A
supra-renal (ou adrenal), localizada acima de cada rim, com dimensões
aproximadas de 5 cm. por 1 cm., apresenta 2 tecidos histologicamente e
fisiologicamente bem distintos: medula
e córtex.
A medula secreta adrenalina e nor-adrenalina e faz parte do sistema nervoso autônomo (simpático).
Já a córtex, importante glândula endócrina, produz e secreta dezenas de hormônios. Todos os hormônios secretados por este tecido são sintetizados a partir do colesterol e pertencem, portanto, ao grupo dos hormônios esteróides.
Os diversos hormônios produzidos pela córtex da adrenal, de acordo com seus efeitos, são divididos em grupos:
ALDOSTERONA:
Principal mineralocorticóide, controla os níveis plasmáticos dos íons sódio e potássio. Exerce seu efeito no túbulo contornado distal e no ducto coletor do nefron, aumentando a reabsorção de sódio e a excreção de potássio. Como este transporte é mais efetivo ao sódio do que ao potássio, mais cátions são reabsorvidos do que excretados nestes segmentos distais do nefron. A reabsorção de sódio provoca, por atração iônica, reabsorção também de cloretos. A reabsorção de sal (NaCl), por sua vez, reabsorve água (por osmose). Portanto, um aumento na secreção de aldosterona, pela supra-renal, promove nos túbulos renais um aumento na reabsorção de sal e água. Um aumento na reabsorção de sal e água promove, como consequência, um aumento no volume do líquido no compartimento extra-celular. Isto faz com que ocorra um aumento no volume sanguíneo e no débito cardíaco. Como consequência ocorre também um aumento na pressão arterial.
CONTROLE DA SECREÇÃO DE ALDOSTERONA:
Existem diversos fatores que influem na secreção da aldosterona. Os principais são:
CORTISOL:
Exerce importantes efeitos no metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras. Além disso estabiliza membrana de lisossomas.
Efeitos
no metabolismo dos carboidratos:
O
cortisol reduz a utilização da glicose pelas células,
reduz a glicogênese e aumenta a glicogenólise. Como consequência
aumenta a glicemia.
Efeitos
no metabolismo das proteínas:
O
cortisol faz com que as células, de um modo geral, reduzam a síntese
de proteínas e aumentem a lise das mesmas: Isso promove uma redução
das proteínas e uma aumento
na quantidade de aminoácidos circulantes.
No
fígado ocorre o contrário: aumento na síntese e redução
na lise protéica. Como consequência, aumento
na quantidade de proteínas plasmáticas.
Efeitos
nos metabolismo das gorduras:
O
cortisol aumenta a mobilização de ácidos graxos dos
tecidos adiposos e a utilização das gorduras pelas células
para produção de energia.
Efeitos
na membrana dos lisossomas:
O
cortisol estabiliza a membrana dos lisossomas, dificultando seu rompimento
durante uma lesão tecidual.
CONTROLE DA SECREÇÃO DE CORTISOL:
Existem
diversos fatores que influem na secreção de cortisol, muitos
ainda não bem esclarecidos. Um importante e conhecido fator estimulante
da secreção de cortisol relaciona-se com o stress.
Qualquer condição que cause stress físico (lesões
teciduais diversas, como fraturas, entorses, contusões musculares,
traumas, queimaduras, etc.), dor, infecções, fome, sofrimento
e outros, estimulam o hipotálamo a secretar o fator de liberação
da corticotropina (CRF).
Este fator estimula a hipófise anterior a aumentar a secreção
de ACTH. O ACTH
estimula a córtex da adrenal a aumentar a secreção
de cortisol. O cortisol aumentado, com os efeitos acima descritos, propicia
aos tecidos lesados condições necessárias para que
os mesmos se restabeleçam o mais rapidamente possível das
alterações, reduzindo portanto o stress.
HORMÔNIOS ANDROGÊNIOS:
São
bastante semelhantes ao hormônio masculino testosterona e são
secretados, felizmente, em quantidades bastante baixas. Quando ocorre uma
hiper-secreção anormal destes hormônios em crianças
ou em mulheres, efeitos masculinizantes como puberdade precoce, pilificação,
calvície em pessoas hereditariamente predispostas, voz mais grave,
aumento nas dimensões do pênis ou clítoris, além
de outras alterações podem ser observadas.
Copyright © - 1999 - Milton Carlos Malaghini