O que é um fanzine?
O termo vem da junção de duas palavras, fanatic magazine: revista
de fanático ou revista de fã. Praticamente é uma publicação feita pelo fã
de caráter amador, buscando o contato com outros aficionados da arte ou
trabalho que apreciam.
Uma revista de linha profissional, deve seguir uma certa periodicidade, privilegiar assuntos que estão em alta,
atender o gosto da maioria dos leitores, algo que nem sempre ocorre num fanzine.
Num fanzine o editor tem total liberdade para poder
expressar suas idéias e pensamentos sem restrições, podendo mudar o número
de páginas ou formato, prazos nem sempre regulares, abrir espaço para seus colaboradores e atrelar novas amizades
entre outros fanzineiros e leitores.
A tiragem de um fanzine é pequena e nem sempre o lucro é visado. Em muitos casos há mais prejuízo do que retorno.
Como há uma falta de mercado para o artista nacional, o editor ou artista não consegue um espaço nas revistas
profissionais e procura num fanzine editar sua própria revista, criando uma edição independente e divulgar melhor seus trabalhos.
Um Fanzine também é uma revista, com qualidade inferior se comparada as de linha profissional, mas que traz
satisfação para o editor ou seu grupo. Os fanzines também são uma forma experimental de publicação, em que o editor poderá testar de tudo,
publicar o que quiser e amadurecer neste tipo de trabalho.
Ou seja, qualquer pessoa pode editar um fanzine, seja sozinho, entre amigos, clubes, etc. Basta ter vontade e a certeza de que irá
agradar.
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Introdução
Muitas pessoas produzem fanzines por diversos motivos. Algumas para manterem contato com outros fãs que tenham em
comum a mesma preferência. Outras para se profissionalizarem e mostrarem seu trabalho para alguma Editora ou por mera diversão.
Os assuntos variam entre política, ecologia, cultura, ficção, música, mas o maior número é referente a desenhos,
especialmente quadrinhos, buscando informações ou produzindo suas próprias
histórias.
Antes de elaborar seu primeiro fanzine, procure conhecer um pouco mais sobre este abrangente universo. Compre algumas edições,
veja como eles trabalham, pesquise, troque informações e mantenha contatos.
Afinal, fanzine vive e sobrevive da camaradagem.
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Aspecto inicial
Um fanzine quando bem organizado pode garantir bons resultados. Como um desenho requer um esboço antes de receber o acabamento, o fanzine terá o mesmo
tratamento. Com um lápis e papel comece a esboçar, a modelar toda estrutura que poderá conter no seu zine. Enumere, rabisque e anote. Com um modelo
bem-feito você terá melhor distribuição e aproveitamento das páginas.
Outro fator imprescindível será o material disponível para editá-lo como máquina de escrever, computador, scanner, impressora, etc.
Um fanzine com os melhores recursos chamará a atenção, mas ele só sobreviverá se tiver um perfil característico que o evidencie dos demais alternativos.
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Hora de decidir
Decida sobre qual tema abordar. Você poderá escrever textos sobre animes e mangás, matérias, novidades, letras de música, poesias, incluir
imagens, fazer páginas de quadrinhos, ilustrações ou o que você quiser colocar no seu zine. Não é preciso acompanhar o que seus amigos ou outros
fanzineiros produzem. Nada o impede de criar uma edição inovadora. Esteja à vontade nesta decisão.
Depois de tudo esboçado, analise o formato do zine. Para quem não está habituado ou desconhece estes valores, na figura em
que se encontram vários retângulos estão as medidas das folhas de sulfite,
onde o formato A4 equivale ao tamanho ofício (21X29,7). A5 (meio-ofício) é o
formato mais utilizado pelos fanzineiros, pois facilita na hora de tirar cópias
e de tamanho acessível para distribuição (a maior parte dos zines é distribuída
pelo correio).
O número de páginas irá depender da quantidade
de material coletado. Faça uma boa distribuição das páginas, se tiver matérias
excedentes e não for produzir edições fechadas, guarde-as para exemplares futuros.
Como não é fácil bancar tudo sozinho, você
poderá reunir seus amigos ou formar grupos para ajudá-lo a elaborar o fanzine.
