O ar atmosférico, que respiramos, é composto basicamente dos seguintes elementos: Nitrogênio, Oxigênio, Gás Carbônico e Água.
Quando o inalamos, conforme o ar vai passando através de nossas vias respiratórias, durante a inspiração, sofre algumas modificações quanto às proporções de seus elementos básicos, pois ocorre uma signifiativa umidificação do ar e este se mistura com um outro ar muito mais rico em dióxido de carbono, que se difunde constantemente do sangue dos capilares pulmonares para o interior dos alvéolos.
No
quadro abaixo podemos observar um comparativo entre o ar atmosférico
e o ar alveolar, quanto às pressões parciais de cada elemento
que o compõe:
ELEMENTO | AR ATM. (PRESSÃO) | AR ATM. (%) | AR ALV. (PRESSÃO) | AR ALV. (%) |
NITROGÊNIO | 597,0 mmHg. | 78,62 | 569,0 mmHg. | 74,90 |
OXIGÊNIO | 159,0 mmHg. | 20,84 | 104,0 mmHg. | 13,60 |
GÁS CARBÔNICO | 0,3 mmHg. | 0,04 | 40,0 mmHg. | 5,30 |
ÁGUA | 3,7 mmHg. | 0,50 | 47,0 mmHg. | 6,20 |
TOTAL | 760,0 mmHg. | 100,00 | 760,0 mmHg. | 100,00 |
Conforme se pode observar, o oxigênio e o gás carbônico encontram-se, no ar alveolar, com pressões parciais de 104 mmHg. e 40 mmHg., respectivamente.
O sangue venoso bombeado pelo ventrículo direito chega aos pulmões e flui pelos capilares pulmonares com pressões parciais de oxigênio e gás carbônico, respectivamente, de 40 mmHg. e 45 mmHg.
Na medida em que este sangue venoso flui pelos capilares pulmonares o oxigênio, em maior pressão no interior dos alvéolos (104 mmHg.) do que no sangue (40 mmHg.) se difunde do ar alveolar para o sangue. Já o gás carbônio, em maior pressão no sangue venoso (45 mmHg.) do que no ar alveolar (40 mmHg.), difunde-se em sentido contrário.
Desta forma o sangue, após circular pelos capilares pulmonares, retorna ao coração (átrio esquerdo) através das veias pulmonares, com pressões parciais de oxigênio e gás carbônico de, respectivamente, 95 mmHg. e 40 mmHg.
O coração então, através do ventrículo esquerdo, ejeta este sangue para a circulação sistêmica. Através desta o sangue fluirá por uma riquíssima rede de capilares teciduais. Ao passar por tecidos que se encontram com baixa concentração de oxigênio, este se difunde do sangue para os tecidos e depois para as células, que o consomem constantemente. Em troca, estas mesmas células fornecem o gás carbônico que, em maior concentração no interior destas células e nos tecidos do que no sangue, difundem-se em sentido contrário, isto é, das células para os tecidos e destes para o sangue.
O sangue retorna, então, novamente para o coração (átrio direito), pobre em oxigênio e mais rico em gás carbônico. O coração novamente o ejeta à circulação pulmonar e tudo se repete.
TRANSPORTE DOS GASES NO SANGUE:
Quase todo o oxigênio é transportado, no sangue, ligado à hemoglobina, presente em grande quantidade no interior das hemácias.
Já o gás carbônico, apenas 23% é transportado ligado à hemoglobina (carbamino-hemoglobina). Cerca de 7% é transportado livre, dissolvido no plasma e, os 70% restantes, na forma de bicarbonato. Para se transformar em bicarbonato, inicialmente o gás carbônico se difunde para o interior da hemácia. Em seguida reage com água lá presente e, graças a uma enzima chamada anidrase carbônica, forma ácido carbônico. O ácido carbônico rapidamente se dissocia em hidrogênio livre mais íon bicarbonato. Este sai da hemácia ao mesmo tempo em que o íon cloreto entra, e segue transportado no plasma.
Copyright - 1999 - Milton Carlos Malaghini