Hospedaria de Imigrantes
Refletir sobre a
história da Hospedaria de Imigrantes leva-nos a muitos caminhos e esses nos levam
a muitas histórias. No imponente conjunto de edifícios que compõem as
instalações da antiga Hospedaria, entrecruzaram-se sonhos, anseios, angústias e
expectativas; nos seus pátios, dormitórios, refeitórios, na sala de registros
ou na estação, muitas gerações de imigrantes e migrantes devem ter pensado
sobre suas vidas, seu passado e seu futuro. Em sua maioria, não sabiam que
estavam escrevendo, anonimamente, uma grande história, a história da imigração
para São Paulo.
Perspectiva
esquemática da Hospedaria de
Imigrantes, década de 1920. |
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A criação de uma
estrutura para recepção, hospedagem e encaminhamento de trabalhadores
estrangeiros na cidade de São Paulo, durante o século XIX, esteve relacionada ao
fluxo migratório verificado no transcurso daquele período. Pode-se afirmar que,
até meados do século XIX, a permanência da escravidão como regime de trabalho
predominante nas fazendas de café, que naquela época concentravam-se na região
do Vale do Paraíba, e mesmo o desenvolvimento incipiente dessa cultura, fizeram
que a imigração fosse pensada muito mais na perspectiva da colonização do
que na inserção dos imigrantes como
força de trabalho para a Agricultura.
Os números que
registram a entrada de estrangeiros em São Paulo foram bastante diminutos se
comparados com aqueles do final do século XIX e primeiras décadas do século XX.
Entre 1827 e 1886, entraram somente 53.517 estrangeiros em São Paulo. Como
conseqüência, os serviços de hospedagem foram marcados pela precariedade, seja
por conta da ausência de um número significativo de imigrantes, seja pela falta
de interesses políticos e econômicos que viabilizassem a montagem de uma
estrutura adequada.
Dessa forma, a
hospedagem de imigrantes em São Paulo, até o final do século XIX, tornou-se um
problema cujo debate nem sempre resultou em ações efetivas para sua solução.
Segundo Di Francesco (Nelson Di Francesco, A hospedagem dos imigrantes na
imperial cidade de São Paulo, um resgate documental, cronológico dos primeiros
tempos 1827-1888. São Paulo,1999.Mimeo), em dezembro de 1827 chega à Capital,
oriundo de regiões que hoje compõem a atual Alemanha, particularmente da
Baviera, um grupo de 226 pessoas destinadas à colonização de terras.
Foram hospedadas no Hospital Militar, localizado na região central da cidade,
próximo ao Rio Anhangabaú, no local onde é atualmente a Praça do Correio (Praça
Pedro Lessa).
A hospedagem
desses imigrantes no Hospital Militar não só revelava a inexistência de um
lugar mais apropriado para sua recepção como, também, era expressão das
dificuldades em transpor a serra para se chegar ao planalto. Subir a Serra do
Mar a pé nunca foi tarefa fácil, ainda mais depois de uma longa viagem por mar,
da Europa ao Brasil. Na chegada a São Paulo, muitos imigrantes tinham de
receber tratamento médico, fosse por debilidade física provocada pelo cansaço
ou mesmo por estarem com doenças comuns na época, como cólera, tifo, varíola,
difeteria ou malária.
Entre os anos de
1830 e 1860, os imigrantes que desembarcavam no porto de Santos com destino À
Capital e cidades do interior passaram a ser alojados em abrigos na própria
cidade de Santos. Novamente a ausência de uma estrutura adequada de recepção
transformou o Arsenal da Marinha, naquela cidade, em hospedaria para muitos
grupos de imigrantes que chegaram ao Estado naquele período.
As dificuldades
de transporte até o planalto persistiam e, após a experiência do grupo de
alemães, passou-se a se alojar os imigrantes na cidade de Santos, com posterior
saída com destino definitivo.
A partir da
década de 1860, a proibição do tráfico negreiro para o Brasil, imposto pela
Inglaterra em 1850, começou a produzir alguns desdobramentos. A campanha
abolicionista intensificou-se, principalmente após 1868, resultando por exemplo,
na edição da Lei do Ventre Livre (1872). Com essa lei, todos os filhos de
escravos passaram a ser considerados livres. Outro desdobramento, foi a mudança
de perspectiva com relação à imigração. Essa passa ser pensada não apenas como
colonização, mas, principalmente, como mudança do perfil da força de trabalho.
Este contexto histórico ficou conhecido como o da mudança do trabalho
escravo para o trabalho livre. Em conseqüência, podemos observar um aumento
significativo do fluxo imigratório naquele período, mais particularmente a
partir da década de 1880.
