Considerações sobre a Idéia da Reencarnação Ontem e Hoje:
Uma Abordagem Científica, Histórica e Psicológica.
Carlos Antonio Fragoso Guimarães
Mente e Cérebro
Memória
Extra-Cerebral.... É este o termo técnico usado por cientistas e
parapsicólogos para as lembranças espontâneas de certas crianças que,
geralmente a partir do começo da fala - ao redor dos dois anos -, parecem
demonstrar recordações referentes a pessoas e fatos existentes e/ou ocorridas
antes de seu nascimento (STEVENSON, 1995; ANDRADE, 1993; SHRONDER, 2001). As
crianças não dizem lembrar-se que vêem tais pessoas ou fatos, como se falassem
de alguém na terceira pessoa, mas afirmam que são estas
pessoas e que vivenciaram pessoalmente estes fatos.
A memória extra-cerebral traz o incômodo paradoxo de
que as lembranças narradas (e, em vários casos, posteriormente confirmadas
através de documentos, etc., como nos clássicos estudos do Dr. Ian Stevenson)
não foram registradas através da aparelhagem neuropsicológica do sujeito que as
detêm, mas, a principio, pelo “cérebro” e demais órgãos sensoriais de uma outra
pessoa, impreterivelmente morta à época em que a criança espontaneamente narra
suas lembranças, muitas vezes com referências saudosas a outras famílias e a
outros locais que em vários casos não estão em relação com a família da
criança hoje (STEVENSON, 1995; ANDRADE, 1993; SHRODER, 2001). Este
fenômeno faz questionar se o modelo mecanicista da mente dominante na ciência
não será limitado demais, acanhado demais... Pois o fenômeno parece ter um
substrato psíquico não necessariamente associado ao sistema nervoso atual da
criança que recorda.
Hoje, a
pesquisa da Memória Extra-Cerebral adentra os corredores das universidades.
Entre estas, temos de destacar as pesquisas iniciadas pelo Dr. Ian Stevenson na
Universidade de Virgínia, Estados Unidos, onde foi professor de Psiquiatria e
Psicologia e, mas recentemente, chefe da Divisão de Estudos da Personalidade. A
Psychical Research Foundation, da mesma universidade, possui uma revista
própria, científica, dedicados a todos os aspectos metodológicos da pesquisa
que sugiram a sobrevivência após a morte do corpo físico, incluindo todos os
fenômenos parapsicológicos, como aparições, poltergeists, etc., além dos
estudos de casos de Memória Extra-Cerebral. A revista chama-se THETA,
não sem razão o nome dado aos prováveis agentes não-físicos causadores de
vários dos fenômenos paranormais ligados à teoria da sobrevivência. As
pesquisas neste sentido realizadas por pesquisadores da Universidade de
Virgínia ganharam o nome de “Projeto THETA”.
Diversos fatores diferenciais são utilizados como
métodos e técnicas de indícios de Reencarnação. Citemos:
1)
Experiências de Regressão de Memória Artificialmente
Provocadas quer seja através de hipnose ou de relaxamento profundo. Tem
o inconveniente de que a sugestão da regressão possa provocar lembranças
fictícias para atender a expectativa do hipnólogo, mas, ao mesmo tempo, pode
atingir realmente instâncias profundas do inconsciente e auxiliar muito na
solução de problemas emocionais nos quais as terapias convencionais falharam em
resolver (PINCHERLE, 1990);
2)
Regressão de Memória Espontânea. Caso raro, em
que certas pessoas entram em transe espontâneo e recordam de eventos prováveis
de vidas passadas;
3)
Memórias Espontâneas. Geralmente ocorrem em
crianças e adolescentes que, em dado momento, começam a recordar nitidamente
reminiscências ligadas a uma personalidade que elas dizem ser, só que em
outro tempo e lugar. Em algumas destas lembranças existem marcas de nascença
que, de alguma forma, estão ligados a traumas físicos que as crianças dizem ter
causado a morte na sua vida anterior.
Entre os primeiros investigadores europeus a
realizar estudos sobre memórias espontâneas ligadas a marcas de nascença, esta
o Dr. Resart Bayer, psiquiatra e presidente da Sociedade Turca de
Parapsicologia. Fala o Dr. Bayer que “Certos sinais ou marcas congênitas,
muito evidentes, como cicatrizes, etc., que não têm explicações dentro das leis
biológicas mas que obrigatoriamente têm de ter uma causa” geralmente
associadas às lembranças espontâneas, e obrigam a ciência a ocupar-se com
seriedade destes fenômenos.