Dividindo os trabalhos, agiliza a produção e também pode-se dividir as despesas.
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Diagramação
Talvez você nunca tenha parado para pensar porque algumas revistas ou livros agradam
logo a primeira vista e outros você nota uma certa confusão visual.
Toda essa composição de textos e títulos, cortes de fotografias ampliadas ou
reduzidas, separação de cores, pano de fundo e outros apetrechos chama-se diagramação.
A diagramação compõe praticamente a criação, o planejamento e o cálculo
antes de uma revista, livro ou jornal ser impresso.
E para a produção de seu zine também será preciso se aprofundar nesta área.
Se você já decidiu o tema que abordará no seu fanzine e preparou o texto ou páginas
de quadrinhos, podemos seguir esta etapa.
São duas maneiras bem simples e baratas para editar as páginas:
- Diagramação Artesanal
No meio de tantos recursos modernos é natural nos sentirmos intimidados
com a simplicidade desta forma de diagramação.
Mas é uma maneira eficaz para quem não entende dos programas de edição de imagem e texto.
Os materiais necessários são: cola, tesoura, várias folhas de sulfite e um corretivo ou tinta guache branco.
Os textos podem ser escritos à mão ou num programa Word.
O trabalho todo se baseia em colagens.
Na parte escrita, distribua algumas figuras pela página deixando sempre 0,5 centímetros
de distância entre o texto e a imagem escolhida.
A página ficou manchada? Corretivo nela! Sendo as cópias em preto e branco o
corretivo não ficará tão evidente.
Se quiser dar uma incrementada nas páginas, utilize algumas letras ou caracteres
transferíveis. São fáceis de usar e encontram-se em qualquer papelaria com vários
modelos e estilos.
-Diagramação em Computador
A maneira mais rápida e eficaz de diagramação.
Você pode usar programas como Photoshop, PageMaker, Corel ou o
próprio Word. Os recursos são infinitos podendo modificar estilos,
filtros, inserir figuras, aplicação de máscaras e sombras de acordo com o seu
conhecimento sobre o programa.
Qual o programa ideal? Fica a seu critério. Teste e bisbilhote bastante as
ferramentas e veja com qual você tem mais afinidade para trabalhar.
Ao inserir figuras, não se esqueça de deixar uma certa distância entre o texto e a imagem.
Cuidado com o exagero de fontes. Algumas são tão “enfeitadas” que se tornam
ilegíveis. Procure usar as mais simples e fáceis de entender.
Atenção também com a impressora. Se ela não tiver uma boa definição de cor preta, a
impressão sairá muito clara e possivelmente prejudicará as cópias.
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Dados Importantes
Os itens que se seguem são importantes para o seu zine ser notado e até procurado
por novos leitores, afinal fanzine passa de mão em mão e algum amigo pode se interessar:
Título – Deve ser grande, evidente e claro.
Não faça os textos de chamada maiores que o título. Isso prejudica o visual da capa.
Preço – Não necessariamente na capa, mas deve estar presente no zine e, se possível
já com o valor de correio. Não é todo mundo que prefere enviar selos à parte.
Expediente – Escreva o nome da equipe, quem produziu e colaborou na edição.
Endereço para aquisição – Indispensável! Deixe o endereço completo de onde o leitor poderá adquirir o
fanzine ou um e-mail para que possa entrar em contato.
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Montagem de páginas
Para a montagem do zine, também teremos duas opções comuns e utilizadas entre a
maioria dos fanzineiros.
Depois de feita toda diagramação de página você poderá desenvolvê-la:
em xerox: É a maneira mais fácil e econômica. Antes de montar o zine você
precisará
ter em mãos várias cópias xerox das páginas diagramadas, sendo elas
artesanal ou em computador (logo após imprimi-las no tamanho desejado para a edição).
- Um tipo de montagem bem simples é xerocar o original e grampear as folhas em uma
de suas bordas. O trabalho é mínimo, mas pouco atraente. (Figura 1)
- A montagem com aparência de revista é um pouco mais elaborada. Você precisará
de outras folhas extras. Se fizer o zine no formato A5 (meio sulfite), as folhas
necessárias deverão ser maiores, no caso o A4 (padrão do sulfite). O exemplo
que estamos passando é de um modelo de 20 páginas usando-se 5 folhas de
sulfite. Você irá colar as páginas diagramadas numa certa ordem: na primeira
folha estarão as quatro primeiras páginas do zine.
