Algo interessante
de se verificar no músculo cardíaco é a forma como
suas suas fibras se dispõem, umas junto às outras, juntando-se
e separando-se entre sí, como podemos observar na ilustração
abaixo.
Uma
grande vantagem neste tipo de disposição de fibras é
que o impulso, uma vez atingindo uma célula, passa com grande facilidade
às outras que compõem o mesmo conjunto, atingindo-o por completo
após alguns centésimos de segundos. A este conjunto de fibras,
unidas entre sí, damos o nome de sincício. Portanto podemos
dizer que existe uma natureza sincicial no músculo cardíaco.
Existem,
na verdade, 2 sincícios funcionais formando o coração:
Um sincício atrial e um sincício ventricular. Um sincício
é separado do outro por uma camada de tecido fibroso. Isto possibilita
que a contração nas fibras que compõem o sincício
atrial ocorra num tempo diferente da que ocorre no sincício ventricular.
Copyright - 1999 - Milton Carlos Malaghini
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