SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

 

Participa, na reprodução, produzindo os gametas masculinos, os espermatozóides, que são células haplóides (contendo apenas metade dos cromossomas de uma célula normal). Além disso é responsável pela ejaculação dos tais gametas masculinos no interior do aparelho reprodutor feminino, onde eventualmente um gameta masculino se junta ao feminino, propiciando a fecundação. Produz também uma considerável quantidade de hormônio masculino, a testosterona, responsável em grande parte pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários no homem.

Participam do Sistema Reprodutor Masculino as seguintes estruturas: 2 testículos (alojados no interior de uma bolsa denominada bolsa escrotal), 2 canais deferentes, 2 vesículas seminíferas (ou seminais), próstata, glândulas bulbo-uretrais, glândulas uretrais, uretra e pênis.

TESTÍCULOS:

São 2, localizados no interior de um saco denominado bolsa escrotal. No interior de cada testículo existem cerca de 900 túbulos seminíferos, cada um com aproximadamente 60 cm. de comprimento. No interior dos túbulos seminíferos é que, a partir de certa fase da puberdade, ocorre a espermatogênese, isto é, a produção dos espermatozóides. Estes são produzidos em grande quantidade (milhões) a cada dia, a partir de células mais primitivas, as espermatogônias que, com o estímulo hormonal a partir da puberdade, passam por uma série de divisões celulares e formam, através destas divisões, outros tipos de células que evoluem até que sejam formadas as espermátides, que se transformam em espermatozóides.
As etapas pelas quais passam as células, desde as espermatogônias até a sua transformação em espermatozóides, são as seguintes: Espermatogônias - espermatócitos primários - espermatócitos secundários - espermátides - espermatozóides.
Quando cada espermatócito primário se divide para formar 2 espermatócitos secundários, os cromossomas não se replicam, como ocorreria em qualquer outro processo de divisão celular através de mitose. Esta divisão, sem a replicação dos cromossomas, faz com que cada célula então formada tenha apenas metade dos cromossomas da célula que as deu origem. Trata-se de uma divisão celular denominada meiose.

Em meio às células que formam o epitélio germinativo do homem, no interior dos túbulos seminíferos, existem também outras células. Destacam-se as células de Sertoli (ou células de sustentação). São responsáveis, entre outras coisas, pela produção de determinadas enzimas e hormônios (especialmente estrogênio), necessários ao desenvolvimento da espermatogênese. As células de Sertoli são também responsáveis, em grande parte, pela absorção do líquido citoplasmático das espermátides, durante a transformação das mesmas em espermatozóides.

Externamente aos túbulos seminíferos existem também outras células muito importantes: as células de Leydig, responsáveis pela produção do hormônio testosterona, extremamente necessário tanto à espermatogênese normal como também ao desenvolvimento de todo o aparelho reprodutor masculino que ocorre durante a puberdade.

A partir da puberdade, algumas células da glândula hipófise anterior (adenohipófise) iniciam, sob estimulação hipotalâmica (LRF), a produção de hormônios como FSH (Hormônio Folículo-estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante). O FSH estimula o desenvolvimento do epitélio germinativo, responsável diretamente pela espermatogênese. O LH estimula as células de Leydig a produzirem testosterona, também necessário à normal espermatogênese.

Milhões de espermatozóides são produzidos a cada dia no interior dos túbulos seminíferos. Mas, no interior destes túbulos, tais espermatozóides são ainda imaturos. A maturidade ocorre durante sua passagem através de um outro túbulo, bem mais comprido e único em cada testículo, o epidídimo. Durante alguns dias os espermatozóides passam pelo interior do epidídimo e, durante este tempo, adquirem a maturidade, isto é, a capacidade de se locomover e fecundar um óvulo.

CANAIS DEFERENTES:

Na medida em que os espermatozóides vão deixando o epidídimo,a cada lado, vão passando por um outro túbulo, mais calibroso e que os transportará desde a bolsa escrotal até o interior da cavidade pélvica, acima, onde se juntará à uretra, no interior da próstata.
No interior dos canais deferentes, embora já maturos, os espermatozóides permanecem imóveis. Isto se deve principalmente ao pH ácido encontrado no interior dos canais deferentes.

VESÍCULAS SEMINÍFERAS:

São duas, uma em cada canal deferente, pouco antes que este atinja a próstata. Pouco antes da ejaculação, durante o ato sexual, cada uma destas glândulas secreta o líquido seminal, um líquido viscoso e amarelado, rico em nutrientes, açúcares e demais substâncias, importantes aos espermatozóides durante o trajeto dos mesmos no interior do aparelho reprodutor feminino.