Apesar de todo o desenvolvimento técnico
e científico no estudo do sistema nervoso e do cérebro, em
especial, com a compreensão sempre crescente dos papeis
bioquímicos de enzimas ao nível do substrato orgânico neural,
com hormônios e outras substâncias possuindo extraordinária
importância nas sinápses (ligação e comunicação) entre os
neurônios, base do funcionamento do sistema nervoso, cuja
deficiência pode, sem dúvida, causar vários sintomas
patológicos graves, ainda não se pode afirmar ou
provar que a mente e o cérebro sejam a mesma coisa ou que a
primeira seja o produto da segunda, assim como se um programa de
tv fosse o produto do funcionamento de um aparelho de televisão,
ou que os defeitos na imagem de um
programa são epifenômenos do aparelho
de televisão defeituoso. Além do
mais, é tremendamente difícil definir o que é causa e o
que é efeito dentro da relação mente e cérebro,
principalmente no que diz respeito ao comportamento humano e
padrão bioquímico.
A questão fica ainda mais melindrosa,
em termos psicológicos, quando nos damos conta de que existem
inúmeras teorias da personalidade e do comportamento humano, cada
uma baseada em certas premissas básicas mais caras a cada
teórico, com as psicoterapias conseqüentes. De um
modo muito preciso, a velha fábula do elefante e dos três cegos
parece se adequar maravilhosamente bem a esta situação. Ken
Wilber deu um trato mais promissor a este fato ao propor que cada
escola ou teoria psicológica seria mais adequada à explicação
de uma série de comportamentos específicos dentro de um
"espectro" de comportamentos possíveis ao
desenvolvimento humano. Assim, teríamos desde
um quadro mais mecanicista, dado, por exemplo, pelo behaviorismo
radical, até os mais avançados, como o da Psicologia Transpessoal.
Cada escola estando, dentro dos seu enquadramento teórico,
relativamente certa, nestas condições.
Em termos populares, a
consciência normal, o sentido de EU, é dado pela consciência
comum do estado de vigília, que nos permite usar do
raciocínio e da inteligência para lidarmos com as situações
da vida diária. Ela é auxiliada em sua sensação de identidade
por um "banco de dados" acessível que constitui
a nossa memória. Um outro "banco de
dados" possui um imenso arquivo sobre nossas
experiências vivenciais, mas é mais difícil de ser acesssado,
mesmo que estes dados possam ser recuperados após algum
tempo. Este estaria no limiar entre o consciente e o
inconsciente... Alguns autores preferem chamar este
limiar de subconsciente, mas não creio que
este jogo de rótulos tenha muito a acrescentar
enquanto compreensão do fenômeno. Já um outro conjunto
de dados ainda mais rico e profundo, talvez o mais
rico de todos, está totalmente imerso no inconsciente,
sendo extremamente difícil de recuperar seus
"arquivos" por via da "vontade"
consciente do sujeito. Este último contém dados da vida da
pessoa, da nossa vida presente, desde a infância (Sigmund Freud)
e até mesmo da vida intra-uterina e de ao redor do nascimento
(Otto Rank). Mas as atuais experiências e psicoterapias de
regressão nos mostra, ou pelo menos nos permite inferir,
que este "banco de dados" possui informações
referentes à pessoa que vão bem além deste período
(Weil, 1979; Pincherle e al, 1985, 1991; Fadiman & Frager,
1986; Grof, 1988;), ou seja, anteriormente à concepção do
indíviduo na presente vida.
A chamada Terapia de Vida Passada, ou
TVP, tal como vem se apresentando hoje em dia - e explorada de
modo um tanto sensacionalista e superficial pela televisão -
baseia-se em observações e pesquisas que vêm sendo realizadas
já há mais de três décadas. O fenômeno em si não parece ser
novidade. Desde o século passado, quando a hipinose foi
resgatada, ou melhor, passou a ser respeitada (em parte) pela
ciência, a partir dos trabalhos de Jean Charcot e da primeira
fase de estudos de Sigmund Freud, e mesmo antes, que se conhecia
o fato de pessoas relatarem vivências e lembranças do que se
pensava (elas mesmas o diziam) serem fatos de uma vida diferente
da atual (Delane, Crookes, Bozzano, James e outros). Em nosso
século, pesquisas como as realizadas por Ian Stevenson
(Stevenson, 1966), David-Neel e por outros pesquisadores
reconhecidos na comunidade científica, incluindo o professor
Hernani Guimarães Andrade (Andrade, 1987, 1990), demonstram que
histórias envolvendo a hipótese da reencarnação,
principalmente envolvendo crianças, são consistentes e foram
verificadas com exatidão em inúmeros casos, em diversas
culturas (Fadiman & Frager, 1986). Além do mais, em
psicoterapia - qualquer que seja a escola -, algumas lembranças
vívidas tendem a surgir em determinadas pessoas quando estas se
acercam da problemática capital que as afligem, durante o
processo da psicoterapia, problema este constelado e imerso no
inconsciente, e que dificilmente pode se enquadrar na história
biográfica conhecida do cliente/paciente (Pincherle, 1991; Grof,
1988).
