Caminhos da filosofia

Por Manoel Rabelo

Filosofia segundo os filósofos

Platão: “É absolutamente de um filósofo esse espantar-se. A filosofia não tem outra origem”.

Aristóteles:”É evidente que a sabedoria [sofia] é uma ciência sobre os princípios e causas.”; “…foi pela admiração que os homens começaram a filosofar…”

A. Gramsci: “não se pode pensar em nenhum homem que não seja também filósofo, que não pense precisamente, porque pensar é próprio do homem com tal.”

K. Popper: Falando sobre a filosofia antiga: “A única explicação parece ser que o próprio fundador da escola tenha desafiado os seus discípulos a criticarem sua teoria e que eles tenham transformado esta nova atitude crítica de seu mestre em uma nova tradição”.

Para Gerd Bornheim, pensador brasileiro a Filosofia é:
“O resultado da atividade da razão humana que se defronta com a totalidade do real”.

Para Battista Mondin, pensador italiano:
“Um conhecimento, uma forma de saber e como tal, tem sua esfera particular de competência; sobre esta esfera busca adquirir informações válidas, precisas e ordenadas.”

Marilena Chauí, Pensadora brasileira define os traços da atividade filosófica como:
“Tendência à racionalidade… Recusa das explicações estabelecida… tendência à argumentação e ao debate para oferecer respostas conclusivas para questões… Capacidade de generalização.”(p.27)
E destaca que a filosofia é: “Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas.” (p.23).

Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins (Professoras brasileiras) em Filosofando: Introdução à filosofia afirmam que:
“…A filosofia é sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É um conhecimento instituinte, no sentido de que questiona o saber instituído.” (p.72)
Maria Lúcia de Arruda Arranha e Maria Helena Pires Martins indicam em Temas de Filosofia que:
“Ela é, antes de mais nada um modo de se colocar diante da realidade, procurando refletir sobre os acontecimentos a partir de certas posições teóricas. Essa reflexão permite ir além da pura aparência dos fenômenos, em busca de suas raízes e de sua contextualização em um horizonte amplo”. (Temas de Filosofia, Aranha, p.77).

Antônio Xavier Teles afirma que:
“…A atividade filosófica mais importante consiste no esforço sincero e na procura inteligente de soluções para os problemas que afligem a época em que vivemos… O interesse primordial da filosofia é com os problemas não resolvidos.” (p.7).

Arcângelo R. Buzzi indica que (Pensador brasileiro):
“Subjetivamente a filosofia consiste no esforço de avivar a luz natural permanente ao nosso ser. Recordar a sabedoria da vida não é acumular informações eruditas nem muito saber. É voltar-se para a luz que já somos. É a arte de pensar por nós mesmos. É um pensar autocorretivo, que investiga a si mesmo com o propósito de pensar melhor.”(p.8)

A filosofia para Agostinho José Soares (pensador brasileiro):
“…na antiga Grécia. preocupava-se com os princípios primeiros de nossa existência e da realidade total (In: V.V.A.A, Introdução ao Pensamento Filosófico, p.13).
…A cada conclusão no exercício filosófico , corresponde a uma nova dúvida, e a cada dúvida um problema. Portanto, refletir filosoficamente é refletir extensa e intensamente” (p.15)
“…Quando pensamos refletidamente (pensar é agir interiormente, operacionalizar internamente) estamos fazendo filosofia” (p15).
… “Então quando é que fazemos reflexão filosófica? Será quando nossa reflexão for radical (buscar a origem do problema), crítica (colocar o objeto do conhecimento em um ponto de crise) e total (inserir o objeto da nossa reflexão no contexto do qual é conteúdo)” (p.22).

Para Maura Iglésias (pensadora brasileira) na introdução do texto Curso de Filosofia apresenta breve exposição indicando:
“Filosofia é uma palavra de origem grega (Philos = amigo; Sophia = Sabedoria) e em sentido estrito designa um tipo de especulação que se originou e atingiu o apogeu entre os gregos, e que teve continuidade com os povos culturalmente dominados por eles: Grosso modo, os povos ocidentais” (Rezende, p.12).
A mesma autora retrata, destacando o pensamento de Aristóteles, como características do “saber filosófico: 1- É um saber de ‘todas as coisas’, um saber universal, num certo sentido nada está fora do campo da filosofia; 2- É um saber pelo saber, um saber livre e não um saber que se constitui para resolver uma dificuldade de ordem prática; 3- É um saber pelas causas; o que Aristóteles entendo por causa não é o que nós chamamos por esse nome, de qualquer forma, saber pelas causas envolve o exercício da razão, e esta envolve a crítica: o saber filosófico é, pois um saber crítico”. (Rezende, p. 13)