É importante
ressaltar que no ano do início do funcionamento da Hospedaria do Brás (1888),
entraram em São Paulo 92.086 imigrantes, quase duas vezes o número de
imigrantes chegados ao Estado de São Paulo no período de 1827 a 1886, que foi
de 53.517.
Paralelamente a
este processo, o término da construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em
1867, demonstrava o aumento da importância do café na economia da então
Província de São Paulo. A necessidade da criação de um meio de transporte mais
eficiente para o escoamento da produção cafeeira pelo porto de Santos era
imperativa. Se a ferrovia servia para o transporte do café, igualmente
contribuiu para facilitar o transporte dos imigrantes até o planalto. Isso fez
da cidade de São Paulo um lugar privilegiado para a hospedagem de imigrantes. A
cidade de Santos perdia assim este seu papel.
Na cidade de São
Paulo, a Estação da Luz, no bairro de mesmo nome, foi o destino dos imigrantes
embarcados em trens em Santos.
Havia dois
locais, dentre outros prováveis, nos quais os imigrantes eram alojados. Um
deles era o AREAL. Informações esparsas dão conta que provavelmente se referia
a um rancho às margens do rio Tamanduateí, nas imediações da atual Avenida do Estado
e d Rua São Caetano. Outro local era a MANÇON D’OURO, talvez uma pensão ou
hospedaria particular, das muitas existentes no bairro da Luz, e cujo nome foi
inspirado em Maison d’Or, aportuguesado para Mansão d’Ouro.
A primeira
hospedaria criada pelo Governo Estadual foi instalada em dezembro de 1878, na
casa onde funcionou a sede do então Núcleo Colonial de Sant’Ana, fundado em
1877, em área que atualmente faz parte do bairro de Santana, Zona Norte da
Capital. Denominada Hospedaria de Sant’Ana, foi desativada em junho de 1880 e o
prédio foi demolido em 1915. A hospedaria, de dimensões pequenas, era
constituída de uma casa de dois pavimentos, em construção de taipa, com vários
compartimentos e uma pequena cozinha.
A Hospedaria de
Sant’Ana foi a primeira tentativa de sistematizar e racionalizar os serviços de
recepção, hospedagem e encaminhamento dos imigrantes que para cá afluíam.
Entretanto, sua efêmera existência demonstrou que as crescentes necessidades de
mão-de-obra para a cafeicultura demandavam uma estrutura melhor equipada. Em
1881,a Lei nº 36, de 21 de fevereiro, autorizava o Governo da Província a
construir um novo estabelecimento para os imigrantes. Surgia a segunda
Hospedaria de Imigrantes na cidade, a Hospedaria do Bom Retiro; sua construção
foi concluída em 1882.
Com capacidade
para quinhentos imigrantes, as instalações da Hospedaria do Bom Retiro foram
erigidas sob os auspícios do Governo Provincial. Situava-se na antiga rua dos
Imigrantes, hoje rua Areal (continuação da Rua José Paulino) com a Rua Tenente
Pena e Rua Mamoré. O prédio não existe mais e, em seu lugar, há uma Casa de
Saúde. Provavelmente ela foi construída próxima do AREAL, a que se fez menção
anteriormente como um dos lugares de alojamento dos imigrantes, por volta de
1870.
Em comunicação
dirigida à Assembléia Legislativa Provincial, em 10 de janeiro de 1885, o
diretor da Diretoria Geral de Obras Públicas relatava que o prédio da
hospedaria “... Não comporta mais que 230 camas que estão armadas, e quando
o número de immigrantes excede ao das camas, como já tem acontecido, torna-se
necessário estender colchões no salão do refeitório e também agasalhal-os na
olaria próxima”.
Na Hospedaria do
Bom Retiro produziram-se os primeiros livros de registro de imigrantes,
importante fonte de referência para o resgate da história de muitos dos que
aqui chegaram. Entretanto, tal qual a Hospedaria de Sant’Ana, a do Bom Retiro
rapidamente tornou-se obsoleta. Novamente, a necessidade da construção de uma
nova Hospedaria tornava-se indispensável. Em 1885. a Lei nº 56, de 21 de março
dispunha em seu artigo 1º: “ Fica o governo autorisado a construir um prédio
para a hospedaria de immigrantes com acomodação para a secretaria e pessoal da
administração nas proximidades das linhas ferreas do Norte e Ingleza, podendo
despender na acquisição do terreno e edificação, até a quantia de cem contos de
réis “.
