Formado pelas seguintes estruturas: Canal vaginal, útero, 2 tubas uterinas e 2 ovários, ligados ao útero, de cada lado, através de ligamentos ovarianos. Externamente, ao redor da abertura da vagina, temos 2 lábios vaginais de cada lado e, anteriormente, um pequeno tecido erétil chamado clitoris. Esta região externa é conhecida como vulva.
A função do aparelho reprodutor feminino é receber os gametas masculinos durante o ato sexual, propiciar as condições favoráveis à fecundação, isto é, a união de um espermatozóide com um óvulo (gameta feminino) formando um zigoto e, ocorrendo de fato uma fecundação, possibilitar, durante vários meses, o desenvolvimento do embrião e do feto até que este novo ser esteja em condições de viver fora do corpo de sua mãe. Ainda assim, mesmo após o nascimento, durante vários meses, a alimentação básica da criança depende de nutrientes produzidos por sua própria mãe (leite materno). O desenvolvimento das mamas, para que a produção de leite seja possível, também depende de hormônios produzidos pelas gônadas femininas.
OVÁRIOS:
Os dois ovários apresentam em seu estroma desde o nascimento, aproximadamente, 300.000 folículos imaturos denominados folículos primários. Cada folículo primário apresenta, em seu interior, um óvulo ainda imaturo denominado oócito primário. A partir da puberdade, sob influência de hormônios hipofisários (FSH), a cada mês, aproximadamente, alguns (apenas alguns) dos centenas de milhares de folículos passam por modificações suscessivas a cada dia, passando por diversas fases: folículos primários - folículos em crescimento - folículos veliculares - folículos maturos.
Os folículos,
durante o crescimento, produzem uma considerável quantidade do hormônio
estrogênio.
Após
alguns dias de constante crescimento os diversos folículos atingem
um grau máximo de desenvolvimento e passam a ser denominados folículos
maturos. Supostamente devido a uma alta quantidade
de estrogênio produzido pelos diversos folículos maturos,
a adenohipófise passa a secretar, subitamente, uma grande quantidade
do hormônio LH (Hormônio Luteinizante).
Este fenômeno, de aumento súbito na secreção
do LH é conhecido como "pulso do LH".
O pulso do LH é um dos mais importantes fatores responsáveis
pela ovulação:
Um dos diversos folículos maturos encontrados nos ovários,
de repente, sob influência da alta concentração de
LH, rompe-se e libera o óvulo para fora do ovário. A partir
deste momento, todos os demais folículos maturos passam, imediatamente,
a entrar num processo de degeneração, deixando de produzir
estrogênio. Os folículos, degenerando-se, transformam-se em
tecido fibroso e gorduroso denominado corpo
albicans. Já o folículo que
ovulou, sob influência do LH, não se degenera imediatamente.
Durante aproximadamente 2 semanas sobrevive na forma de um corpo amarelado
conhecido como corpo lúteo.
Durante estas 2 semanas, na forma de corpo lúteo, produz grande
quantidade de estrogênio e progesterona.
Passado este período, com a queda constante do LH, também
se degenera transformando-se em corpo albicans.
Com a degeneração
do corpo lúteo caem significativamente os níveis dos hormônio
estrogênio e progesterona, que estavam sendo produzidos pelo mesmo.
A queda dos níveis destes 2 hormônios faz com que a hipófise
novamente passe a secretar quantidades crescentes de FSH. O FSH promove,
então, nos ovários o desenvolvimento de novos folículos
até então primários. Estes novos folículos
passam a crescer a cada dia, produzindo novamente estrogênio e, tudo
o que foi descrito nos parágrafos anteriores, passa a acontecer
novamente.
Estes eventos
repetem-se aproximadamente a cada 28 dias durante toda a vida fértil
da mulher. A cada ciclo temos uma fase onde diversos folículos se
desenvolvem, produzindo estrogênio. Ao final desta fase ocorre uma
ovulação. A partir da ovulação entramos numa
outra fase onde predomina a existência de um corpo lúteo,
que produz estrogênio + progesterona.