Morris Netherton, ao formular, junto com
outros psicoterapêutas, as bases da Past Life Therapy,
tomou por base a pesquisa da consciência mais recente, bem como
dos estudos em neurofisiologia mais atual, como, por exemplo, a
da teoria holográfica da mente de Karl Pribam, e mesmo do
universo holonômico do físico David Bohm. Também se espelham
nos trabalhos fantásticos de teóricos e terapêutas não
plenamente cartesianos, como Jung
e Assagioli, e de autores como Maslow e Rogers
(este, principalmente em sua última fase). Assim, a Terapia de
Vida Passada, ou TVP , deve ser considerada uma forma
psicoterapêutica enquadrada no universo da Psicologia
Transpessoal, sendo tecnicamente orientada para problemas
psicológicos específicos do trabalho com o inconsciente
profundo.
A técnica básica da TVP já é bem conhecida:
utiliza-se técnicas de relaxamento profundo - o que pode incluir
ou não a hipnose -, possibilitando ao cliente/paciente
uma sensação de tranquilidade e confiança necessários ao
afrouxamento das defesas psíquicas, o que permite o fluir das
correntes de pensamento e das imagens mnemônicas mais profundas,
advindas do inconsciente, que estejam ligadas ao problema -
ordinariamente um trauma psicológico. Este estado permite ao
terapêuta levar o cliente/paciente a níveis de regressão sem
limite de tempo, pois, como já o havia dito Freud, tempo e
espaço são conceitos que não fazem sentido para o inconsciente.
Estas regressões podem atingir traumas que foram gerados em
algum momento da hitória biográfica atual do indivíduo, ou em
experiências do trauma do nascimento (experiências perinatais,
muito bem estudadas por Stanislav Grof), ou podem ir mais além,
naquilo que o paciente/cliente vividamente sente como sendo uma
outra vida anterior à atual. Em casos extremos, esta mesma
técnica pode levar à percepções extraordinaras de
consciência, próprias do campo de estudo da Psicologia Transpessoal. Estas traumas
geralmente envolvem outras pessoas da conviência do
cliente/paciente, quer do meio familiar ou não. O fato mais
importante é que geralmente as relações interpessoais do
sujeito com estas pessoas, numa primeira etapa, podem ser
problemáticas, devido ao trauma que é revivido e trabalhado nas
sessões de regressão. Normalmente, a solução do conflito
interno ao sujeito leva igualmente à melhoria das suas
relações interpessoais com estas pessoas no agora. As
objeções de que estas memórias são provindas do nível
atávico-genético não se sustentam perante o fato de que alguns
relatos envolvem outras culturas em épocas mais ou menos
recentes (por exemplo, uma criança nascida no Brasil, de
família descendente de portugueses há muito migrados para
o país, pode relatar a vivência de uma outra vida passada na
Itália, durante a Segunda Guerra. Ver Andrade, 1990).
Mesmo as mais recentes e profundas
pesquisas em Psiquiatria apontam para o fenômeno de regressão
espontânea da memória vinculado coma experiência de vidas
passadas. O extraordinário psiquiatra e teórico Stanislav Grof
nos descreve isto, em seus estudos com drogas psicodélicas e
seus efeitos, nas seguinte palavras:
"Outra observação interessante
desse tipo [ emergência de conteúdos do inconsciente ] foir
feita em conexão com experiências de encarnação anterior,
em sessões psicodélicas. Alguns sujeitos do [ experimento
clínico com ] LSD experimentaram, de vez em quando,
seqüências vívidas e complexas de outras culturas e
períodos históricos que têm todas as qualidades de
memórias e são, de modo geral, interpretadas pelos
próprios indivíduos como um reviver de epsódios de vidas
prévias. À medida que essas experiências se desenrolam, os
sujeitos do LSD geralmente identificam certas pessoas de sua
vida presente como protagonistas importantes dessas
situações cármicas. Neste caso, tensões interpessoais e
problemas e conflitos com essas pessoas são frequentemente
reconhecidos ou interpretados como derivados diretos de
modelos cármicos destrutivos. O reviver e a solução dessas
memórias cármicas são associados, de modo típico, com
profundo alívio, libertação dos opressivos "vínculos
cármicos", sentimentos de êxtase irresistível e
realização por parte do sujeito (...). A sensibilidade, o
comportamento, as atitudes de indivíduos indentificados pelo
sujeito do LSD como protagonistas na seqüência da
encarnação anterior tendem a mudar, numa direção
específica, em coerência básica com os eventos da sessão
psicodélica (...) (Grof, 1988, p. 32).