Em junho de
1886, no Governo de Antonio de Queiroz Telles, na época Barão de Parnaíba,
iniciaram-se as obras de construção da Hospedaria de Imigrantes do Brás. Em
julho de 1887, um surto de varíola e difteria, ocorrido na Hospedaria do Bom
Retiro, fez com que as dependências do Brás, mesmo inacabadas, recebessem o
primeiro grupo de imigrantes. As obras só foram concluídas em 1888 e a
administração da Hospedaria, em seus primeiros dez anos, esteve a cargo da
Sociedade Promotora de Imigração.
À frente da
Sociedade Promotora estavam os interesses de grandes proprietários de fazendas
de café do interior que, a seu tempo, tinham bastante influência junto ao
governo provincial. Pode-se considerar que a construção da Hospedaria de
Imigrantes do Brás solucionava o velho problema da hospedagem dos imigrantes na
Capital. Em 1893 ocorreu um surto de cólera nas dependências da Hospedaria do
Brás, obrigando o governo estadual a instalar a Hospedaria Provisória de São
Bernardo do Campo (em área situada atualmente no município de Santo André), nos
galpões pertencentes à Cia. Industrial de São Bernardo do Campo. Essa
hospedaria encerrou suas atividades em 1896 e os galpões foram devolvidos à
companhia proprietária.
Vista externa
do portão principal da Hospedaria de Imigrantes, década de 1920. |
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A
Hospedaria de Imigrantes da Capital, também denominada Hospedaria do Brás ou simplesmente
Hospedaria de Imigrantes, possuía uma estrutura bastante arrojada para a época,
particularmente se considerarmos as suas antecessoras.
O
prédio da Hospedaria foi pensado e equipado de forma a atender às necessidades
de recepção e encaminhamento das levas de imigrantes que afluíam para São
Paulo. Construída para atender, por um período de uma semana, a até 3.000
pessoas em suas dependência (lembrando que a Hospedaria do Bom Retiro atendia a
no máximo 500 pessoas), não raro esse número foi excedido, abrigando até 8.000
imigrantes de uma só vez.
Ela
contava com uma Agência Oficial de Colocação, dormitórios, refeitório, depósito
de bagagens, um pequeno hospital, enfermaria e um setor de recepção, triagem e
encaminhamento dos trabalhadores, quando de sua chegada. A estrutura da
Hospedaria, hoje Memorial do Imigrante, sofreu algumas reformas, sendo as de
1936 e a da década de 1950, as mais significativas.
De
pouco mais de três milhões de imigrantes que chegaram ao Estado de São Paulo
até os anos de 1970, a maior parte deles veio no período entre 1886 e 1915.
Nesse
período houve a preponderância de imigrantes provenientes da Europa e do Japão.
Os reflexos do avanço do capitalismo nessas regiões, especialmente a
modernização da agricultura, produziu, em países com a Itália e a Alemanha,
recém-unificados ( alemã em 1870 e a italiana em 1871) e, em menor grau, na
Suíça, Bélgica e países do norte europeu, a existência de uma mão-de-obra
excedente que não foi absorvida pela industrialização em curso.
Processo
análogo ocorreu no Japão, que foi obrigado a abrir seus portos ao comércio com
o Ocidente em 1853. A partir de 1867, com a dinastia Meiji (1867-1912), viu-se
na necessidade imperativa de modernizar-se para não ser transformado em mais
uma colônia asiática das potências ocidentais. Para os governos dessas nações,
era de fundamental importância o estímulo à emigração, em virtude da
possibilidade de tensão social que os desempregados poderiam causar dentro de
seus países.
Por
um processo inverso, a ausência de dinamismo econômico de países com a Espanha
e Portugal produzia igualmente um contexto no qual, a falta de perspectiva de
melhoria na qualidade de vida levava muitos de seus habitantes a cruzarem o
Atlântico para Fazer a América.
Os
países que mais receberam esses imigrantes até a Primeira Guerra Mundial foram,
por ordem, os Estados Unidos, Canadá, Argentina e Brasil.
A
produção de um excedente de mão-de-obra na Europa e no Japão estava em
consonância com as necessidades de recepção da mesma em alguns países d
América. Nos casos específicos da Argentina (produção de carne e cereais) e do
Brasil (café), cujas economias ainda se assentavam em bases agroexportadoras, a
recepção dessa mão-de-obra era fundamental. A complementariedade entre as
necessidades de expulsão e de absorção acabou por promover o maior processo de
deslocamento populacional conhecido na história do Ocidente, processo que se
estendeu durante boa parte do século XIX e se manteve até a década de 1920.
No
Brasil, o governo paulista, atendendo aos interesses dos cafeicultores,
concentrou muitos esforços na captação dessa mão-de-obra. A Hospedaria de
Imigrantes foi o exemplo mais concreto.