A cada ovulação,
um óvulo (ainda na fase de oócito secundário) ao ser
expulso do ovário, com muita probabilidade, acaba se aderindo a
uma das fímbrias que se encontram na extremidade de cada uma das
tubas uterinas. Aos poucos o óvulo vai se deslocando para o interior
da tuba e, desta, em direção à cavidade uterina. Não
ocorrendo a fecundação (o que geralmente ocorre), o óvulo
morre antes de atingir a cavidade uterina e o que resta do mesmo é
expelido durante o fluxo menstrual seguinte.
CICLO ENDOMETRIAL:
As alterações cíclicas hormonais descritas acima produzem alterações bastante significativas no tecido que reveste internamente a cavidade uterina (endométrio):
Durante a fase de desenvolvimento e crescimento dos diversos folículos ovarianos, a cada ciclo, o estrogênio secretado por tais folículos em crescimento estimula a ocorrência de uma proliferação celular por todo o endométrio. As células endometriais se proliferam, o endométrio torna-se mais expesso, os vasos sanguíneos dilatam-se proporcionando um maior fluxo sanguíneo, as glândulas endometriais desenvolvem-se tornando-se mais longas e tortuosas. Esta fase dura aproximadamente 11 dias e é conhecida como fase proliferativa.
Passada a ovulação, entramos numa outra fase, caracterizada pela intensa atividade secretória das glândulas endometriais. A secreção é estimulada pelos altos níveis de progesterona, além de estrogênio, ambos sendo secretados pelo corpo lúteo. Esta fase dura aproximadamente 12 dias e é conhecida como fase secretória.
Como o corpo
lúteo também se degenera, os níveis dos hormônios
estrogênio e progesterona caem provocando uma degeneração
no endométrio: os vasos sanguíneos se tornam espásticos,
o fluxo sanguíneo se reduz acentuadamente, as células endometriais
descamam-se, as glândulas endometriais deixam de secretar e um sangramento
constante ocorre fazendo-se fluir através do canal vaginal. Tal
fase, que dura aproximadamente 5 dias,
é conhecida como fase menstrual.
ESTROGÊNIO E PROGESTERONA:
A partir da puberdade e durante toda a vida fértil da mulher, enquanto folículos se desenvolvem, a cada ciclo, em seus ovários verificamos uma significativa produção de estrogênio. Cada vez que se forma um corpo lúteo, também a cada ciclo, além de estrogênio ocorre também produção de progesterona. Estes dois hormônios são muito importantes no desenvolvimento e no adequado funcionamento do sistema reprodutor feminino.
O estrogênio, a partir da puberdade, é o grande responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos: Os ossos longos crescem rapidamente até aos 16 anos, quando perdem a capacidade de crescimento pela calcificação dos discos epifisários; os ossos da pelve também crescem, alargando o canal pélvico; pêlos pubianos aparecem; a vulva se desenvolve e passa a apresentar os grandes e pequenos lábios vaginais; a parede vaginal se torna mais resistente; o pH da vagina se torna mais ácido devido ao desenvolvimento de bactérias saprófitas que passarão a habitar esta cavidade; aumenta o volume da vagina, do útero e das tubas uterinas; as mamas se desenvolvem e, em seu interior, acumulam-se tecido gorduroso e fibroso, além de se desenvolverem células produtoras de leite agrupadas em alvéolos, com ductos dirigidos em direção ao mamilo. A cada ciclo, durante a vida reprodutiva da mulher, as oscilações de estrogênio também causam modificações significativas no endométrio, como as descritas acima.
A progesterona,
cada vez que é secretada, promove uma intensa atividade secretória
no endométrio, preparando-o a receber um óvulo fecundado
para se implantar no mesmo. A secreção endometrial é
rica em carboidratos, aminoácidos, gordura e diversos minerais,
importantes para a nutrição embrionária durante a
fase inicial da gravidez.
Copyright © - 1999 - Milton Carlos Malaghini