Lembre-se que para esta
forma sempre serão em múltiplos de quatro. Cole cada página diagramada de
acordo com a seqüência que aparece na Figura acima.
As páginas pares estarão
à esquerda e as ímpares à direita.
Pode parecer complicado, mas também há uma maneira bem simples para explicar esta
parte. Faça um modelinho do zine. Uma folha de sulfite é o suficiente. Dobre
em vários retângulos, recorte a folha e use cinco partes dela (Figura 3).
Junte-as e dobre ao meio. Não grampeie. Comece a enumerá-las e depois abra o
modelinho. Note que a seqüência de páginas ficou exatamente como no exemplo
da figura 2.
Para grampear, basta abrir a parte inferior de seu grampeador. Use um papelão e um
isopor como base (Figura 4).
Para esta forma de montagem a vantagem é o custo baixo acarretando também em um
fanzine mais barato. No entanto é preciso pesquisar boas copiadoras. Dependendo
do xerox pode ou não perder um pouco da qualidade do trabalho.
em gráfica:
Se você tiver um bom recurso financeiro (supondo, o valor equivalente a uma boa
câmera digital ou
acima disto), pode optar pelo uso de gráfica. O trabalho todo será feito lá,
onde você deverá apenas entregar o original do zine, pronto em disquete zip,
CD, xerox ou impressora. Se quiser evitar muitas idas e voltas, prefira as gráficas
que trabalhem com montagem junto de fotolito.
A edição ficará exemplar, com aparência de revista, mas o grande problema desta forma de montagem está nos custos.
As gráficas trabalham com tiragens altas, algumas de 300 a 1000 exemplares acima e
são mínimos os zines que conseguem vender essa quantidade. Pesquise bem os preços,
pois o tipo de papel, quantidade de páginas e formato podem fazer grandes
diferenças.
Veja também se você ou seu grupo tem condições financeiras de arcar uma gráfica.
Ou com ajuda de algum patrocínio, mas será preciso propagar muito seu trabalho.
É um meio que precisa ser muito bem
pensado se não quiser ter prejuízos.
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Tiragem
Tiragem é a quantidade necessária de cópias para a edição
de seu zine.
Mas antes de tirar as cópias do fanzine, é preciso saber uma média de quantas pessoas irão
adquiri-lo, a fim de evitar prejuízos.
Para cópias em xerox, de início 30 exemplares é o suficiente. A vantagem do xerox está na
reposição. Caso acabe a edição, basta tirar mais cópias e na medida que
houver muita procura aumente gradativamente a quantidade de cópias.
Já numa gráfica, para uma primeira edição, em certos casos pode ser desvantagem. Nesta forma de
reprodução, a quantidade de cópias pode ser de 100 a 500 exemplares, ou até
mais, pois quanto maior a tiragem, menor será o custo para cada edição
vendida.
Mas não se arrisque. São pouquíssimos os fanzines no Brasil que ultrapassam essa quantia.
Se você está inseguro e não pensa em ter muitos custos ou não sabe de uma média da
quantidade de leitores, opte pela cópia xerox.
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Divulgação
Para o seu zine ser reconhecido é
preciso divulgá-lo entre os meios que estiver ao seu alcance.
A divulgação mais comum dos zineiros é feita entre eles mesmos. Muitos fanzines reservam um
espaço para divulgar e ajudar os amigos, resultando para alguns em boa
resposta. Mas existem aqueles que se dedicam especialmente na divulgação de
zines de diversos gêneros, entre eles animes e mangás. Como exemplo podemos
citar o Informativo de Quadrinhos Independentes de Edgard Guimarães, editor
muito conhecido e prestigiado na área de fanzines; e o Independente ou Morte de
Marcelo Marques que também reserva um bom espaço aos zines de mangá.
Revistas profissionais também divulgam e dão comentários sobre a edição, mas é
feita uma seleção dos fanzines recebidos que chamem atenção ou que tenha condições de boas vendas.