PRÓSTATA:

Outra importante glândula, localizada abaixo da vesícula e no interior da qual passa a uretra, que drena a urina. No interior da próstata o líquido contendo os espermatozóides, proveniente dos canais deferentes, se junta à uretra que, a partir de então, faz parte tanto do aparelho urinário como também do aparelho reprodutor no homem.
Durante o ato sexual, pouco antes da ejaculação, a próstata secreta no interior da uretra o líquido prostático, um líquido esbranquiçado, leitoso e alcalino. O pH alcalino é importante para neutralizar a acidez encontrada no interior dos canais deferentes e no interior da vagina. Como citado acima, na presença de pH ácido os espermatozóides não se locomovem.

GLÂNDULAS BULBO-URETRAIS:

São duas, localizadas no segmento bulbar da uretra. Também durante o ato sexual, pouco antes da ejaculação, drenam muco ao interior da uretra.

URETRA:

Longa no homem, inicia-se abaixo da bexiga, passa pelo interior da próstata (onde recebe o sêmem) e, após passar próxima à sínfise pubiana (segmento bulbar), atinge o pênis. Através do interior deste, atravessando-o longitudinalmente por completo, a uretra finalmente se exterioriza.
 
PÊNIS:

Formado em grande parte por tecido erétil (2 corpos cavernosos e 1 corpo esponjoso), é o grande responsável pela introdução do material germinativo do homem no interior do aparelho feminino durante o ato sexual. Os tecidos eréteis, em seu interior, são formados por grande quantidade de cavidades semelhantes a esponja, por onde passa sangue durante todo o tempo.  Durante o ato sexual, com a excitação masculina, estes tecidos recebem um suprimento de sangue ainda maior, o que os tornam entumecidos e inflados. O pênis, com isso, aumenta de volume, tornando-se rígido e ereto. Tal fenômeno é conhecido como ereção. A irrigação sanguínea aumentada durante a ereção é causada por estimulação de um circuito nervoso localizado na região sacral da medula espinhal e transmitida aos vasos sanguíneos através de nervos autônomos parassimpáticos.

ATO SEXUAL MASCULINO:

Como descrito acima, a primeira fase do ato sexual masculino é a ereção, que ocorre através de fenômenos vasculares que propiciam uma congestão sanguínea nos tecidos eréteis do pênis, tornando-o ereto, rígido e com maior volume. O fenômeno da ereção ocorre, como descrito acima, através de excitação na região sacral da medula espinhal e transmitida por meio de nervos parassimpáticos.
Com o prosseguimento da excitação, um circuito neuronal localizado na região lombar alta da medula espinhal também se excita e, por meio de nervos autônomos simpáticos, provocam uma série de fenômenos que proporcionarão a emissão e, logo em seguida, a ejaculação.
Durante a emissão ocorrem contrações do epidídimo, canais deferentes, vesículas seminíferas, próstata, glândulas bulbo-uretrais e glândulas uretrais. A uretra, então, se enche de líquido contendo milhões de espermatozóides.
Com a ejaculação, ocorrendo logo a seguir, aproximadamente 3,5 a 5 ml. de sêmem são expelidos ao exterior do aparelho masculino. Este volume de sêmem contém cerca de 200 a 400 milhões de espermatozóides. O líquido prostático neutraliza a acidez da vagina, possibilitando o movimento dos espermatozóides no interior do aparelho reprodutor feminino.

TESTOSTERONA:

É o grande responsável pelo desenvolvimento tanto dos caracteres primários como os secundários no sistema reprodutor masculino.

Já mesmo antes do nascimento, durante a vida embrionária, desenvolvem-se as células produtoras de testosterona. Sob estímulo de um hormônio placentário - gonadotropina coriônica - tais células iniciam a produção de testosterona. A partir de então dá-se início ao desenvolvimento dos órgãos que constituirão, ao nascimento, os caracteres sexuais primários masculinos: Pênis, bolsa escrotal, testículos, canais deferentes, próstata, etc.
A partir do nascimento, ao ser separado da placenta, as células de Leydig interrompem a produção de testosterona e somente retornarão a produzí-lo a partir da puberdade, desta vez sob estímulo do hormônio Luteinizante (LH).
Sob estímulo do LH, durante todo o restante da vida, ocorrerá produção de testosterona pelos testículos do homem. Durante a puberdade este hormônio promove um significativo desenvolvimento nos órgãos do aparelho reprodutor: Aumento de volume do pênis, da bolsa escrotal, dos canais deferentes e das demais estruturas internas. Desenvolvem-se também os caracteres sexuais secundários do homem: Hipertrofia da laringe, tornando a voz mais grave; crescimento dos ossos longos; aparecimento de pêlos na face e em diversas outras regiões do corpo; maior deposição protéica na pele, tornando-a mais espessa; maior síntese protéica muscular, tornando estes tecidos mais hipertrofiados; calvície quando houver predisposição genética para tal.
 
 

 

 Copyright © - 1999 - Milton Carlos Malaghini

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