Sendo assim:
"Se o conhecimento de mecanismos
{materiais} íntimos do funcionamento cerebral nos deu os
primeiros remédios realmente eficazes para [o controle de]
certas patologias psíquicas, a abertura maior das psicoterapias
para [o contínuum] eternidade do espírito e a [consciência
holográfica] cósmica [ou transpessoal] permite uma visão, pelo
menos teórica, de uma enorme fenomenologia geralmente desprezada
pela ciência 'oficial' "(Pincherle,
1991, p. 18, com adaptações). Tudo isso é necessário expor
para apontar, como já o fizera explendidamente Thomas Kuhn,
Fritjof Capra, e outros, de que muitos dos cientistas modernos de
renome se limitam em seus estudos pelas janelas de seus
referenciais teóricos, concepções de mundo, paradigmas e
visões de mundo, e negligenciam fenômenos que a medicina e a
psicologia acadêmicas pouco levam em consideração, quando não
chegam a usar plenamente o mecanismo de defesa da negação ao se
depararem com tudo aquilo que não lhes é compreensível dentro
do contexto newtoniano-cartesiano, mas que vêm recebendo
especial atenção de vários pesquisadores de vanguarda da
física quântica, como David Bohm, Niels Bohr, Fritjof Capra,
Erwin Schrödinger, e muitos outros.
A Idéia da Reencarnação Através dos
Tempos
É plenamente conhecido que a idéia de
reencarnção faz parte da cultura dos povos orientais,
particularmente aos que adotam religiões e filosofias profundas
como o Budismo e a
Hinduismo, geralmente vistas como 'exóticas'. Menos reconhecido,
porém é o fato de que esta idéia também está presente na
herança intelectual do ocidente. Os gregos, por exemplo, a
reconheciam como uma hipótese válida, e os órficos (ver a Home
Page Orfeu e o Orfismo),
que representavam a casta do sistema religioso mais avançado dos
gregos (Reale & Antiseri, volume 1, 1993; Reale, volume I,
1994), expunham sua concepção paligenésica (da
reencarnação) numa roupagem filosoficamente avançada, que
influenciou sobremaneira Sócrates
e Platão , dentre
outros. Platão,
especialmente, nos legou fortemente sua crença na
reencarnação, como podemos ver, entre outros diálogos escritos
por ele, no Fédon. Antes dele, Pitágoras
também a adotou como condição sine qua non
para a evolução plena da alma. Posteriormente, Plotino e Orígenes, o Cristão, também
a divulgariam. São Clemente de Alexandria (posteriormente
cassado pela Igreja Católica) também a considerava uma doutrina
de profundo sentido. Na Europa gaulesa e britânica, os druidas acreditavam na
reencarnação em termos semelhantes aos gregos e budistas, e os
hebreus, na fase helênica, não a desconheciam, sobretudo pelo
intercâmbio com o mundo greco-romano, donde a idéia de
ressureição ter algo consfuso da idéia da reencarnação (por
isso as passagens em que se diz que Jesus ou João Batista
seriam a ressureição de algum profeta antigo, como se pode ver
em algumas passagens dos evangelhos, como em Mateus, 17, 11-13;
Marcos, 9, 11-13; João, 3, 3-7 e Lucas 1, 17). Enfim, enquanto
culturalmente em outras partes do mundo a idéia na
reencarnação era discutida e endossada, pelo menos como uma
proposta filosófica coerente, ela teve lugar no pensamento
ocidental e como parte da doutrina cristã até o Consilho de
Constantinopla de 533 DC, quando, por motivos políticos, foi
formalmente repudiada pelo clero (Fadiman & Frager, 1986, p.