Os
subsídios à imigração, a propaganda no exterior, a manutenção dos serviços da
Hospedaria de Imigrantes e a fundação de Núcleos Coloniais absorviam a maior
parte da verba destinada à imigração. No caso do subsídios, o governo estadual
pagava a passagem dos imigrantes que tivessem interesse em se estabelecer no
Estado. Para tal, não apenas o governo estadual, mas também o governo federal,
fez intensa propaganda da País na Europa.
A
política imigratória este a cargo da Secretaria da Agricultura, o que incluía
também a fundação de Núcleos Coloniais. Entre os anos de 1890 e 1910, a
Secretaria esteve empenhada na criação de Núcleos em diversas áreas do Estado.
Esta colonização apresentava-se como um instrumento importante na viabilização
dos interesses do capital cafeicultor, uma vez que a pequena propriedade
instalada nos núcleos de colonização, localizados em sua maior parte em regiões
próximas de grandes áreas produtoras de café, serviria como reserva de
mão-de-obra para o trabalho nas fazendas de café.
Os
registros sobre as entradas de imigrantes no Estado de São Paulo não detalham,
com raras exceções, as chegadas das diversas nacionalidades por períodos mais
limitados (décadas, por exemplo). Os dados gerais, que abrangem por vezes trÊs,
quatro ou mais décadas, mascaram a dinâmica dos fluxos migratórios de uma
maneira geral e, também, a intensidade da entrada de determinada corrente
imigratória.
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Fachada da
Hospedaria de Imigrantes, cerca de 1920. |
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Fachada da
Hospedaria de Imigrantes logo após a reforma, cerca de 1936/1937. |
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Imigrantes portugueses
em frente à fachada principal da Hospedaria de Imigrantes, em 1938. |
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Apontamentos Cronológicos:
1886 – início da construção do prédio.
1887 – ainda inacabada, a Hospedaria
recebe os primeiros imigrantes.
1888 – término da construção e início
das atividades. A administração estava a cargo da Sociedade Promotora de
Imigração.
1892 – é vinculada à recém-criada
Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.
1905 – Instituído o Departamento de
Terras, Colonização e Imigração (DTCI), que passa a administrar a Hospedaria.
1911 – a administração passa para o
Departamento Estadual do Trabalho.
1924 – em virtude da Revolução de 1924,
algumas dependências da Hospedaria foram utilizadas como presídio político, sob
o controle da Secretaria da Segurança Pública.
1929 – a Hospedaria aloja os
desabrigados da maior enchente ocorrida na cidade.
1932 – ano da Revolução
Constitucionalista, ocupada pela Força Pública, a Hospedaria é utilizada como
prisão para os getulistas (partidários do então presidente Getúlio Vargas).
1936 – o prédio passa por uma reforma
que altera algumas de suas características originais.
1939 – o DTCI, reinstalado em 1935, é
transformado em Serviço de Imigração e Colonização (SIC). Nesse ano foi
recriada a Inspetoria de Trabalhadores Migrantes (ITM) com o objetivo de
coordenar os trabalhos de recepção, triagem e encaminhamento de trabalhadores
nacionais para as fazendas no interior do Estado.
1943 – com a entrada do Brasil na 2ª
Guerra Mundial (1942), o Departamento de Ordem Pública e Social (DOPS) deixa
sob guarda, na Hospedaria, alguns
imigrantes japoneses e alemães considerados como “súditos do eixo”. Naquele
mesmo ano, foi instalada a Escola Técnica de Aviação, que ali permaneceu até 1951.
nos anos 50, novas obras foram feitas no edifício.
1967/68 – com a criação da Secretaria de
Estado da Promoção Social, a Hospedaria recebe o nome de Departamento de
Migrantes (DM), ligado àquele órgão. Mais tarde funcionará juntamente com o
Serviço de Imigrantes Estrangeiros (SIE).
1982 – o conjunto arquitetônico é
tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).
1986 – é criado o Centro Histórico do Imigrante,
vinculado à Secretaria de Estado da Promoção Social.
1993 – criado o Museu da Imigração que,
subordinado à Secretaria de Estado da Cultura, passa a administrar o acervo do
Centro Histórico do Imigrante.
1998 – é criado o Memorial do Imigrante.
Fonte:
Breve História da Hospedaria de
Imigrantes e da Imigração para São Paulo
Pesquisa e texto: Odair da Cruz Paiva
Governo do Estado de São Paulo,
Secretaria de Estado da Cultura, Memorial do Imigrante / Museu da Imigração.
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Última atualização / ultimo aggiornamento: 11/03/05 00:25 |