Pontos de venda que costumam concentrar um grande público são boas oportunidades. Lojas
especializadas em quadrinhos cedem espaço aos alternativos descontando uma
pequena porcentagem nas vendas. Também é válido a divulgação em bancas de
jornal, papelarias ou a pizzaria do vizinho ^_^.
Eventos dão ótimos resultados e o fanzineiro poderá ter um contato direto com o leitor.
Um meio de propagação que cresceu e não deixa de ser descartada é a divulgação pela
internet. Nele o fanzineiro, além de divulgar o zine, pode usar o site como
portfólio de trabalho para alguma Editora ou Empresa, tanto para desenhista,
quadrinista, colorista ou até webdesigner.
Onde divulgar o seu fanzine:
Entre os alternativos – fanzines que se dedicam na divulgação de
outros fanzines:
->
QI
(de Edgard Guimarães) – Informativo de quadrinhos Independentes
- R. Capitão Gomes, 168 - CEP: 37530-000 - Brasópolis - MG
-> 100 % Zine (de Saulo e Weber)- Divulgação de zines - R. Libra 199 -
CEP: 29117-240 - Vila Velha - ES
->
Orbital (de Elza Keiko e Petra Leão) – Quadrinhos, Divulgação e resenhas de produções independentes
- Caixa Postal 65.008 - CEP: 013188-970 - São Paulo - SP
Pela internet – sites como o Tsunami e outros espalhados pela rede também divulgam outros zines ou apresentam sua própria edição:
-
Confira a lista na seção de Fanzines de Tsunami
Em eventos
– entre em contato com os organizadores para mais informações.
- FanzineCon -
www.fanzinecon.com.br - evento de fanzines
- Fanzine Expo -
www.fanzineexpo.com.br - evento de fanzines
- Avex -
www.avextreme.com.br - evento com feira de fanzines
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Distribuição
Alguns fanzines quando bem produzidos conseguem vender suas edições em bancas ou
lojas especializadas, outros entre amigos, eventos ou utilizando o serviço de correio.
Para esta forma de distribuição, o editor deverá organizar todos os pedidos,
envelopar o fanzine e enviar ao seu destino. Você poderá indicar ao leitor a
melhor opção de pagamento (vale-postal, carta registrada, cheque, conta bancária,
etc) desde que seja viável para ambos.
Evite confusões na entrega dos exemplares e comece a agendar tudo e todos. Anote o
endereço de seus leitores, as edições que saem e os novos pedidos. Tendo esse
controle, você terá uma média de público para o próximo número, caso
queira fazer continuações.
Estipule uma periodicidade para a edição. Pode ser mensal, bimestral, semestral, ou de
acordo com o seu tempo disponível para editá-lo.
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E-zines
Uma outra maneira de se produzir um fanzine, simples e econômica, é pela internet,
conhecido também como fanzine virtual ou e-zine.
Se você tem noções básicas de html e as informações necessárias, poderá
iniciar a construção de seu site.
Aqui você não terá problemas quanto à
quantidade de páginas utilizadas. Esteja à vontade na escolha do tema. Pode
ser sobre séries específicas com matérias ou galeria de imagens, ilustrações,
download, quadrinhos, contos ou histórias on line.
Aborde o assunto de sua preferência, selecione os links de acordo com o conteúdo
geral da página e veja qual será seu público-alvo.
A Web possui milhões de páginas, por isso não acredite que a sua será um
sucesso assim que entrar no ar. Se você não fizer atualizações constantes e
deixar de lado assuntos interessantes, o visitante passará despercebido.
Divulgue bastante sua página entre amigos, sites com assuntos semelhantes e ferramentas
de busca. Quanto mais visitas obter, mais pessoas terão conhecimento de seu trabalho.
Bom, hoje encerramos nossa aula básica sobre fanzines. Espero que todas as dicas que
foram passadas tenham sido úteis.
A melhor maneira de aprender e entender é produzindo a sua própria edição.
E lembre-se que ao produzir um fanzine você poderá entender melhor o lado
editorial, como as dificuldades e satisfações que nos proporcionam.
Um grande abraço! ^_~
Akemi
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