176).
Mesmo assim, esta idéia persistiou
entre as pessoas que tinham acesso aos filósofos clássicos e ao
contato com as crenças antigas. Os Cátaros,
no século XII, especialmente, tinham uma visão cristã
original, onde a idéia da reencarnação era vista como verdade
inquestionável. E foi este, entre outras coisas (ameaçando o
poder ideológico e econômico da igreja de Roma, principalmente,
devido à crescente popularidade que possuia, contestando a
hegemonia imperialista típica da Igreja Romana) que levou à
única cruzada em solo europeu da história, objetivando a
elimiação do pensamento cátaro com uma truculência assassina
que parecia prever os posteriores misteres macabros da
Inquisição, por parte das forças católicas, num requinte de
perversidade aterrador. O movimento cátarista foi um dos muitos
precursores da inevitável reforma protestante de Lutero e
outros. Posteriormente aos cátaros, outros movimentos sentiram a
mão de ferro da inquisição, que teve um de seus mais
famosos lumiares em Giordano
Bruno, queimado em 1600, e que defendia idéias
bastante fortes contra o sistema de crenças dogmáticas da
Igreja de Roma, o que incluia a reencarnação.
No século passado, o contato com as
doutrinas orientais, particularmente a Budista, trouxe à tona
novamente o estudo da paligênese, e com desenvolvimento do Espiritismo e de outras
correntes de pensamento, estimulou-se um ressurgir do interesse
sobre a reencarnação. As smiliaridades entre o que diz o
espiritismo moderno e a concepção budista da reencarnação,
que também é evolucionista, não podem ser negligenciadas,
ainda que alguns pseudo-intelectuais queiram passar a idéia de
que expressem coisas opostas.
Hoje em dia, como vimos, a tese da
reencarnação passou da esfera religiosa e filosófica para a
área da pesquisa científica. Devemos ficar, pois, atentos ao
progresso desta pesquisa, com as conseqüências sem dúvida de
grande gravidade que elas poderão trazer à nossa visão de
mundo e, conseqëntemente, à forma de como nos comportamos em
relação a nós mesmo e a nossos semelhantes. E, como nos
falam os Doutores James Fadiman e Robert Frager, "se há
a possibilidade de aceitar o fenômeno, então a possível origem
da personalidade e das características físicas pode incluir
eventos ou experiências de encarnações anteriores. Tudo o que
se pode afirmativamente dizer é que existe uma evidência fatual
que não pode ser facilmente descartada" (Fadiman &
Frager, 1986, p. 176).
João Pessoa, Paraíba, 05 de maio de
2003.
Bibliografia
- Andrade, Hernani Guimarães,- Morte,
Renascimento, Evolução, Ed. Pensamento, São
Paulo, 1987.
- Andrade, Hernani Guimarães. - Reencarnação
no Brasil, Editora O Clarim, Matão, 1990.
- Fadiman & Frager,- Teorias da
Personalidade, Editora Harbra, São Paulo,
1986.
- Grof, Stanislav, Além do Cérebro,
MGraw-Hill; São Paulo, 1986.
- Tendam, Hans, Panorama Sobre a
Reencarnação, volumes I e II, Summus
Editorial, São Paulo, 1994.
- Pincherle e colaboradores, Terapia de Vida
Passada, Summus Editorial, São Paulo, 1991.
- Reale, G. & Antiseri, D., História
da Filosofia, vol. I e II. Editora Paulus,
São Paulo, 1993.
- Reale, Giovani. História da Filosofia
Antiga, Volumes I e IV. Editora Loyola, São
Paulo, 1994.
- Shroder, Tom. Almas Antigas – A busca de evidências científicas da reencarnação. Rio de Janeiro, Sextante, 2001.
- Stevenson, Ian, Twenty Cases Suggestive of
Reincarnation. Proceedings of the American
Society for Psychical Reseach, vol. 26. New York.
Stevenson, Ian, Reincarnation and Biology,, vol. 1: Birthmarks; Vol. 2: Birth Defects and Other Anomalies. Esport, Connecticut. Prager, 1997
- Weil, Pierre,- Fronteiras da Evolução e da
Morte. Ed. Vozes, Petrópolis, 1979.
- Weil, Pierre.- A Morte da Morte,
Ed. Gente, 1995.
Links: "Além do Cérebro",
Holismo, Ecologia e Psicologia Transpessoal
Considerações sobre a Pluraridade das Existências (Reencarnação)
O Espiritualismo
Ocidental