Gianfranco Morra (pensador Italiano) destaca que a filosofia considera “os objetos da experiência, mas não se limita à experiência ou a soma das experiências. A filosofia é muito mais um modo diverso e inconfundível de entrar em contato com a experiência, é uma tentativa de ultrapassar a experiência imediata para colher algo de maior e mais profundo” (Morra, p.12).
Morra indicando que “a experiência não pode ir além: ela é incapaz de superar o plano descritivo da imagem. É somente o intelecto – órgão do conhecimento filosófico – que pode obter, com uma abstração mental o conceito de ‘cera’, que permanece sempre idêntico apesar das transformações do pedaço de cera”. (Morra, p.13)
Neste sentido considera-se que a filosofia é um “saber sintético”. “Por definição a filosofia é um conhecimento do absoluto, ainda que se tenha consciência de que o absoluto é inexaurível e todo nosso conhecimento dele, incompleto.” (Morra, p.13)
Morra considera ainda que a filosofia é essencialmente um “saber crítico”, que “não possui um objeto específico” (Idem).
“A filosofia é crítica enquanto refuta a evidência imediata. É uma mediação crítica. Por isso ainda outro caráter: é um conhecimento desinteressado do real” (Idem,15).

Para Roberto Rossi: (pensador Italiano)
“ …se o mundo dos outros e o nosso mundo …realidades expostas sem o poder de despertar surpresas em nós, a filosofia jamais teria nascido, nem o pensar e, conseqüentemente, nem a descoberta, a vontade de pesquisar, as tentativas de solução, o próprio mundo da cultura e da história humana” (Rossi, p.10).
“Filosofar não é simplesmente dar uma opinião, mas fundamentar, objetiva e universalmente, as próprias teses, argumentando a partir delas, para sistematizá-las em coerência com as leis do pensamento e as averiguações esperimentais”(p.13)
“…A Filosofia fundamenta tanto o próprio conhecer como as próprias decisões práticas. Ela, na verdade, expressa no seu raciocinar, na sua reflexão, as suas argumentações, a peculiaridade da existência humana, a própria essência do homem, a sua soberania no universo. A ausência do pensamento filosófico representa a confiança exclusiva na experiência subjetiva, particular individual, interesse de cada um, na emotividade, na irracionalidade, no imediatismo. E isso torna difícil também a comunicação, fechada numa visão tacanha, sem referenciais objetivos, universais, e por isso mesmo, aptos a revelar significados nos quais todo ser humano se possa reconhecer como tal” (p.14)

Miguel Reale (pensador e jurista brasileiro) destaca que a filosofia:
“…Procura sempre resposta a perguntas sucessivas …numa busca incessante de totalidade de sentido, na qual se situem o homem e o cosmos.” (Introdução à Filosofia, Reale, p.4).
“A filosofia é…um conhecimento que converte em problema os pressupostos da ciência” (p.7).
“Eis aí uma noção geral do que entendemos por filosofia, como estudo das condições últimas, dos primeiros princípios que governam a realidade natural e o mundo moral, ou compreensão crítico-sistemática do universo e da vida”. (p.8).

Gilles Deleuze e Félix Guattari (pensadores franceses) apresentam em “O que é Filosofia?” uma definição espantosa:
“A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos.” (O que é Filosofia, Deleuze, p.13). Não acreditando que a filosofia seja contemplação, reflexão ou comunicação, os autores destacam que a filosofia seja “conhecimentos por puros conceitos” (15).

Referência Bibliográfica

Rezende, A., et alli, Curso de Filosofia, 7ª edição, Jorge Zahar ed., Rio de janeiro, 1997.

Marcondes, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a wittgenstein, 6ª ed., Rio de Janeiro, 2001.

Aranha, Maria Lúcia de Arruda. Martins, Maria Helena Pires, Filosofando, Introdução à Filosofia, 2ª ed. Moderna, 1993.

Morra, G. Filosofia Para Todos, São Paulo, Paulus, 2001.

Teles, Antônio Xavier. Introdução ao Estudo de Filosofia, São Paulo, Ática, 1990.

Buzzi, Arcângelo R. Filosofia Para Principiantes, 7ª ed., Petrópolis, Vozes, 1998.

V.V.A.A., Introdução ao pensamento filosófico, São Paulo, Loyola, 1993.

Rossi, Roberto, Introdução à filosofia: história e sistemas, Tradução: Aldo Vannuchi, São Paulo, Loyola, 1996.

Reale, Miguel, Introdução à Filosofia, 3ª ed., Atual, São Paulo, Saraiva, 1994.

 

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